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quarta-feira, 24 de junho de 2009

Hábitos de consumo refletem a sociedade conectada

Em geral, nem quem troca de aparelhos a cada seis meses, nem quem só pensa nisso depois que o aparelho quebra apresenta problemas comportamentais e psicológicos. De acordo com a pesquisadora Luciana Ruffo, do Núcleo de Pesquisa da Psicologia em Informática (NPPI) da PUC-SP, ambos os casos são reflexo da sociedade conectada.

"A questão da compulsão por consumo pode até ser um problema, mas não tem a ver com a tecnologia. A pessoa compulsiva também compra muito roupas, joias, etc.", diz. "Já quem tem aversão só terá problemas se precisar usar a tecnologia e se recusar. Por exemplo, se ela for jornalista e não quiser usar o PC."

Luciana divide os consumistas. De um lado estão os heavy users, que realmente se interessam pelo novo, pesquisam antes de comprar e usam todos os recursos. Do outro, estão as pessoas que buscam status - não usam nem metade das funções dos aparelhos, mas querem passar a imagem de antenados.
"O heavy user não é atingido pela publicidade. Ele compra muito, mas de forma consciente. Ele vai atrás, pesquisa na web, mexe nos aparelhos, quando algum amigo compra algo novo, ele é o primeiro a pedir emprestado para conhecer como funciona "

Já as pessoas que buscam status, por outro lado, compram mais por design e não ligam tanto para funções. "São muitos dos consumidores do iPhone, por exemplo. Eles veem as pessoas usando e acabam comprando o que lhes parecer mais moderno, não exatamente porque querem usar todas as funções. São aquelas pessoas que colocam o celular sobre a mesa quando vão ao restaurante, por exemplo."

As pessoas que não trocam de equipamento também são divididas. A pesquisadora diz que há as pessoas que têm medo de mudança e outras que não veem porque gastar tanto. "No primeiro caso, são aquelas pessoas que nem entram na loja de eletrônicos, que viram a página do jornal ou revista quando há uma reportagem sobre o assunto. Costumam ser pessoas mais velhas que, quando trocam de celular, por exemplo, procuram um modelo igual ou que tenha controles parecidos."

Já no segundo caso, é uma coisa comum para muita gente. Com aparelhos cada vez mais modernos - e caros - como acompanhar? "As pessoas acabam ficando cinco anos com um celular por questões financeiras mesmo. Não por medo."

Fonte: Núcleo de Pesquisa da Psicologia em Informática (NPPI)

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