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terça-feira, 16 de agosto de 2011

A inovação além da ideia. Especial Inovação com Chris Trimble - 3

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O terceiro artigo do Especial Inovação sobre a passagem de Chris Trimble, Professor na Tuck School of Business, da Dartmouth University e co-autor dos best-sellers ‘O outro lado da inovação’ e ‘Os 10 mandamentos da inovação estratégica’, pelo Brasil aborda a tendência nascente de inovação pelos países em desenvolvimento, em contraponto à situação atual, onde a maior parte do pensamento em inovação surge dos países desenvolvidos. Esta tendência foi batizada por Trimble de Reverse Innovation, refletindo o caminho “inverso” ao tradicionalmente realizado pela inovação: dos países ricos para a disseminação e uso amplo após barateamento. É também o título do novo livro no qual ele trabalha atualmente.

“A inovação reversa nasce de soluções pensadas para os consumidores dos países em desenvolvimento, em primeiro lugar. Pense numa solução 50% ideal, mas com um preço de 5%.” – diz Trimbl. Para ele, os consumidores dos países em desenvolvimento, por suas limitações econômicas, estão prontos a aceitar soluções “parciais” de seus problemas, contanto que sejam soluções baratas o suficiente para suas condições. Isso cria oportunidades que não existem em países desenvolvidos, onde os consumidores só estão interessados em soluções perfeitas e completas.

Mas uma solução que seria algo como “apenas características indispensáveis, por preço mínimo” pode também ser um novo modelo evolutivo para produtos e serviços, que após uma fase básica, recebe adições e complementos, tornando-se interessante para mercados mais maduros.

Um dos exemplos mais significativos de Trimble é uma espécie de refrigerador portátil, muito pequeno e extremamente barato, desenvolvido para comunidades pobres da Índia. O produto não congela alimentos, apenas os mantém a uma temperatura mais baixa, sem realmente gelar. Mas faz isso por um preço que a comunidade pode pagar. É tão pequeno e leve que pode ser levado de um lado para o outro. E mantém uma temperatura que permite conservar produtos por alguns poucos dias. O consumidor de países desenvolvidos não tem interesse nesse produto como item doméstico. Mas o que dizer de seu uso em campings, acampamentos e outras situações similares?

Além do fator econômico, outro impulso para esta tendência está na falta de infra-estrutura de emergentes como Brasil e índia : “nos Estados Unidos, temos um enorme investimento realizado em estrutura elétrica, por exemplo. Todo esse sistema está lá, e não há prioridade em mudá-lo enquanto ele funcionar, mas há muita inovação disponível hoje, muitos sistemas mais eficientes, e os países que ainda tem estrutura por completar podem fazer diferenciais competitivos importantes dessas oportunidades”.

Trimble prevê dificuldades para que empresas multinacionais vindas dos países desenvolvidos possam aproveitar essa inversão da direção: suas áreas de pesquisa e desenvolvimento estão localizadas nos seus países de origem, e elas se acostumaram a exportar inovação e não criaram estruturas focadas em inovação nos países emergentes. Elas têm, portanto, dificuldades em adotar este modelo mesmo enquanto observam inovações importantes, como os biocombustíveis ou exploração de petróleo em águas profundas, ser capitalizada por uma multinacional brasileira como a Petrobras.

Ao mesmo tempo, na maioria das empresas multinacionais sediadas em países em desenvolvimento, as equipes de pesquisa e desenvolvimento e de vendas mal se falam: cada área se reporta somente à sua matriz, sem grande inter-relacionamento local. Esses são alguns dos desafios trazidos pela nova tendência, que serão desenvolvidos em profundidade no seu novo livro (previsto para o primeiro semestre de 2012).

Pergunto a ele em quais áreas mais aposta que o Brasil seja capaz de inovar nos próximos anos: “Energia e biotecnologia. Mas de certo modo, Energia já está em andamento. Acredito que o maior potencial para inovação está mesmo na biotecnologia.”

Fonte: Mundo do Marketing

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