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domingo, 7 de outubro de 2012

A segunda revolução do design

O designer italiano Vanni Pasca faz a curadoria de uma coleção de móveis inspirada no Brasil e produzida com matérias-primas nativas. A proposta é ousada: elevar o status dos produtos brasileiros. 


Cordas que viravam cadeiras, tramados de arames que davam origem a fruteiras, fibras naturais como cúpulas de luminárias. Com esse tipo de reinvenção, os irmãos Fernando e Humberto Campana, de São Paulo, respectivamente arquiteto e advogado, driblaram a deficiência tecnológica da indústria brasileira de móveis e deram uma injeção de ânimo no design. Em 1992, o arquiteto e crítico italiano de design Vanni Pasca ficou impressionado com o trabalho da dupla e os levou, dois anos mais tarde, para expor em uma mostra de design na cidade de Verona, na Itália. Depois disso, os irmãos Campana ganharam o mundo com suas criações e hoje usufruem um prestígio no segmento de mobiliário de luxo.

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Esse foi o primeiro passo da primeira grande revolução do design brasileiro, que até hoje influencia o setor. Agora, o mesmo Vanni Pasca, aos 76 anos, quer promover a segunda guinada no design brasileiro. Em parceria com a loja paulistana A Lot Of, de móveis de alto padrão, a ideia é fazer um mapeamento das matérias-primas do País e de sua capacidade produtiva, para que depois dez designers de todo o mundo – um deles brasileiro – desenhem peças de acordo com as necessidades do País. Para isso, Pasca vai trabalhar junto ao designer e proprietário da A Lot Of, Pedro Franco, que também recebeu o reconhecimento do crítico. 

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A poltrona Orbital, que saiu da prancheta de Franco, foi capa do livro Scenari del giovane design (Cenário do design jovem, em tradução literal), lançado em 2002, organizado pelo agora companheiro de empreitada. “Estamos fazendo uma seleção do dream team do design internacional”, afirma Franco, um dos profissionais influenciados pelos Campana. Ele diz ter investido R$ 120 mil nesse levantamento. A previsão é de que o custo total até o desenvolvimento da capacidade produtiva da coleção será de cerca de R$ 1 milhão. “A proposta é genial, como outras que já foram tentadas”, afirma Giovanna Ruiz, consultora de mercado de luxo e professora da Universidade Anhembi Morumbi. 
 
“Mas se a coleção emplacar, pode redefinir os rumos da indústria moveleira nacional de alto padrão em todo o mundo.” O objetivo é que essa coleção esteja pronta em abril do ano que vem, a tempo de expor as peças no Salão Internacional do Móvel de Milão, a mais importante exposição do setor. Só neste ano, o evento teve 292 mil visitantes, sendo 188 mil estrangeiros de 154 países, de acordo com a Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio e Indústria. Franco quer aproveitar para mostrar as dez peças da coleção, que vai se chamar A Lot of Home, e tirar uma temperatura da receptividade. Se der tudo certo, os itens começam a ser vendidos no Brasil.
 
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 Fonte: Istoé Dinheiro

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