Diga-me com quem tu andas e te direi quem és, é o que diz o ditado. Mas um estudo mostra que a sabedoria popular pode não estar certa. Na verdade, adolescentes com amigos que usam drogas ou são membros de grupos territorialistas e com comportamento violento – como gangues – não são necessariamente influenciados a fazer o mesmo.
“Nosso estudo mostra que, em alguns casos, essas amizades são feitas não porque os jovens acham este comportamento ‘legal’, mas porque os limites territoriais impostos por estes grupos reduzem suas escolhas de amizade”, explica Robert Vargas, da Universidade Northwestern, nos EUA. De acordo com Vargas, morar em um bairro violento, por exemplo, tem mais efeito sobre os jovens do que a má companhia.
A pesquisa foi realizada com grupos de amigos que moravam em bairros de baixa renda. De acordo com os resultados, ao contrário do que poderia se pensar, enquanto alguns jovens de um mesmo grupo usavam drogas, outros não. “Isto depende de diversos outros fatores”, diz Vargas.
Medo da violência foi o principal responsável por círculos de amizade restritos
“Os jovens membros de grupos sociais em áreas mais pobres são muito territoriais e poderiam se voltar contra outros jovens do mesmo bairro, se acreditarem que eles estão envolvidos com um outro grupo que de alguma forma é concorrente”, diz. “O medo faz que eles evitem frequentar áreas que fujam dos limites dos seus grupos de amigos dentro do seu bairro – consequentemente eles evitam fazer amizades fora deste limite.”
Jovens adultos que moram nestes bairros frequentemente não têm o poder de encontrar outros amigos ou deixar essas amizades por medo de repressão. “Os efeitos da violência e o medo os influencia a conviver com um tipo de pessoa que, se tivessem escolha, evitariam.”
Para o autor, a conclusão deste estudo mostra a necessidade de políticas públicas educacionais que vão além de transmitir aos adolescentes que certas atitudes não são “legais”. “Deve-se considerar fatores que levam estes jovens a se tornar dependentes de certas amizades e não de certos comportamentos”, conclui.
Fonte: O que eu tenho?
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