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segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Marcello Serpa - Empreendedor de 2008

Marcello Serpa é um dos nomes escolhidos pela revista Isto é Dinheiro como "Empreendedor de 2008", representado a categoria Publicidade.

O outros nomes são: Cledorvino Belini (Indústria), Marcello Odebrecht (Infra-estrutura), David Barioni (Transporte), Pedro Moreira Salles e Roberto Setubal, como Emprendedores do ano.

A matéria completa, com o perfil de cada um pode ser vista no link abaixo:
http://www.terra.com.br/istoedinheiro/edicoes/584/os-grandes-nomes-de-2008-no-ano-que-comecou-sob-118334-1.htm

Veja abaixo sobre Marcello Serpa no Especial Empreendedor 2008.

Ele já havia conquistado todos os prêmios que poderia. Mas faltava um: o Clio Lifetime Achievement Award, ganho em 2008 pelo conjunto de sua obra

"Os mais espertos investirão mais na imagem. Os covardes ficarão para trás"

Marcello Serpa trabalhava diante do computador quando a secretária avisou que o americano Tony Gulisano, organizador do Clio Awards, um dos mais importantes prêmios de publicidade do mundo, queria falar com ele pelo telefone. Serpa, premiado criativo e sócio da agência AlmapBBDO, atendeu a ligação prontamente. "Eu achava que ele queria saber o que eu pensava sobre os profissionais brasileiros, sei lá, que precisava de alguma ajuda", conta Serpa. A conversa, entretanto, foi bem além de suas expectativas. Gulisano só estava ligando para avisá-lo de que ele era o vencedor do Clio Lifetime Achievement Award, um prêmio por todo o conjunto de sua obra, por tudo o que ele já havia criado em toda a sua vida. "Recebi o Clio com apenas 45 anos de idade!", se surpreende. "Ainda tenho muito a criar, muito a contribuir para a propaganda", diz ele. Para se ter uma idéia da dimensão do Clio, apenas gigantes da propaganda mundial como, por exemplo, John Hegarty, chairman da BBH, e David Abbott, co-fundador da Abbott Mead Vickers, levaram o troféu para casa. Detalhe: Serpa foi o único latino-americano a vencer. Esse fator entre outros fez de Serpa o Empreendedor do Ano na Publicidade em 2008. "Não me considero um empreendedor, me considero um criativo, tudo o que conquistei foi criando", diz Serpa.

Dados do ranking do Ibope Monitor mostram que, de janeiro a outubro deste ano, a AlmapBBDO faturou mais de R$ 1, 45 bilhão

Apesar da modéstia do publicitário, ele é, sim um empreendedor nato. Além de vencer quase todos os prêmios existentes na indústria da propaganda - em 2008, a AlmapBBDO foi a segunda mais premiada do mundo no Festival de Cannes -, Serpa, ao lado de seu sócio, José Luiz Madeira, construiu uma das agências mais importantes do Brasil. De acordo com o ranking do Ibope Monitor, de janeiro a outubro de 2008, a AlmapBBDO faturou R$ 1,45 bilhão, quase o mesmo valor alcançado no ano todo de 2007. Essa façanha foi conquistada com a chegada de novas contas como a da empresa de tecnologia HP, a fabricante de preservativos Jontex e a marca de cachaça Sagatiba. "Este ano foi espetacular para a Almap", diz Serpa. O sucesso da empresa, diz ele, é resultado de uma dobradinha entre os departamentos de planejamento e de criação. "A Almap não é uma agência de um nome só. Não temos um presidente e todas as decisões são divididas entre mim e o Madeira", diz Serpa, referindo-se ao seu sócio. "Na Almap, o que prevalece é o trabalho coletivo."

Ao ver Serpa falando da dobradinha com o seu sócio e do trabalho em equipe, há quem pense que ele está apenas fazendo média para não ferir os egos de seus parceiros. Ledo engano. A tabelinha entre o planejamento e a criação é fundamental na execução das peças criadas por Serpa. A campanha do novo Gol, lançado recentemente pela Volkswagen, serve como exemplo. Antes de criar, a agência e a montadora realizaram diversas pesquisas com os consumidores para saber o que eles achavam do carro, o que mais chamava à atenção. A resposta foi unânime: a maioria tinha adorado o design do carro. Havia, porém, um problema. Grande parte dos entrevistados acreditava que o veículo havia perdido a força. "O carro era tão bonito que as pessoas tinham medo que não durasse", lembra Serpa. Com os resultados em mãos, ele, então, pensou em algo que pudesse refletir a beleza e a força - além, é claro, de entreter os consumidores. Daí surgiu a campanha com Gisele Bündchen, representando o design, e Sylvester Stallone, o eterno Rambo, simbolizando a força. "É uma das campanhas mais lembradas do Brasil neste ano, incluindo todos os segmentos", diz Marcello Olival, gerente-executivo de propaganda e marketing da Volkswagen.

Pode parecer simples, mas, nos dias de hoje, em que existem diversas mídias, esse resultado é cada vez mais difícil de ser atingido. "Na essência, a propaganda não mudou. O nosso trabalho é provocar a atenção do consumidor, fisgá- lo, convencê-lo, seduzi-lo." O que mudou foram os meios de fazer isso. "Hoje é muito mais complexo, tem de ser muito mais certeiro", diz ele. Os clientes aprovam esse comportamento do publicitário. "As criações de Serpa são muito boas, quase obras de arte", diz Rui Porto, consultor de propaganda e mídia da Alpargatas, que produz as sandálias Havainas. "Existem muitos criativos com idéias geniais, mas poucos conseguem traduzi-las com bom gosto e sofisticação como o Serpa", elogia. Basta ver o que ele fez com a marca Havaianas. A Almap possui a conta das "legítimas" desde 1993, quando a agência foi fundada e ao mesmo tempo que a Alpargatas pretendia reposicionar o produto no mercado. "Ele e a Almap são partes integrantes do sucesso das Havaianas", diz Porto. "Junto com os outros departamentos da empresa, ajudaram a transformar uma commodity em acessório de moda."

"Existem muitos criativos com idéias geniais, mas poucos conseguem traduzi-las com bom gosto e sofisticação como o Serpa", diz Rui Porto, da Alpargatas

Parte do sucesso do publicitário mora em um ponto que, apesar de simples, é dificílimo de encontrar no mercado. "O Marcello Serpa é acessível, escuta o que a gente quer e troca muitas idéias conosco", diz Olival, da Volkswagen. "Ele não tem estrelismo e isso facilita muito o nosso trabalho." Outra característica marcante de Serpa é o otimismo. Mesmo diante da crise econômica, ele afirma que as empresas conseguirão driblar a desaceleração da economia. "Os mais espertos investirão mais na imagem. Os covardes ficarão para trás", afirma. Para exemplificar o que chama de oportunidade, ele lembra do filme Grand Prix, clássico de 1966, que retrata as disputas da Fórmula 1. Na produção, um piloto francês, interpretado pelo ator Yves Montand é indagado sobre o que faz quando há um acidente e a fumaça toma conta da pista. Sem titubear, ele responde: "Acelero porque sei que os outros vão pisar no freio." Se depender de Serpa, o velocímetro da AlmapBBDO continuará a mil por hora.

Fonte: http://www.terra.com.br/istoedinheiro/edicoes/584/artigo118276-1.htm

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