O número de consumidores de renda média deve crescer três bilhões até 2030. Criar produtos e serviços que atendam essa demanda será o grande desafio das empresas, defende estudo
As empresas terão que mudar sua direção estratégica para capitalizar novas demandas de uma classe média global que cresce rapidamente, principalmente nos mercados emergentes. Isso irá envolver a criação de produtos e serviços totalmente novos para atender uma faixa populacional que será engrossada por mais três bilhões de pessoas até 2030. Essas são as principais conclusões de um novo estudo da Ernst & Young, Innovating for the next three billion: The rise of the global middle class, baseado em uma pesquisa com 547 executivos de todo o mundo – 13% deles do Brasil – e entrevistas com alguns dos principais empreendedores do mundo.
“O estudo mostra que os mercados de crescimento rápido, entre eles o Brasil, começarão a não mais dirigir suas economias para uma dependência em exportações, mas para um modelo de crescente consumo interno”, afirma André Viola Ferreira, sócio-líder da Ernst & Young Terco para Mercados Estratégicos. “Apesar de não ser rica pelos padrões dos países desenvolvidos, a classe média nesses mercados já está poupando menos e gastando mais, criando grandes oportunidades para companhias que podem servi-la com produtos e serviços relevantes para suas necessidades.”
A pesquisa destaca que a maioria das empresas de economias desenvolvidas atualmente dirige suas energias e atividades principalmente para produtos finais premium em seus mercados de alto crescimento. Mesmo entre companhias de alta performance nesses mercados, essa proporção é alta: 40%. O relatório argumenta que esse foco em bens de luxo terá que mudar.
O aumento no número de consumidores de renda média previsto até 2030 representará um aumento de demanda de US$ 21 trilhões para US$ 56 trilhões. “Trata-se de um enorme potencial em economias de rápido crescimento, e essa pesquisa demonstra a escala de oportunidade para companhias que desenvolvem produtos inovadores”, diz Ferreira. “As empresas precisam pensar sobre mudanças fundamentais no modo como trabalham para tirar vantagem dessas mudanças demográficas”, destaca.
Inovação
O estudo demonstra ainda que as empresas estão ao menos começando a inovar nesses mercados. Mais de três quartos dos entrevistados disseram acreditam que adotar a “inovação frugal” – ou o uso econômico de recursos para fornecer produtos acessíveis pela baixa renda – é uma grande oportunidade.
As companhias pesquisadas com crescimento acima da média de EBITDA (lucro antes de juros, taxas, depreciação e amortização) estão mais propensas a reconhecer o tamanho dessa oportunidade. Do total, 81% dos entrevistados de companhias de alta performance disseram que a inovação frugal é uma grande oportunidade, comparado com 68% entre as empresas com menor crescimento de EBITDA que responderam o mesmo.
Fonte: Istoé Dinheiro
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