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segunda-feira, 11 de julho de 2011

Personagens ganham vida fora de celulares

Conglomerados da área de entretenimento, como a Walt Disney, gastam bilhões para desenvolver franquias de sucesso. Porém, os resultados são variados quando se trata de levar os personagens desses filmes, programas de TV e parques de diversão para celulares, fonte que atrai cada vez mais olhares. Navegando na direção oposta, os programadores de jogos de sucesso no iPhone esperam ter mais facilidade e tentam lançar franquias para múltiplas mídias, baseadas em seus personagens digitais famosos. “O novo meio de entretenimento são os aplicativos”, diz Paul A. Baldwin, diretor de marketing da Outfit7, da Califórnia, cujo aplicativo ‘Talking Tom’ foi baixado 50 milhões de vezes.

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A Rovio Mobile, de Helsinque, com seu sucesso ‘Angry Birds’, pode ser a mais famosa entre as aspirantes a Disney. “Mickey Mouse é um de nossos modelos exemplares”, diz Peter Vesterbacka, cofundador da empresa. A Rovio e alguns concorrentes tentam construir impérios que também incluam brinquedos, roupas, cartões comemorativos, programas de TV e filmes. As séries da Outfit7 com personagens que são animais falantes, os ‘Moshi Monsters’, da Mind Candy, e o ‘Doodle Jump’, da Lima Sky, também se mostraram populares o suficiente para vender dezenas de milhões de cópias baixadas pela internet.

A Outfit7 lançou seu aplicativo ‘Talking Tom’ em junho de 2010. Trata-se de um gato malhado que bebe leite e ronrona quando os usuários arranham a tela do iPhone. Seguiram-se dez outros personagens, como Ben, um cachorro que gosta de explodir coisas em seu laboratório químico. Oportunidades de licenciamento e merchandising são parte do plano de negócios, diz Baldwin.

Em 2002, quando Baldwin era vice-presidente de marketing da Eidos Interactive, ele acertou acordo inédito com a Creative Artists Agency (CAA) para representar um dos personagens de jogos eletrônicos da Eidos, da série “Lara Croft and the Tomb Rider”. O acordo resultou em dois filmes estrelados por Angelina Jolie. ‘Talking Tom’ e ‘Talking Ben’ terão representação parecida, diz Baldwin, sendo que quatro empresas o procuraram para criar uma linha de bonecos de pelúcia baseada em personagens da Outfit7. O executivo não quis revelar nomes porque sua empresa ainda está em negociações. Em 2010, Rovio contratou um ex-agente da CAA, Peter Levin, para ajudar a incrementar suas chances em Hollywood.

Uma das vantagens de desenvolver uma franquia baseada em jogos despretensiosos de telefones celulares é que os personagens tendem a ter amplo alcance demográfico. “Algumas dessas propriedades vêm atingindo todas as faixas demográficas de uma só vez”, diz Michael S. Stone, executivo-chefe da agência de gestão de marcas Beanstalk Group, que assessora a Outfit7 e a Mind Candy em acordos de licenciamento com empresas tradicionais de mídia. Como os jogos de US$ 0,99 exigem pouco investimento e são frequentemente comprados no “entusiasmo-do-momento”, eles se espalham de forma viral, precisando de pouca publicidade formal. “A grande vantagem que as empresas pequenas têm é esse ecossistema impressionante que a Apple criou”, diz Igor Pusenjak, cofundador da Lima Sky. “Você tem uma conexão direta com consumidores que são mais influenciados por amigos do que por promoções ou anúncios de milhões de dólares.”

As empresas de entretenimento para celulares podem criar personagens por uma fração do preço que custa fazer um filme. Para criar o ‘Doodle Jump’, ‘Pusenjak’ e seu irmão ‘Marko’ investiram US$ 1 mil em um computador portátil, US$ 100 em softwares da Apple para programadores e algumas semanas de trabalho. O jogo de US$ 0,99 permite que os jogadores guiem ‘Doodle the Doodler’ em uma jornada por uma série de plataformas, usando controles do iPhone, iPod touch ou iPad para pular obstáculos. Baixado mais de dez milhões de vezes, o jogo gerou uma linha de camisetas, canecas, chaveiros e pôsteres.

Barry Cottle, vice-presidente-executivo da EA Interactive, gigante na área de videogames, disse que as empresas de entretenimento estabelecidas, como a dele, têm a experiência necessária para transformar ideias em franquias, “enquanto é mais difícil para os pequenos programadores ter esse nível de escala rapidamente”. Em reunião com analistas em fevereiro, a Disney divulgou ter gerado US$ 7,3 bilhões em vendas varejistas, com base no filme “Toy Story 3″, lançado em meados de 2010.

Meios de comunicação novos e antigos aprenderam a trabalhar juntos em alguns casos. A Twentieth Century Fox aliou-se à Rovio para uma edição especial do jogo ‘Angry Birds’ com personagens do filme de animação “Rio”, produzido pelo estúdio. Para o filme “Hop”, comédia da Universal Pictures sobre um coelho, a Lima Sky desenvolveu um nível “bônus” no ‘Doodle Jump’, que permite aos usuários jogar com o personagem principal. Quando há uma relação entre consumidor e personagem em determinado meio, “é fácil pensar em estender isso a meios diferentes”, diz Baldwin.

Fonte: Tonka3D

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