Gilberto Strunck, quando iniciou sua carreira como design, teve que enfrentar um mercado bem diferente do visto atualmente - recheado de recursos tecnológicos e hoje atrativo para as empresas.
"Não existia um mercado", lembra o executivo da Dia Comunicação uma das primeiras empresa de design no país. Hoje o profissional, com seus 40 anos de experiência tenta lidar com as mudanças do segmento, que já é responsável por empregar mais de 103 mil profissionais no núcleo criativo.
"O design extrapolou a parte estética, houve uma verdadeira revolução em que o design virou um negócio importante para as empresas", diz Strunck que também atua como professor da Escola de Belas Artes da UFRJ e sabe bem que um bom design é capaz de fazer com que a marca de uma companhia se diferencie e se torne objeto de desejo, estimulando vendas e a preferência do consumidor.
"É o mesmo que comer com os olhos, faz parte do processo. A marca hoje pode ter expressões sensoriais como aroma, sabor e som."
E na hora de construir ou reformular uma marca é preciso cuidado para não perder dinheiro no final do processo. Como exemplo, o designer lembra do caso Coca-Cola, empresa de bebidas que encerrou 2012 como a segunda marca mais valiosas do mundo.
A companhia fez uma reformulação da marca nos anos 80 pois estava perdendo espaço para a Pepsi.
"Eles desenvolveram uma nova fórmula e criaram a New Coke que não deu certo com o público americano. A reação do público mostra que não é simples mudar uma marca, principalmente a Coca-Cola que é considerada um patrimônio."
O executivo também destaca um acerto da empresa com a criação da garrafa countour, conhecido como um dos maiores exemplos do design, tendo contribuído para a formação da personalidade da companhia.
E se de um lado algumas empresas fazem mudanças radicais, do outro existem casos em que a atualização da marca é quase imperceptível. "Existem maneiras de reposicionar a marca no mercado sem exigir grandes mudanças. É uma espécie de plástica, uma atualização que ajuda a deixar a marca mais contemporânea no mercado."
Profissionais
As mudanças no perfil do profissional que atua na área de design, que hoje tem salário médio de R$ 2,363 segundo levantamento da Firjan, são fatores importantes para a evolução das marcas.
"Antes para se tornar um design os profissionais tinham que ter a habilidade de desenhar. Hoje você pode expressar suas ideias por meio da tecnologia." Ainda sobre os novos profissionais o executivo é rápido: "Eles são mais descrentes da publicidade e acreditam mais nas verdades da web, é uma garotada mais digital."
Fonte: Design Brasil
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