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quarta-feira, 20 de maio de 2009

Perdigão e Sadia confirmam megafusão que cria a Brasil Foods

A Sadia e a Perdigão anunciaram oficialmente nesta terça-feira, por volta das 9h, a fusão entre as duas empresas. "Da associação resultará a BRF Brasil Foods S.A. com sede social na cidade de Itajaí, Santa Catarina", informaram as empresas em comunicado conjunto enviado ao mercado.

As empresas convocaram entrevista coletiva em São Paulo para esclarecer dúvidas sobre a transação. Participam os presidentes dos conselhos da Sadia, Luiz Fernando Furlan, e da Perdigão, Nildemar Secches --ontem, eles jantavam em um restaurante em São Paulo enquanto o contrato era assinado.

Segundo o comunicado, o acordo foi aprovado pelos Conselhos de Administração das duas empresas e ainda precisa passar por adesão dos acionistas de ambas. "A concretização da associação também depende da apresentação da operação aos órgãos antitruste de outras jurisdições nas quais essa exigência legal seja necessária, em virtude de a Perdigão e a Sadia possuírem operações."

Entre esses orgãos estão, por exemplo, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e a SDE (Secretaria de Direito Econômico).

No processo de fusão previsto, a Perdigão muda de nome para BRF e a Sadia para HFF, e em seguida ocorre a incorporação das ações da HFF pela BRF. Os Conselhos de Administração das duas empresas serão formadas pelas mesmas pessoas, e o presidente de uma será co-presidente da outra.

A Brasil Foods ainda realizará uma oferta pública de ações no valor estimado de R$ 4 bilhões, que segundo as empresas tem o objetivo de captar recursos.

Conforme as empresas, as ações da Brasil Foods continuarão a ser negociadas no Novo Mercado, ambiente da Bovespa que exige maior grau de governança corporativa e em que hoje está listada a Perdigão.

O comunicado não cita a entrada do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) no negócio, mencionado como um dos investidores na oferta.

Brasil Foods

A nova empresa nasce com os apostos de décima maior empresa de alimentos das Américas, segunda maior indústria alimentícia do Brasil (atrás apenas do frigorífico JBS Friboi), maior produtora e exportadora mundial de carnes processadas e terceira maior exportadora brasileira (atrás de Petrobras e da mineradora Vale).

Com cerca de 119 mil funcionários, 42 fábricas e mais de R$ 10 bilhões em exportações por ano (cerca de 42% da produção), a gigante surge com um faturamento anual líquido de R$ 22 bilhões.

A fusão foi concretizada depois de meses de negociações. A elaboração final do contrato, informa a reportagem, foi marcada por muitas idas e vindas entre advogados e executivos de bancos de investimentos envolvidos no acordo.

As discordâncias eram com relação ao valor patrimonial do banco Concórdia, que pertence à Sadia. Desde o início, estava decidido que a área financeira do grupo ficaria fora da BRF. A avaliação de seu valor para baixo, no entanto, significou milhões de reais a menos em ações, para os acionistas da Sadia.
Carnes: valor total da fusão sadia/perdigão é estimado em r$ 10 bilhões

SAFRAS (19) - O diretor financeiro e de Relações com Investidores da Perdigão, Leopoldo Viriato Saboya, disse em teleconferência com analistas, há pouco, que o valor total da operação da fusão com a Sadia pode ser estimado em R$ 10 bilhões. Segundo ele, pelos valores envolvidos nas duas relações de troca de ações, o valor de mercado da Sadia foi avaliado em R$ 3,2 bilhões e o da Perdigão em R$ 6,8 bilhões. Já a venda da Concórdia Holding Financeira para os controladores da Sadia, condição para o fechamento da operação, foi avaliado entre R$ 60 milhões a R$ 80 milhões.
Os sócios da HFF, empresa criada para realizar a venda da Concórdia Holding Financeira, serão 92% dos acionistas preferencialistas da Sadia, e nesta primeira troca de ações, na relação de 0,166247 ação ordinária da BRF (nova razão social da Perdigão) para cada ação ordinária de emissão da HFF, os papéis da Sadia foram cotados a R$ 5,59 e os da BRF (Perdigão) a R$ 33,65. Esta transação, segundo Saboya, deverá ser realizada daqui a 30 ou 40 dias.

