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quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Embalagens ganham tecnologia para conservar bem os alimentos


Um vasilhame pode ser mais que uma embalagem. Ele pode dar sabor, transferir conservantes e evitar a proliferação de fungos e bactérias, prolongando a vida dos alimentos. Todas essas novas atribuições estão sendo pesquisadas pelo Laboratório de Embalagens do Departamento de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Viçosa (UFV) para o desenvolvimento de embalagens ativas e inteligentes.

A coordenadora do Laboratório, a pesquisadora Nilda Ferreira Soares, explica que as embalagens inteligentes se comunicam com o consumidor através de símbolos. Já as ativas são aquelas que interagem com o produto embalado. "Elas transferem para o alimento algum composto, enzima, bactericida, aroma ou conservante. A embalagem aromatizada, por exemplo, pode repassar para o alimento o aroma de bacon, alho ou queijo. Também podemos colocar na embalagem o conservante que tradicionalmente é adicionado ao alimento durante o processo industrial", explica Nilda Ferreira Soares.

As pesquisas têm um mesmo objetivo: tornar os alimentos mais saudáveis e mais próximos do natural. Para isso, alunos do mestrado, doutorado e bolsistas de iniciação científica do Departamento de Tecnologia de Alimentos da UFV desenvolveram filmes antimicrobianos que podem ser utilizados em pães, leites, carnes e queijos. A técnica incorpora diferentes aditivos químicos, aprovados pelo Ministério da Saúde, em materiais usados para embalar os alimentos, seja papel ou plástico.

A professora Nilda dá como exemplo o pão-de-forma que, apesar de ter um índice elevado de propionato - substância que inibe o crescimento de microrganismos -, é um produto facilmente perecível. Caso estivesse acondicionado em uma embalagem ativa, o conservante seria liberado gradativamente e só chegaria à sua carga máxima no final do prazo de validade. Até agora, foram usados propionato e sorbato em pães-de-forma, nisina em queijo e lactato de sódio em salsichas.

As embalagens inteligentes têm outra forma de funcionamento. Em vez de interagir com o produto, elas se comunicam diretamente com o consumidor. Um exemplo de embalagem inteligente é a que avisa a temperatura do produto, já utilizada pela indústria da cerveja, mas que pode também ser utilizada em embalagens de sopas prontas e produtos lácteos. Outra linha de pesquisa da Universidade de Viçosa é a de bio-sensores que, aplicados em fitas ou nos códigos de barra, podem indicar, por exemplo, se o produto foi estocado de forma adequada.

As pesquisas do Laboratório de Embalagens da UFV começaram em 1998 e o primeiro projeto, Controle Microbiológico de Alimentos Através do Uso de Embalagens Ativas, já tem seus resultados em processo de patente.

(Fonte: O Tempo, 12 de outubro de 2008)

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