Empresa foi a primeira a oferecer filme fotográfico em rolo, em 1888

  Em meio à guerra de patentes travada na indústria digital, onde cada  pequena inovação incorporada a um novo smartphone ou dispositivo móvel  tem o potencial de desencadear litigações intermináveis, a Kodak espera  faturar alto pondo seu portfólio de propriedade intelectual no mercado.
A empresa, de 131 anos, tem uma longa história de iniciativas  inovadoras, tendo sido, por exemplo, a primeira a oferecer filme  fotográfico em rolo, em 1888, lançou a primeira máquina fotográfica a  preço popular em 1900, e inventou a câmera digital, em 1975.
 
  De acordo com nota distribuída pela Associated Press, no  entanto, a Eastman Kodak Co. não foi capaz de aproveitar sua dianteira  na nova tecnologia e, agora, espera obter recursos para escapar da ruína  com a venda de 1.100 patentes relacionadas a imagens digitais.
 
Antes, um consórcio encabeçado por Apple e Microsoft havia comprado milhares de patentes relacionadas à telefonia celular da empresa Nortel Networks, por US$ 4,5 bilhões. No início do ano, outro consórcio, formado por Apple, Microsoft, Oracle e EMC, havia adquirido patentes da companhia Novell, numa operação que chegou a sofrer restrições da autoridade antitruste dos Estados Unidos.
No caso das patentes da Kodak, analistas ouvidos pela Associated Press acreditam que o preço poderá chegar a alturas estratosféricas.
“É dinheiro de troco para o Google ou a Apple pagar até US$ 5 bilhões por essas patentes”, disse à agência de notícias o executivo-chefe do banco de investimentos MDB Capital, Christopher Marlett. “Há uma guerra nuclear total pelo domínio dos dispositivos móveis, smartphones e tablets, e a Kodak é um dos maiores arsenais disponíveis”.  A própria Kodak está envolvida numa litigação contra a Apple e a  fabricante do BlackBerry, Research in Motion Ltd., envolvendo exatamente  uma das patentes agora à venda, sobre a captura de vídeos digitais. A  Samsung e a LG já foram condenadas a indenizar a Kodak pelo uso indevido  dessa tecnologia.
Ainda em agosto, um blog da revista The Economist levantava a questão  de se o sistema de patentes americano não estaria sufocando o  desenvolvimento tecnológico.
O texto argumentava que é virtualmente impossível oferecer uma nova tecnologia ou um serviço baseado em software, nos Estados Unidos, sem que se sofra um processo judicial. O artigo descreve ainda a a prática – que compara aos esquemas de extorsão do crime organizado – do “patenteamento defensivo”.
Uma companhia que oferece “parentes defensivas” especializa-se em  amealhar títulos de propriedade intelectual que, mais tarde, uma empresa  acusada de violar patentes pode acessar para construir sua defesa –  geralmente, encontrando alguma patente que seu acusador tenha violado.
Em setembro, o presidente Barack Obama sancionou uma reforma da legislação de propriedade intelectual americana. A mudança tem, entre outros, o objetivo de reduzir as ações na Justiça sobre o tema.
Fonte: Inovação
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