O Instituto Brasileiro de Geografia de Estatística (IBGE) informou nesta quinta-feira que, frente ao mesmo período do ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 1,2 por cento.
Segundo analistas, os dados permitem que o Banco Central espere um pouco mais de tempo até começar a elevar o juro básico.
Economistas consultados pela Reuters esperavam, pela mediana das estimativas, expansão de 2 por cento na comparação com o trimestre imediatamente anterior. As projeções de 18 instituições financeiras variavam de alta de 1,6 a 2,8 por cento.
Na comparação anual, os analistas esperavam retração de 0,1 por cento, com prognósticos que oscilavam de queda de 0,5 a expansão de 0,9 por cento.
Na véspera, ao anunciar novas medidas para estimular a economia, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, também afirmou que a economia teria crescido 2 por cento no terceiro trimestre.
O IBGE também revisou para baixo o desempenho do PIB do segundo e do primeiro trimestres deste ano.
"Com os dados de hoje, aqueles cenários mais fortes para o juro, de alta no primeiro trimestre de 2010, perdem força", avaliou Roberto Padovani, estrategista-chefe do WestLB do Brasil.
Para Zeina Latif, economista-chefe do ING, o PIB muda a avaliação sobre o ritmo da economia em direção ao crescimento potencial. "Sinaliza um hiato do produto mais forte e que a gente tem ainda ociosidade na economia brasileira importante... Isso diminui a possibilidade de uma alta de juro no começo do ano", disse.
COMPONENTES
Na comparação com o segundo trimestre, a indústria cresceu 2,9 por cento, o setor de serviços expandiu-se 1,6 por cento mas a agropecuária caiu 2,5 por cento. Já em relação ao ano passado, os serviços obtiveram o melhor resultado, com crescimento de 2,1 por cento, enquanto a indústria se retraiu 6,9 por cento e a agropecuária caiu 9,0 por cento.
Levando em conta os componentes da demanda interna, a formação bruta de capital fixo --uma medida dos investimentos-- cresceu 6,5 por cento no terceiro trimestre em relação ao segundo. A demanda das famílias aumentou 2 por cento e a do governo teve elevação de 0,5 por cento.
Em relação a 2008, a formação bruta de capital fixo desabou 12,5 por cento. O consumo das famílias subiu 3,9 por cento, no 24o crescimento consecutivo nesse tipo de comparação, ajudado pelo aumento da massa salarial real. O consumo do governo aumentou 1,6 por cento.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)Fonte: portalexame.abril.com.br
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