Exposição em São Paulo mostra produtos de design premiados nos  países nórdicos. Em entrevista, o curador Kari Korkman fala de  tendências e conta por que a cidade de Helsinque, na Finlândia, foi  escolhida a Capital do Design para 2012.
Cadeira Panton, Poltrona Egg, Mesa Saarinen.  Precisa de mais algum exemplo para falar da importância do design  nórdico para o mundo? E o melhor é que a criatividade dos profissionais  daquela região não fica restrita apenas aos clássicos. Uma prova disso  poderá ser vista de pertinho pelo público brasileiro, em São Paulo, na  mostra Prêmios do Design Nórdico. A exposição começou no dia  7 de novembro, e apresenta alguns dos melhores  trabalhos, vencedores de títulos importantes na Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia. Sob a curadoria do finlandês Kari Karkman,  os produtos – que vão desde um capacete com airbag para ciclistas até  um cobertor para vestir – representam as principais características do  design escandinavo: minimalismo, simplicidade e funcionalidade.
      
       A mostra faz parte do programa que celebra a eleição de Helsinque como a Capital do Design para 2012. A cada dois anos, o Conselho Internacional das Organizações de Design Industrial  seleciona uma cidade e, para o próximo ano, a capital finlandesa foi a  escolhida. Da Finlândia, o curador da exposição e diretor da Semana de Design de Helsinque fala sobre o assunto, em entrevista exclusiva. Confira: 
Casa e Jardim Online – Os produtos selecionados para a mostra  representam as características do design nórdico – simplicidade,  minimalismo, funcionalidade. Mas o senhor diz que novas características  surgiram. Quais são elas?
       Kari Korkman – As novas  características vêm de tendências globais, do desenvolvimento  tecnológico. Além disso, design não é mais “o quê”. É “como”. A  principal corrente do futuro é o design de serviço. Como você cria um  sistema simples e funcional para um hospital inteiro? Ou como você serve  clientes de uma companhia aérea do momento em que eles entram no seu  site até o momento em que eles tomam assento no avião?
      
       CJ  – O design escandinavo é minimalista. O brasileiro tem muitas cores e  formatos. O senhor acredita que, mesmo com tantas diferenças, exista  algo em comum entre eles?
       KK – Vejo que há um  respeito mútuo. São as diferenças culturais que geram uma grande  variedade de design. O que há em comum nos dois lados é a percepção das  ideias. Afinal, você não consegue produzir nada que se destaque, sem uma  ideia que seja nova.
      
       CJ – Helsinque é a Capital Mundial do Design 2012. Por que a cidade foi eleita, na sua opinião?
       KK –  Helsinque foi escolhida por várias razões. Uma delas é que a cidade tem  uma grande proposta, com um conceito forte, que é incorporar o design  na vida. O slogan desenvolvido foi ainda mais simples: “Vamos fazer uma  cidade melhor”. Além disso, temos organizações, companhias e designers  que dão suporte a tudo isso. Podemos contar com o comprometimento de  todos.
      
       CJ – Do que o senhor mais gosta no design brasileiro? Há algum produto que mais se destaque?
       KK – Vocês têm designers contemporâneos ótimos, mas eu preciso dizer que o meu maior herói é Oscar Niemeyer. Seria muito previsível citar os irmãos Campana? Estou ansioso para ir até aí e aprender mais sobre o design brasileiro.
Com design minimalista, a caixa de som é um dos produtos que estarão na mostra
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