Já na segunda troca de ativos participarão 8% dos acionistas da Sadia, com uma relação de 0,132998 ação ordinária de emissão da Brasil Foods (BRF) para cada ação ordinária ou preferenciais de emissão da Sadia. Estes papéis foram cotados a R$ 4,48 (Sadia) e R$ 33,65 (BRF/Perdigão). Para esta transação, a expectativa é que ocorra em julho, assim como a capitalização de R$ 4 bilhões via oferta pública de ações.

Saboya também disse que haverá ágio na operação decorrente da relação Preço-Lucro (PL) da Sadia que está muito baixo, mas ainda não sabe qual será o montante.

Há pouco, as ações preferenciais da Sadia (SDIA4) caíam 2,85%, a R$ 4,42; as ordinárias da Perdigão (PRGA3) recuavam 5,09%, a R$ 34,45 e as ordinárias da Sadia (SDIA3) desvalorizavam 7,07%, a R$ 5,25.

A fusão entre Perdigão e Sadia


Sempre olhei com bons olhos o setor de alimentos e o considero obrigatório em qualquer carteira de ações. Além da preocupação em não concentrar meus investimentos em commodities, acredito que seja um dos setores mais promissores no longo prazo.

O ritmo de produção de alimentos no mundo não vem acompanhando a demanda devido ao rápido crescimento populacional. Na revista Veja do ano passado, lembro da reportagem com o título “Vai ter (comida) para todo mundo?” que começava com a frase: “O planeta mal consegue alimentar 6,7 bilhões de bocas hoje. O que ocorrerá em 2050, quando seremos 9,2 bilhões de terráqueos? A comida será cara e rara como nunca.”

Neste setor, temos algumas opções de investimento: Sadia, Perdigão, Marfrig, JBS Friboi, M Dias Branco, Minerva, Açúcar Guarani. Neste post vou focar apenas em Perdigão e Sadia, pela semelhança entre as empresas e pela especulação que saiu hoje no jornal Valor Econômico sobre uma possível fusão entre as rivais.
As duas empresas possuem faturamento e valor de mercado muito semelhantes, o que mostra que estão competindo lado a lado no setor. A grande diferença é na variedade de produtos oferecida pela Perdigão e quantidade de centros de distribuição. No caso de uma fusão, a unificação dos centros de distribuição causaria grande efeito sobre as despesas.

Os gráficos acima mostram que as rivais são quase idênticas no mix de produtos vendidos para o mercado interno e externo. No mercado doméstico, a receita de processados/industrializados é dominante. Já no mercado externo, o que prevalece é a venda de aves e suínos in natura.

O resultado de 2007 foi favorável à Sadia, que conseguiu maior margem de lucro.

Fusão entre Sadia e Perdigão

Grandes fusões entre rivais já aconteceram mo mercado brasileiro. Em 1999 nasceu a Ambev, com a junção entre Brahma e a Antarctica. Há pouco tempo nasceu a B2W - inicialmente formada por Americanas.com e Submarino.

Como resultado, as fusões fortalecem a empresa e geram uma economia gigantesca em sinergias. No caso da B2W, é estimada uma economia de 800 milhões com a unificação dos centros de distribuição, logística e outros cortes de despesas. De acordo com a matéria publicada hoje no Valor, a fusão entre Sadia e Perdigão poderia poupar até R$ 1,8 bilhão para a nova empresa.

A diferença nesta fusão seria o motivo: a situação financeira delicada da Sadia. De acordo com analistas, a situação também pode ser resolvida com injeção de capital pela entrada de novos investidores (provavelmente o BNDES).

Em 2006 a Sadia fez uma oferta hostil aos acionistas da Perdigão para conseguir o controle da companhia, mas não conseguiu aceitação da maioria (na época a Previ, em nome dos detentores de 55% do capital de empresa, recusou).

Com receita anual de mais de R$ 20 bilhões e portfólio de mais de 3.000 produtos, ela será líder nos segmentos de massas congeladas, carnes congeladas, pizzas congeladas, margarinas e carnes industrializadas.

Fontes:
folha.uol.com.br
ultimosegundo.ig.com.br
investidorjovem.com.br

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