Quem são os cinco personagens que fizeram a diferença no cenário econômico nacional em 2011.
A expressão Dream Team, usada originalmente para nomear a seleção nacional de basquete dos Estados Unidos, na Olimpíada de 1992, em Barcelona, não se limitou a identificar o quinteto estrelado por Magic Johnson, Michael Jordan e Larry Bird. Com o correr do tempo, Time dos Sonhos, na tradução para o português, passou a identificar um grupo de pessoas altamente capacitadas, capazes de fazer a diferença em seu setor de atividade. É o caso do time eleito pela revista DINHEIRO no prêmio EMPREENDEDOR DO ANO 2011. O banqueiro André Esteves, fundador do BTG Pactual, é um nome que esteve por trás dos maiores negócios realizados no País, como a venda bilionária da cervejaria Schincariol para a japonesa Kirin. Johnny Saad, está reinventando o grupo Bandeirantes, que entra diariamente na casa de 88 milhões de brasileiros com seus programas de televisão aberta e a cabo, rádios, jornais e veículos multimídia. O carioca Julio Vasconcellos, em pouco mais de um ano e meio, fez de sua empresa de compras coletivas Peixe Urbano um fenômeno do mercado digital brasileiro, reunindo mais de 15 milhões de clientes. José Luiz Gandini, presidente da Kia Motors do Brasil, aumentou em 50% as vendas da marca, a número 1 entre as importadas. O time é completado pelo ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, um dos principais articuladores do Plano Brasil Maior. Conheça, a seguir, suas histórias de sucesso.
André Esteves
O BTG Pactual esteve envolvido nos principais negócios do Brasil em 2011: do banco PanAmericano à venda da Schincariol. Agora, prepara-se para ocupar a América Latina.
O banqueiro carioca André Esteves, 43 anos, é um dos homens mais ricos do Brasil. Com uma fortuna estimada em US$ 3 bilhões, o dono do banco de investimento BTG Pactual, no entanto, tem um estilo de vida sem qualquer tipo de ostentação e pode ser considerado espartano para o seu padrão de renda em relação a muitos de seus pares. Há quatros anos, Esteves dirige o mesmo carro, um Mercedes de sete lugares, que o deixou recentemente na mão por um problema na ignição. Mantém o hábito de almoçar no escritório. Tido por seus sócios como um workaholic de carteirinha, ele chega por volta das 8 horas na sede do BTG Pactual, em São Paulo, e só vai embora depois das 22 horas. As férias se resumem a duas semanas por ano. No domingo à noite, reúne os principais sócios em sua casa, na capital paulista, para começar a trabalhar. Pizza é o prato preferido nesses encontros. “Sou bom em ganhar dinheiro, não em gastar” é um lema que funciona quase como um cartão de visitas, repetido à exaustão. Em 2011, isso nunca foi tão verdadeiro. Esteves fez negócios em uma velocidade e agressividade impressionantes até mesmo para o seu nível já acelerado de atuação. Tanto que as impressões digitais do financista e do seu BTG Pactual podem ser encontradas nas principais fusões, aquisições e aberturas de capital deste ano no Brasil.
No final de janeiro, comprou uma fatia de 37,6% do quebrado banco PanAmericano, do grupo Silvio Santos, por R$ 450 milhões. Em junho, abriu o capital da Brazil Pharma, sua holding de farmácias, captando R$ 465 milhões. Em setembro, promoveu a fusão da BR Propertiescom a WTorre Properties, da qual era o principal acionista, criando a maior administradora de prédios corporativos e galpões industriais do País, com ativos de mais de R$ 10 bilhões. O BTG Pactual assessorou os irmãos Adriano e Alexandre Schincariol, que venderam 50,45% de sua participação na cervejaria Schincariol, por R$ 4 bilhões, à japonesa Kirin, em um dos maiores negócios deste ano. Na maior oferta pública de ações de 2011, a da Gerdau, que levantou cerca de R$ 4,5 bilhões, lá estavam o banqueiro e seu time. Por essas e outras jogadas, Esteves foi eleito o EMPREENDEDOR DO ANO pela revista DINHEIRO. “Não acredito em banco de investimento que não investe”, diz.
A frase acima é uma espécie de mantra que Esteves gosta de repetir para justificar o seu apetite por assessorar fusões e aquisições, emprestar dinheiro para os negócios e muitas vezes comprar uma fatia das empresas. Às vezes, tudo isso simultaneamente. Considerado por alguns um predador e por muitos um gênio capaz de enxergar oportunidades onde ninguém vê, Esteves é conhecido por seu gosto pelo risco. “Essa é uma visão errada”, diz ele. “Sou sim o homem do controle de risco.” E como fazer isso? “Quando vamos entrar em um negócio, a primeira pergunta que fazemos é quanto dá para perder”, afirma. “Só depois avaliamos quanto podemos lucrar.” Uma de suas qualidades é a capacidade de prestar atenção nos mínimos detalhes. “Ele é um ouvinte atento, rápido e perspicaz em uma discussão de negócio”, diz Abilio Diniz, presidente do conselho de administração do Pão de Açúcar, que teve Esteves ao seu lado na frustrada tentativa deunir o supermercado brasileiro com o francês Carrefour. “Não me surpreende que tenha construído, em tão pouco tempo, um dos maiores bancos de investimentos do País.”
