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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O luxo brasileiro em casas europeias

A Trousseau, única marca brasileira do segmento de enxovais premium, estreia no mercado internacional sem medo da concorrência com as grifes tradicionais

Durante séculos, o Brasil foi destino certo para as renomadas marcas de luxo francesas, portuguesas, inglesas e italianas. A nobreza local, desde os tempos da Colônia, sempre soube apreciar o requinte e a exclusividade dos produtos europeus. Mas os papéis começam a se inverter. A Trousseau, marca brasileira de enxovais premium, decidiu fazer o caminho inverso e, dias atrás, abriu sua primeira representação no Velho Continente, especificamente em Locarno, aos pés dos Alpes suíços. Com investimento inicial de US$ 200 mil, o novo escritório é responsável pelo relacionamento com clientes e com as redes hoteleiras da Europa. Em uma segunda etapa, a empresa também pretende atuar no varejo, em lojas com os padrões de qualidade das unidades brasileiras – em que são planejados desde a temperatura e a disposição dos produtos até o perfume exalado no ambiente.

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A ofensiva em território europeu já mostra resultados. Os dois primeiros clientes da Trousseau são os hotéis Guarda Golf, em Crans Montana, nos Alpes suíços, e o Portalès, em Paris – que pertence ao grupo de Alex Allard, dono do luxuoso Le Royal Monceau. “Buscamos lugares nos quais os hóspedes reconheçam o diferencial de dormir em um bom lençol, de apreciar a qualidade de uma toalha de banho”, diz Romeu Trussardi Neto, fundador e sócio, com a mulher, Adriana, da Trousseau. Para ele, a internacionalização representa um novo e importante capítulo na história da empresa, que neste ano completa 20 anos de atuação no mercado brasileiro, com uma rede de 21 lojas próprias, espalhadas por Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Afinal, a marca se tornou símbolo de requinte em artigos de cama, mesa e banho, e teve um crescimento meteórico. Em 1991, com um investimento de apenas US$ 5 mil, Adriana e Trussardi Neto, cuja família já atuava no ramo têxtil, fundaram a Trousseau. “Apostamos em um segmento que até então não tratava de forma diferenciada os artigos de cama, mesa e banho”, diz Trussardi Neto.

Mesmo estreando em mercados estrangeiros, a Trousseau mantém seu otimismo na expansão da marca no Brasil – onde atua praticamente sem concorrentes nacionais. A empresa não revela seu faturamento, mas prevê um crescimento de 15% nas vendas em 2011. “Como não temos concorrência direta no setor de enxovais, nossos competidores são todos os outros artigos do mercado de luxo, já que os clientes podem optar por outro tipo de bem de consumo”, diz Trussardi Neto. “O cliente da Trousseau é alguém que investe em um luxo sofisticado, que se importa com o bem-estar, muito mais do que as pessoas que compram algo ostensivo, feito para impressionar.” Para comemorar os 20 anos de existência, a Trousseau convidou os irmãos Fernando e Humberto Campana para desenhar duas linhas exclusivas de enxovais: a soft réptil e a clássica. A primeira traz a textura e a sinuosidade do mundo réptil – como, por exemplo, tecidos e formas inspirados em cobras. A segunda é caracterizada pelo uso do rendado, com um estilo mais romântico. “Conheci os Campana no ano passado, e desde então tivemos o desejo de fazermos algo em conjunto”, afirma Trussardi Neto.

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“O aniversário da Trousseau se tornou o momento ideal para concretizar essa parceria.” Como todo luxo tem seu preço, um jogo de cama completo, composto de dois travesseiros, edredom, colcha, quatro almofadas, manta e dois travesseiros da linha top da marca, a WhiteLuxury, custa aproximadamente R$ 33 mil. O processo de crescimento da Trousseau também passa pelo modelo de gestão. Como parte do novo plano de negócios, a empresa decidiu montar um conselho de administração composto por três membros independentes. O objetivo é garantir uma gestão profissional e independente em uma empresa de origem familiar. “Eles trazem a bagagem de empresas maiores, já tendo passado por processos de internacionalização, o que ajuda a marca a planejar os próximos anos com estratégias e decisões de médio e longo prazo”, diz Trussardi Neto.

Fonte: Istoé Dinheiro

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