Lidando com "estrelas": como liderar equipes talentosas
A executiva Isabel Aguilera é a típica mulher imponente e resolvida. A espanhola tem uma trajetória profissional que envolve empresas como a Hewlett-Packard (HP), Dell, diretoria do Google para Espanha e Portugal, dentre outras. "Tive sorte", disse Aguilera. Talvez sua sorte também tenha a colocado em um ranking elaborado pela revista Fortune recentemente, onde ela aparece como uma das 50 executivas mais poderosas do mundo.
Ela foi a primeira palestrante do segundo dia do Fórum Internacional de Gestão, Estratégia e Inovação, que aconteceu em Natal (RN), nos dias 26 e 27 de outubro. A expectativa era que ela desse uma ênfase especial sobre o papel da liderança feminina em ambientes corporativos e a sua crescente influência na política, finanças e mercado de trabalho. Possivelmente todos os espectadores se enganaram.
Citando outros líderes com quem ela conviveu, como Eric Schimidt, Bill Gates e Steve Jobs, Aguilera destacou algumas características que ela pôde enxergar neles e como eles conseguiam lidar com liderados extremamente talentosos - premissa básica para qualquer profissional da área de tecnologia.
"O talento é algo que todos temos, todos os talentos são necessários. Há quem se preocupe com apenas o talento financeiro, o criativo, o inovador, mas a verdade é que todos esses talentos são necessários", afirmou Aguilera. Reiterando o que Tom Peters já havia dito no dia anterior, ela disse que um líder não deve ter medo de se cerca de pessoas melhores do que ele, pelo contrário: quanto melhores as pessoas com quem passamos mais tempo, melhor nos tornamos, e um líder deve ter essa sensibilidade. Ou seja, um líder não pode almejar ser a "sombra" de sua equipe.
Segundo a executiva, existem certas características que ela notou nesses líderes que podem ser tomadas como exemplos para quem pretende formar equipes talentosas. Para ela, pessoas que lideram grandes equipes ou empresas vêem nao só tendências isoladas, enxergam também "outras realidades, outras possibilidades, e pensam sempre ambiciosamente".
Uma outra característica é a relação dos líderes com o trabalho. "Todos os líderes que eu conheço são obcecados pelo trabalho e pela ação, estão sempre trabalhando, são obcecados por todos os detalhes e colocam toda a paixão e energia no trabalho. Eles criam uma tensão positiva ou uma paranóia saudável", destacou Aguilera.
Em terceiro lugar, foi elencada a capacidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo. "Precisamos ser multitask, mas com qualidade. E além disso precisamos desenvolver a resistência e a resiliência", disse.
"É preciso recordar que somo alvos móveis, um público objetivo que se mexe sem parar. Os líderes não buscam pessoas acomodadas ou mais tolos do que eles. Pessoas talentosas procuram pessoas também talentosas; precisamos nos cercar de pessoas mais talentosas do que nós, que supram as nossas deficiências, e isso gera um ciclo de feedback contínuo", lembrou Aguilera, ao final da palestra.
Dicas para gerenciar uma equipe de talentos
1. Atrair e recrutar os melhores, dedicar tempo não a mudar as pessoas, mas selecionar as equipes segundo suas características, e dedicar tempo, energia e disciplina para formá-los. "Depois, temos que saber reconhecer o trabalho desses talentos", afirmou.
2. Convencer e envolver a nossa equipe. "Você não convence talentosos com palavras, e sim com feitos, ações. Eles veem o exemplo do líder, e isso é antigo. Quantas vezes contratamos os melhores e reservamos aos outros trabalhos mais importantes, relegando-os a tarefas menos significativas".
3. A atmosfera precisa ser inspiradora. "O ambiente deve estimular a habilidade de inventar".
Fonte: Administradores
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