A carteira de empresas da qual o BTG Pactual detém participações reúne algumas das principais companhias do Brasil em seus setores de atuação, como a Rede D’or, maior rede de hospitais da América Latina. No total, são 11 empresas, sendo que nove delas receberam investimentos nos últimos dois anos. “Esteves é um sócio perfeito para nós”, diz Walter Torre, acionista da BR Properties. “Ele enxerga à frente.” Seus detratores alegam que ele teve sorte na condução de seus negócios. Esteves, no entanto, prefere outra explicação. “Descobri uma relação matemática muito produtiva: quanto mais você trabalha, mais a sorte aumenta”, afirma, com fina ironia. O garoto da classe média do Rio de Janeiro teve de “ralar” muito para chegar à condição de banqueiro bem-sucedido e admirado. Formado em matemática, ele foi trabalhar, aos 21 anos, no então banco Pactual, dos empresários Luiz Cezar Fernandes e Paulo Guedes, como analista de sistemas.
Sua cultura foi forjada no ambiente de meritocracia do Pactual, um local tão competitivo em que os primeiros funcionários a encerrar o expediente eram saudados com palmas sarcásticas dos que ficavam. Em 1999, Esteves fazia parte do grupo que afastou Fernandes e assumiu o comando do banco. Sete anos depois, vendeu-o para o suíço UBS por aproximadamente US$ 3,1 bilhões. Em 2009, recomprou o Pactual por US$ 2,5 bilhões, aproveitando-se da crise financeira global. Nascia o BTG Pactual, do qual é o principal acionista. Em dezembro de 2010, o banco recebeu um reforço respeitável ao vender uma fatia de 18% do seu capital, por US$ 1,8 bilhão, para um consórcio formado pelos três maiores fundos soberanos globais – os da China, de Cingapura e de Abu Dhabi – e por algumas dinastias poderosíssimas, como as famílias Rothschild, Agnelli e Santo Domingo. Os próximos passos de Esteves se assemelham a uma estratégia de uma partida do jogo War, nos quais os participantes se digladiam em busca de territórios.
Em 2012, o objetivo do BTG Pactual será o de fechar uma região. “Há uma boa chance de consolidar a América Latina”, afirma Esteves. A primeira movimentação nesse tabuleiro foi o acordo, ainda não finalizado, de fusão com o grupo financeiro chileno Celfin Capital. Sem revelar detalhes, ele diz que avançará com suas tropas pelo continente latino-americano por meio de escritórios próprios e de aquisições. O outro passo será reforçar a presença estratégica no continente asiático. Nos últimos 12 meses, o exército de Esteves estabeleceu uma posição importante na Ásia graças a seus sócios, os fundos soberanos da China e de Cingapura. O BTG Pactual também assinou um acordo de cooperação com o banco japonês Sumitomo. E, por último, comprou 1% da maior corretora da China, a Citic Securities, que abriu o capital em setembro. A rotina de Esteves é o que ele próprio chama de indescritível.
No dia em que recebeu a DINHEIRO, havia participado de 19 reuniões. Mesmo assim, ele segue um roteiro bem planejado. Vai a Londres e Nova York todo mês. Está no Rio de Janeiro a cada 15 dias. Em Brasília, duas vezes por ano. Visita os quatro escritórios regionais, em média, a cada seis meses. Faz essas viagens a bordo de seu jato particular, um luxo para o seu padrão austero. Graças ao jato, pode manter o hábito de sempre voltar para São Paulo e dormir em sua casa. O motivo é simples: Esteves leva diariamente seus filhos à escola. Gosta também de preparar jantares para clientes em sua residência. Em um deles, convidou o empresário Edson de Godoy Bueno, que acabava de abrir o capital da Amil. “Ele escolheu o vinho mais caro de sua adega para comemorar”, lembra Bueno. “Só se esqueceu de um detalhe: não bebo.” Não houve nenhum constrangimento. “Brindei com um suco de laranja e demos muitas risadas.”
Julio Vasconcellos
Em pouco mais de um ano e meio, o criador do Peixe Urbano fez de sua empresa um fenômeno do mercado digital brasileiro, com mais de 15 milhões de clientes cadastrados e um faturamento superior a R$ 120 milhões por ano.
