O ano de 2012 chegou ao fim dando graves
sinais de que, sem um empenho mais significativo do Governo Federal, as
perspectivas para a indústria gráfica brasileira em 2013 serão pouco
animadoras.
Dados relativos ao terceiro trimestre de 2012 compilados
pelo Departamento Econômico da Associação Brasileira da Indústria
Gráfica (DECON-ABIGRAF), com base em informações do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), mostram um cenário desolador em
todos os segmentos que compõe a indústria de impressão nacional e dão o
tom de como deve se comportar o setor nos meses que seguirão. De acordo
com o último Boletim de Atividade Industrial preparado pelo
DECON-ABIGRAF, em setembro de 2012, a produção do setor recuou 5,4% em
relação com o mesmo mês de 2011.
Vale destacar que a indústria gráfica
obteve resultados piores do que os verificados no restante da indústria
brasileira. Na comparação entre setembro de 2012 e o mesmo mês de 2011, a
produção industrial medida pelo IBGE recuou 3,8%; no fechamento do
terceiro trimestre de 2012, o setor regrediu 2,8% frente ao período de
julho a setembro do ano passado; nos nove primeiros meses de 2012, o
resultado foi negativo em 3,5%; já na análise anualizada, a queda foi de
3,1%.
Assim, no agregado da indústria gráfica,
expectativa é de que o setor termine com recuo na produção. E, se
mantido o cenário macroeconômico, nem este segmento deve se livrar dos
resultados negativos em 2013. Segundo as projeções econométricas mais
recentes, a indústria gráfica deve amargar queda de 5,4% na produção em
2013, puxada principalmente por uma retração de quase 4% no segmento
editorial.
Tais números refletem, em grande medida,
a perda de competitividade sofrida pela indústria gráfica brasileira,
que além dos problemas comuns aos demais setores industriais, como o
Custo Brasil, tem sofrido com o crescimento na importação de impressos
editoriais e o alto custo dos insumos do setor.
No caso do segmento editorial (livros e
revistas), por exemplo, dados do Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram pequeno recuo, de 2,4%, nas
importações de impressos no período acumulado entre janeiro e novembro
de 2012 na comparação com o mesmo período de 2011. O resultado,
entretanto, não diminui a importância do segmento sobre o total de
produtos gráficos comprados no exterior. Os US$ 157 milhões de produtos
editoriais importados entre janeiro e novembro equivalem a 31% dos US$
503,3 milhões importados até novembro de 2012.
Além disso, em setembro, a Câmara de
Comércio Exterior (Camex) do MDIC incluiu seis tipos de papéis de
imprimir na lista de cem produtos da pauta de importações brasileira
sobretaxados, o que deve implicar na elevação dos custos do setor.
Atuação Política
Para responder a esses ataques, ao longo
do ano, foram intensos os contatos entre a entidade e representantes no
Executivo, Legislativo e Judiciário no sentido de sublinhar a gravidade
da situação e propor medidas que possam ajudar a mitigar os efeitos
negativos da falta de competitividade que acomete o setor.
Dentre os pleitos proposto pela entidade
em nível nacional, estão: a inclusão de toda a indústria gráfica entre
os setores contemplados pela desoneração na folha de pagamento no âmbito
do Plano Brasil Maior; a extensão da alíquota zero do PIS/Cofins para a
atividade de impressão de livros no Brasil, uma vez que olivro é
produto imune e já não paga as contribuições quando vendido ou
importado; e a retirada de insumos da indústria gráfica da lista de cem
produtos que tiveram suas alíquotas de importação elevadas pela Camex.
“Embora os resultados deste trabalho
ainda estejam sendo gestados, temos percebido uma crescente
sensibilização para o problema em ministérios estratégicos como o da
Fazenda e o MDIC”, afirma o presidente da ABIGRAF Nacional, Fabio Arruda
Mortara. “Para ganharmos esta guerra, precisamos continuar mobilizados
para mostrar que é a saúde de mais de 20 mil empresas, responsáveis pela
geração e manutenção do emprego de aproximadamente 222 mil brasileiros,
que está em jogo”, conclui Mortara.
Fonte: ABIGRAF
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