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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Tecnologias de energias renováveis receberam US$ 211 bilhões em 2010

Relatórios da Untad, OCDE e AIE abordam desafios e vantagens das inovações do setor

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O mundo investiu US$ 211 bilhões em tecnologias de energias renováveis em 2010, contra US$ 33 bilhões em 2004, o que representou uma taxa anual de crescimento de 38% no período. A maior parte dos recursos investidos (86%) foi em capacidade de geração de energia, principalmente em projetos de grande escala, como parques eólicos e solares, usinas de biomassa e refinarias de biocombustíveis, informa relatório divulgado pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) em 29 de novembro. Outro documento, publicado em 1º de dezembro pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pela Agência Internacional de Energia (AIE), destaca que a crescente demanda mundial e a necessidade de reduzir drasticamente a emissão de gases de efeito estufa exigem uma transformação na forma de produzir, transmitir e consumir energia.

Até 2050, serão necessários US$ 46 trilhões para reestruturar o setor energético mundial em busca do aumento da eficiência energética, para ampliar o sequestro de carbono, empregar mais energias renováveis e apoiar novas tecnologias, aponta o estudo divulgado pela OCDE em parceria com a AIE. O relatório enumera também as principais ações identificadas para possibilitar a transição para um mundo baseado em energias limpas, entre elas: eliminar os subsídios para combustíveis fósseis, taxar as emissões de gases de efeito estufa, assegurar o estímulo do uso de novas tecnologias por meio de regulações do mercado de energia, aprimorar de maneira radical a eficiência energética e impulsionar a inovação e as políticas de tecnologias limpas.

Políticas em prol dos países em desenvolvimento
Segundo a Unctad, os países em desenvolvimento precisam de mais know-how e capacidade de absorção de tecnologias do setor de energias renováveis para poder utilizar inovações disponíveis e não protegidas por patentes. Mas, para isso, é necessário um esforço concentrado de políticas em âmbito nacional, regional e internacional. O relatório "Technology and Innovation Report 2011" reconhece a dificuldade da medida, entretanto, ressalta que isso é essencial para a futura aplicação e escalonamento de tecnologias fabricadas localmente nos países menos desenvolvidos e nos países em desenvolvimento, citando o que já vem ocorrendo em nações como Brasil, China e Índia.
O estudo publicado pela entidade vinculada à ONU coloca o Brasil na quinta colocação entre os países que mais investem em energias renováveis, com US$ 7 bilhões no ano passado. "Em 2006, os países em desenvolvimento como um todo contribuíram com 23% dos novos investimentos em fontes de energia renovável globalmente, mas uma grande parte desses investimentos foi nos países em desenvolvimento tecnologicamente mais avançados, como Brasil, China e Índia", informa o documento. Em 2010, a China apareceu como o país que mais investiu em energias renováveis e tecnologias relacionadas, com US$ 49 bilhões, seguido por Alemanha (US$ 41,1 bilhões), Estados Unidos (US$ 30 bilhões) e Itália (US$ 14 bilhões). Depois do Brasil, está a Índia, com US$ 3,8 bilhões, enquanto todo o continente africano contribuiu com investimentos de US$ 3,6 bilhões.
Entre os exemplos de melhores práticas de cooperação entre países em desenvolvimento, a Unctad cita a parceria entre o Brasil e nações da África no compartilhamento da tecnologia de produção de etanol de cana-de-açúcar. "Basicamente por meio do seu instituto de pesquisa agrícola, a Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária], o governo brasileiro tem desenvolvido um trabalho de expansão em países em desenvolvimento, incluindo 15 países africanos que planejam produzir etanol com tecnologia brasileira e sob supervisão do Brasil." O documento cita ainda que a Embrapa montou um escritório em Gana para facilitar os projetos em andamento, que incluem o apoio à pesquisa e desenvolvimento locais.
Impacto na cadeia de trabalho

O estudo "Green Growth Studies: Energy", da OCDE e AIE, destaca ainda que a transição para uma economia baseada na baixa emissão de carbono na atmosfera deve produzir um impacto positivo no setor de energia, pois os renováveis tendem a demandar um uso mais intensivo de mão-de-obra do que a energia baseada em derivados de fósseis. "A ampliação do uso de energia solar fotovoltaica poderia produzir um maior número de empregos, sendo que espera-se também um forte crescimento nos setores de eficiência e energia solar e geotérmica", aponta o relatório.

Fonte: Inovação Unicamp

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