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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

SP tem 62,7% dos domicílios nas classes baixa e média

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A maioria dos domicílios paulistas (62,7%) vive com renda per capita de até R$ 914, pertencendo ao que a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) classificava como famílias de classes baixa e média na época do censo de 2010, que serviu como base de dados para a análise da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade).

No ano do censo mais recente, a proporção de domicílios paulistas considerados pobres ou vulneráveis, usando a classificação proposta pela SAE - com renda inferior a R$ 261 - equivalia a 16,5% total. Em uma família de quatro pessoas, a renda total para este segmento é menor do que R$ 1.044. A classe média (renda entre R$ 261 e R$ 914) respondia por 49,2% do total.

Já a classe alta - com ganho mensal de R$ 914 per capita, pela classificação da SAE - responde por pouco mais de um terço dos domicílios paulistas (34,3%). Assim, 83,5% das residências no Estado são de classe média ou alta.

Desde 2010, a SAE já fez uma atualização nesta classificação de segmentos sociais. Atualmente, são considerados extremamente pobres os que possuem renda familiar per capita de até R$ 81. Os pobres são aqueles com renda per capita entre R$ 81 e R$ 162 e os vulneráveis tem renda familiar per capita entre R$ 162 e R$ 291. A classe média é dividida entre baixa classe média (renda familiar per capita entre R$ 291 e R$ 441), média classe média (de R$ 441 a R$ 641) e alta classe média (de R$ 641 a R$ 1.019). A classe alta é dividida entre baixa classe alta (de R$ 1.019 a R$ 2.480) e alta classe alta (acima de R$ 2.480).

Municípios - A maioria das cidades do Estado - 627 em números, um total de 97,2% - é majoritariamente de classe média. De acordo com o estudo, em média 59% dos domicílios dos municípios são classe média, com casos em que o segmento representa 70% do total das famílias em determinada cidade. A capital paulista tem média de domicílios de classe média inferior a 50%, pois parcela maior da população se encontra na categoria denominada como classe alta.

As cidades com maior quantidade de domicílios na classe alta do que na classe média, além de São Paulo, foram Águas de São Pedro, Campinas, Jundiaí, Paulínia, Ribeirão Preto, Santo André, Santos, São Caetano do Sul, Valinhos e Vinhedo. Os sete municípios com predomínio de domicílios pobres, por sua vez, se concentram no sul do Estado, ao longo do Vale do Ribeira. A avaliação do Seade é de que os números apontam que a classe média está distribuída por todas as regiões do Estado.

"A pobreza, tal como definida pelo governo federal, constitui agora um fenômeno crescentemente concentrado em termos geográficos, manifesta-se em pequenos municípios mais isolados e nas periferias urbanas das grandes cidades." Em números absolutos, o número de domicílios pobres ou vulneráveis chega a 2,1 milhões no Estado, de acordo com o Seade.

Escolaridade - No caso dos domicílios de classe média, 60,2% dos adultos entre 24 e 59 anos concluíram o ensino fundamental. Entre a população dessa faixa etária de classe alta, o número sobe para 86%. A disparidade se repete entre os jovens de 18 a 29 anos. Enquanto 18% dos de classe média possuem menos de oito anos de estudo, na classe alta o número cai para 5,4%. Na mesma faixa etária, 29,8% dos jovens de classe alta possuem ensino superior completo contra menos de 5% na classe média.

Entre a classe média, 19,2% dos jovens de 18 a 29 anos estudam e 41,6% deste número frequentam instituições privadas de ensino. Na classe alta, mais de um terço dos jovens ainda estuda e 71,4% frequentam instituições particulares. Segundo a avaliação do Seade, os dados podem evidenciar que os serviços privados em áreas como saúde e educação "começam a competir de forma mais intensa com os serviços públicos, sobretudo nos estratos mais altos da classe média".

Demandas da classe média - O estudo divulgado nesta quarta-feira avalia que a população emergente tem novas necessidades relacionadas ao maior acesso a produtos, serviços e mecanismos de crédito. Neste cenário, serviços oferecidos por meio da internet e de telefone celular ganham importância. "Isso exige que o Estado aprofunde as estratégias de atendimento a distância." Além disso, o Seade aponta que é necessário traçar estratégias que auxiliem a população a poupar e consumir com responsabilidade.

"O Estado também precisa ficar atento à necessidade de proteção social dos estratos mais baixos da classe média devido ao risco de esses domicílios voltarem à situação de pobreza e vulnerabilidade", aponta o estudo. Dentre a população ocupada na classe média, 82,2% possuem carteira de trabalho assinada contra 21,3% que não possuem.

"Devem ser fomentadas ações que favoreçam a expansão das oportunidades para esse segmento populacional, como a educação continuada, a oferta de qualificação profissional para reduzir a rotatividade no trabalho (e o desemprego) e o desenvolvimento de mecanismos de crédito e assistência gerencial para autônomos e empreendedores."

Fonte: Istoé Dinheiro

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