O 'fracking', que consiste na injeção de fluido sob pressão para fraturar a rocha, é um processo polêmico
Dois pequenos tremores que atingiram áreas da costa do nordeste da Inglaterra provavelmente foram causados pelo uso de uma polêmica técnica de extração de gás de xisto, conhecida como “fracking”, ou fratura hidráulica, informa um relatório citado pelo Science Insider, serviço online mantido pela revista Science.
No “fracking”, a pressão de um líquido é usada para criar fraturas na rocha, facilitando a extração de petróleo ou gás. A técnica vem sendo questionada em várias partes do mundo, por conta do potencial de contaminação da água usada para consumo pelo fluido usado para gerar a fratura e o possível dano ambiental.
No caso dos tremores de terra experimentados pelos britânicos, a empresa Cuadrilla Resources havia iniciado, em março, uma perfuração experimental a meio quilômetro do epicentro dos tremores.
Depois que geólogos apontaram a operação ad Cuadrilla como possível causa dos terremotos, a própria empresa encomendou um relatório a respeito. Com o título Geomechanical Study of Bowland Shale Seismicity, o trabalho concluiu que é “altamente provável” que os tremores tenham sido desencadeados pela operação da companhia. Mas os tremores foram uma consequência inesperada, acrescentam os especialistas, pois a geologia da região é altamente incomum.
Ouvido pelo Insider, o sismólogo Brian Baptie, da Pesquisa Geológica Britânica, disse que esta é a primeira vez que se demonstra a ligação de uma fratura hidráulica com terremoto, mas que o resultado não é surpreendente. As fraturas criadas pelo processo, explicou ele, facilitam o deslizamento das rochas umas sobre as outras.
Depois dos terremotos, de magnitude 2,3 a1,5, ocorridos em abril e maio, a Cuadrilla havia suspendido voluntariamente sua operação na área. A perfuração chegou a ser retomada, mas foi interrompida depois que ativistas escalaram as torres.
Fonte: Inovação
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