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quinta-feira, 21 de maio de 2009

De tão feio, Palio anterior nem foi rebaixado a Fire; novo melhorou

Modelo 2010 ganha a frente do Siena e resolve seu conflito de linhas estranhas

Giorgetto Giugiaro não foi eleito o designer do século passado à toa. Desenhou ícones da indústria como o Volkswagen Golf (1974), o Fiat Uno (1983), o Lotus Esprit (1972) e até o De Lorean DMC (1981). É aquele carro futurista movido a casca de banana do filme "De Volta para o Futuro" (1985).
Giugiaro, um italiano de 70 anos -40 desenhando carro-, também deu vida a outro mito: o Palio. Acredite, o Palio, de 1996, é um mito. Apareceu no momento exato em que todos acreditavam em um carro mundial e, anos depois, viram que era uma ingênua utopia.
Ou você viu o Palio 2010 no site da Fiat na Itália? Nem pensar. Ele só é feito aos borbotões em Betim (MG) e é vice-líder há anos do mercado brasileiro.
Só que meteram o bedelho no desenho de Giugiaro. O primeiro Palio tinha linhas harmoniosas e, até a chegada do Peugeot 206, era belo.
Quatro anos depois, em setembro de 2000, veio a primeira reestilização, e tudo mudou. A simetria não era essas coisas, mas não comprometia o legado.
De novo, a mão santa de Giugiaro mudou a cara do Palio. Foi em outubro de 2003. A fluidez voltou a correr solta pelas linhas do compacto, que perdura até hoje como Fire Flex.

Feio é você
Numa noite mal dormida, desenharam então um substituto para ele. Giugiaro não estava lá em março de 2007 e perderam a mão. O carro ficou feio.
Parecia projetado por um estúdio amador de design chinês. A traseira tinha uma lanterna exagerada, e a frente, zero de carisma. Só faltava aquele singelo adesivo do para-brisa do primeiro Ka: "Feio é você!".
É a melhor explicação para uma vida tão curta -apenas um ano e nove meses-, a menor das quatro gerações do Palio.
Ele nem sentiu o gosto amargo de ser rebaixado para Fire, como ocorreu nas outras gerações. Foi simplesmente banido.
Mas agora o Palio com toque de Siena volta a ser agradável de olhar. Lança mão de um recurso que o recalcado Siena um dia chamou de "size impression" (impressão de tamanho).
Explica-se: as linhas horizontais dão ideia de maior largura. A grade pronunciada passa um quê de comprido. Pura impressão, com pouco efeito prático.
O que o Palio tem de real é o que faz dele um sucesso de vendas. É fácil de guiar, tem comandos macios e bem assistidos, manutenção realista e pode ser vendido na porta de uma padaria, com o troco do pão quente. (FABIANO SEVERO)

Fonte: Folha de S.Paulo

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