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domingo, 25 de outubro de 2009

A vez do biodiesel

O governo já prepara o aumento da mistura no óleo diesel,o que terá impacto direto na redução dos índices de poluição

shutterstock

A partir do próximo ano, todo o óleo diesel vendido no Brasil terá 5% de biodiesel numa demonstração do sucesso do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel e da experiência brasileira na produção e no uso em larga escala de biocombustíveis.

Esse percentual, que começou em 2% e está em 4%, será elevado até que o País possa ostentar valores próximos a 10% de mistura, que é a meta da União Europeia para 2020. Todo o empenho brasileiro tem razão de ser.

Em sua palestra O Biodiesel como Combustível contra a Poluição, o diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Allan Kardec Duailibe Filho, ressaltou que o Brasil é um dos principais produtores e consumidores de biodiesel do mundo, com uma produção anual superior a um bilhão de litros.

roberto castro/ag. isto é

Allan Kardec, da ANP: o executivo falou das perspectivas para o setor com o aumento da mistura para 5% do óleo diesel já neste ano

Ele lembrou que a adição do biodiesel ao combustível comum permite ao País desenvolver uma fonte energética sustentável do ponto de vista ambiental, econômico e social, além de reduzir a dependência do diesel importado. "Em 2008, quando a mistura era de 2% e passou a ser de 3%, importamos menos US$ 1,2 bilhão", conta Kardec. O biodiesel é menos poluente, por ser um combustível biodegradável e renovável, que tem como matériasprimas a soja, mamona, o girassol, algodão, a palma e o pinhão-manso

Ele é capaz de reduzir em 78% as emissões de gás carbônico, responsável pelo efeito estufa, e 98% de enxofre na atmosfera. Contribui, também, para quedas nas emissões de anidrido carbônico e compostos sulfurados e aromáticos. Mas essas comparações são do biodiesel puro, sem a mistura diesel-biodiesel.

No momento, por razões técnicas, o biodiesel puro ainda não é comercializado. "O nosso desafio é saber dosar medidas para proteção do consumidor e do meio ambiente sem prejuízo econômico ou descompasso tecnológico", explicou o diretor da ANP durante sua apresentação. "E o maior desafio da política energética mundial é garantir a segurança energética do suprimento de longo prazo, manter a competitividade da energia ofertada e contemplar as questões socioambientais".

Além do efeito positivo sobre o meio ambiente, a ampliação do uso do biodiesel tem um impacto positivo nas economias locais e regionais, desde a etapa agrícola à industria de bens e serviços. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário, a produção de biodiesel já gerou cerca de 600 mil postos de trabalho no campo.

Dados usados pela ANP mostram ainda um aumento de renda de agricultores do semiárido. "É a oportunidade para fixar o homem à terra, produzir combustível limpo e gerar emprego e renda ao homem do campo", diz Kardec.

A agência tem se esforçado ao máximo para promover o biocombustível, ao editar normas específicas e realizar leilões para estimular a oferta do biocombustível para a mistura diesel-biodiesel. "O Brasil está onde o mundo gostaria de estar em termos de matriz energética. O mundo tem 14% da sua matriz em energia renovável, nós temos 45%", comemora Kardec.

Fonte: Istoé

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