A ideia que surgiu na conclusão do mestrado de Daniel Uchôa, de 32 anos, acabou crescendo tanto como empresa que agora se expande para a Europa. Uchôa e seu irmão Rafael, de 27 anos, criaram em 2009 a OvermediaCast, uma empresa que analisa o comportamento de quem assiste a vídeos na internet (acesse aqui).
Daniel, que hoje é CEO da empresa, lembra que o início de tudo foi quando ele concluiu seu mestrado na USP, ainda em 2009, e desenvolveu um projeto com uma tecnologia para acelerar a distribuição de vídeos na internet. Determinado a transformar o projeto em produto, ele conseguiu recursos e abriu a empresa em 2010.
Mas, como muitos empreendedores percebem na prática, nem sempre a ideia inicial é a que melhor funciona no mercado. “Eu senti que o mercado não queria aquela distribuição e outras empresas já dominavam o mercado”, conta. Foi o momento em que ele decidiu virar o barco em outra direção: “Paramos tudo e repensamos o modelo”.
Em 2010, Daniel e Rafael começaram a desenvolver o produto que é a OvermediaCast hoje. “Percebemos que o próximo passo na cadeia de vídeos on-line era a análise do comportamento e do perfil da audiência”, disse o empresário. Em fevereiro de 2012, a primeira versão de testes estava no ar.
Daniel explica que a ferramenta permite que o usuário que coloca imagens na internet acompanhe todo o ciclo do vídeo até ele chegar ao usuário final. São disponibilizadas informações mais gerais – como o número e a origem dos acessos –, mas o diferencial da empresa é no uso da inteligência artificial para estudar o engajamento dos usuários.
“Sabemos se ele assistiu até o fim, quais são as cenas mais ‘quentes’ e quais os trechos mais vistos”, conta. Em um terceiro nível, a OvermediaCast revela dados demográficos de quem vê o vídeo on-line. “A gente pega o histórico de vídeos, usa inteligência artificial e faz o mapeamento do perfil dele, sem sabermos quem é a pessoa”, explica o CEO. Assim, Daniel conta que o dono do vídeo fica sabendo mais sobre seu espectador: suas categorias de interesse, se ele se engaja ou não e se ele compartilha vídeos em redes sociais.
Tudo isso é monitorado por um cookie instalado no computador de quem assiste aos vídeos, de maneira anônima. “Agora, se o usuário autorizar que a gente colete informações pessoais, podemos expandir isso”, diz Daniel. A OvermediaCast oferece aplicativos sociais que dão ferramentas extras para quem decide compartilhar seus dados. “Ao aceitar os termos, a gente deixa bem claro quais dados ele está nos fornecendo”, ressalta o empresário. Com a autorização do espectador, a startup consegue expandir seu mapeamento para categorias como gênero, faixa etária e nível de influência nas redes sociais.
Com a ideia em mãos, a startup cresceu. Já são quatro funcionários e dois investidores, além de uma equipe de marketing terceirizada trabalhando. Em outubro de 2012, a empresa fechou uma parceria com a brasileira Videolog, para oferecer o serviço de monitoramento para quem publica vídeos na plataforma.
“Monitoramos 8 milhões de acessos a vídeos por mês, atualmente”, conta Daniel. Segundo ele, são 800 mil usuários publicando vídeos com a disponibilidade dos serviços da OvermediaCast. “Com a nossa ferramenta, quem publica vídeos consegue aumentar sua audiência e divulgar os vídeos em vários canais de marketing em um clique só”, explica. Os serviços da startup são gratuitos até um certo ponto para os usuários do Videolog – a partir de um determinado número de acessos, é preciso pagar R$ 9,90 pelo uso.
Após fechar a parceria local, a OvermediaCast colocou os olhos no mercado europeu e já abriu uma sede em Londres. Rafael Uchôa lidera a equipe por lá e tenta fechar parcerias em países como Portugal e Espanha, além da própria Inglaterra. Facilitou a abertura do escritório internacional o fato de a startup ser acelerada pela Wayra, da Telefónica, já que a própria aceleradora tem escritórios em todo o mundo e dá apoio para a expansão. “Estamos usando a equipe do Wayra Londres”, conta Daniel.
Desde que fechou parceria com o Videolog, a OvermediaCast começou a gerar receita. “Para este ano, estimamos o faturamento de R$ 2,5 milhões, considerando já as parcerias a serem feitas na Europa”, conta o CEO.
Fonte: G1
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