Por que a marca americana de malas Tumi conquistou executivos e famosos, como Barack Obama, Brad Pitt e Tom Cruise.
Se o personagem do ator George Clooney no filme “Amor Sem Escalas”, que
retrata a rotina de um executivo especializado no enxugamento de
pessoal, que passa a vida em viagens a bordo de aviões pelos EUA, com
mais de dez milhões de milhas acumuladas na companhia aérea, fosse uma
pessoa da vida real, ele provavelmente seria um cliente da grife
americana Tumi, fabricante de malas e acessórios. A marca virou febre
entre celebridades de Hollywood, como os atores Brad Pitt, Tom Cruise,
Cameron Diaz e as gêmeas Mary-Kate e Ashley Olsen, além de poderosos
como o presidente Barack Obama. Os números comprovam o sucesso da grife.
Em 2011, o faturamento cresceu 30% sobre o ano anterior, batendo o
recorde de US$ 330 milhões.
Segundo Jerome Griffith, CEO da Tumi, os famosos que,
espontaneamente, se tornaram garotos-propaganda da empresa foram
responsáveis por parte da disparada nas vendas. “Apesar de os EUA ainda
serem o nosso maior mercado, devemos muito do sucesso aos BRIC”, afirma.
Embora as malas, que custam cerca de R$ 5 mil, sejam o carro-chefe da
marca americana, Griffith gosta de descrevê-la como “uma grife de
produtos para pessoas em trânsito”. Por isso, além das peças mais
conhecidas, entram no portfólio todos os tipos de acessórios para
viagem, como maletas, bolsas, carteiras, porta-eletrônicos, até
tapa-olhos e caixas para lentes de contato. “A ideia é se posicionar
como uma grife de lifestyle.”
Ao que tudo indica, os negócios estão indo bem. Em sua primeira
passagem pelo Brasil, o executivo afirmou à DINHEIRO que está muito
otimista em relação à economia do País e com os negócios da marca. No
mercado local, as operações são comandadas pelos empresários Camila e
Giuliano Fernandes, representantes oficiais da Tumi. “Em alguns países,
como o Brasil, com certas particularidades e burocracias, é mais seguro
crescer com o apoio de parceiros locais”, diz Griffith, ex-executivo de
grifes de vestuário como Gap e Esprit. Sem divulgar números, Fernandes
afirma que a loja inaugurada em março no shopping Iguatemi, na avenida
Faria Lima, em São Paulo, tem sido um sucesso de vendas, o que deve
motivar a abertura de novas unidades.
“Ainda não há nada definido, mas o cenário é bastante positivo”,
afirma Fernandes. “Nosso plano inclui a abertura de lojas também em
outras capitais, como Rio de Janeiro e Brasília.” Mundo afora, a Tumi
tampouco tem do que reclamar. São quase 100 lojas e 1,6 mil pontos de
venda em 70 países, um feito raro para uma marca com pouco mais de três
décadas de história. Segundo Griffith, o segredo do negócio está na
aliança entre tecnologia e design. Para ele, a Tumi sempre foi
reconhecida pela funcionalidade e resistência de seus produtos – eles
seriam até sete vezes mais resistentes do que os das outras marcas
concorrentes. “Temos um mecanismo de rastreamento de bagagem único e
muito eficaz, além de mais de 100 patentes inovadoras”, diz o
executivo.
Mas o que fez a diferença – e tem alavancado os números da
Tumi – é o apreço pelo design. Para isso, a marca firmou parcerias com a
italiana Ducati (ícone de luxo no mercado de motos) e com o designer
israelense Dror Benshetrit, decisão que facilitou a vida de
Griffith desde a sua entrada na marca, em 2009. De acordo com Luciane
Robic, diretora do Ibmoda, a Tumi compreendeu bem o perfil do novo
consumidor de marcas de alto padrão. “O Obama faz parte desse grupo”,
afirma ela. “Um consumidor moderno que não liga somente para design ou
tecnologia, mas, sim, para uma integração dos dois.” O próprio Griffith é
outro bom exemplo do perfil que a Tumi tem conquistado. “Nas últimas
semanas estive em Londres, Xangai, Hong Kong, Tóquio, Cannes, Marrocos”,
diz. “Represento bem o consumidor da marca.”
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