O presidente e cofundador do Peixe Urbano, o primeiro site de compras coletivas do Brasil, é um homem de ação. Em sua agenda diária, Julio Vasconcellos não tem tempo a perder com redação de projetos ou preenchimento de planilhas de Excel. Notívago, ele costuma ficar ligado até altas horas. “Começo a trabalhar por volta das 9h e sigo geralmente até às 2h”, afirma Vasconcellos. Na verdade, sua jornada às vezes ultrapassa esse horário. “Já houve casos de ele chamar a mim ou ao Alex às 4h da manhã por e-mail ou Skype”, diz o sócio Emerson Andrade, citando o terceiro membro da sociedade no Peixe Urbano, Alex Tabor. “O Julio é da madrugada”, diz Tabor, que é americano e mora no Brasil há alguns anos. A informalidade, inclusive nas questões inerentes ao dia a dia de um empresário, é outro aspecto importante da personalidade de Vasconcellos. “Mais relevante do que escrever planos de negócios é agir”, afirma. “É melhor fazer do que falar.” Por tudo o que fez, Julio Vasconcellos é o Empreendedor do Ano na Tecnologia. Em pouco mais de um ano e meio, Vasconcellos transformou sua empresa em um fenômeno do mercado digital brasileiro, com mais de 15 milhões de clientes cadastrados, um faturamento superior a R$ 120 milhões por ano e aproximadamente mil funcionários. São números que colocam o site como um dos casos mais bem-sucedidos na história da internet nacional.
Não foi por acaso. O estilo conectado e realizador é um dos traços mais marcantes desse carioca criado em Brasília, 30 anos, filho de diplomata. A capacidade de antecipar movimentos e tendências é outro de seus atributos e ajuda a entender melhor a rápida trajetória de sucesso do Peixe Urbano. A visão aguçada de negócios foi crucial para fazer o empresário tomar a decisão que mudou sua vida e resultou na formação de um novo nicho no mercado digital brasileiro. Em 2009, Vasconcellos decidiu deixar o Vale do Silício, nos EUA, onde morava desde 2005 e cursava o MBA na Universidade Stanford, para montar uma startup de tecnologia no Brasil. Formado em economia pela Universidade da Pensilvânia, ele farejava que o modelo de compras coletivas, que começara a ganhar musculatura no mercado americano, em breve explodiria também no País. Seu desejo era fincar bandeira nesse novo filão antes de outros empreendedores. Nessa mesma época, no entanto, ele havia sido chamado pelo Facebook para preparar a abertura do escritório do site de Mark Zuckerberg no Brasil.
Vasconcellos funcionaria como uma espécie de representante comercial. Como estava de malas prontas para o País, aceitou o convite e assim acumulou durante um período a dupla jornada, com o Facebook e o Peixe Urbano, empresa que dava os primeiros passos na ocasião. Mas não tardou o momento em que precisou escolher um dos dois caminhos. Isso porque, como o Peixe Urbano começava a se firmar, ele já não conseguia mais conciliar as duas atividades. Alguns profissionais de internet talvez optassem pelo posto de funcionário número 1 no Brasil do Facebook, a maior rede social do mundo. Seria talvez o trajeto mais curto para impulsionar a carreira do que continuar, sem praticamente um tostão no bolso, com uma startup que funcionava no apartamento de Alex Tabor, no bairro do Botafogo, no Rio de Janeiro. Mas a veia empreendedora falou mais alto: Vasconcellos se desligou do Facebook.
“Era escolher entre trabalhar numa empresa grande ou construir algo novo”, diz Vasconcellos. “A segunda opção era a que eu queria.” Não demorou muito até que ele tivesse a certeza de ter feito a escolha certa. A ideia de um site que publica todos os dias ofertas de uma ampla variedade de produtos e serviços caiu no gosto dos internautas brasileiros. O modelo inaugurado no País pelo Peixe Urbano funciona da seguinte forma: os descontos anunciados, que podem oscilar entre 50% e 99%, ficam disponíveis para compra por um período curto, de 24 a 72 horas. Ao final de cada promoção, se uma determinada quantidade de interessados tiver sido alcançada, todas as transações são efetivadas e os consumidores recebem um cupom por e-mail. Esse documento dá direito a adquirir os produtos e serviços, como viagens e roupas. Desde o início da operação, em março de 2010, os descontos oferecidos somam R$ 900 milhões para um total de 20 mil ofertas.
A popularidade da empresa se expressa, por exemplo, pelo fato de ter 900 mil fãs no Facebook e 20 milhões de acessos por mês em seu site. Atualmente, ele está presente em 60 cidades brasileiras. Com a franca expansão por aqui, o Peixe Urbano ultrapassou as fronteiras nacionais em 2011. Hoje, ele atua também na Argentina, no México e Chile, num total de dez regiões nesses países. “Estamos avaliando os resultados”, diz Vasconcellos. “Dependendo do desempenho, estudaremos a entrada em outros países.” O projeto de expansão internacional foi facilitado por duas rodadas de aportes. A primeira delas foi feita no último trimestre de 2010 pela companhia brasileira de venture capital Monashees e pelo fundo americano Benchmark Capital, que também é investidor no eBay e no Twitter. A segunda ocorreu no início deste ano e foi liderada pelo fundo americano General Atlantic, com participação também do Tiger Global Management.
No intervalo entre a chegada dos fundos estrangeiros, a empresa recebeu um apoio que tornou o Peixe Urbano mais popular. Em dezembro de 2010, o apresentador da Rede Globo Luciano Huck adquiriu uma pequena participação e se tornou sócio da companhia. Os recursos obtidos, cujos valores não são revelados, também foram fundamentais para o Peixe Urbano se espalhar pelo Brasil e reforçar a equipe. “Como o nosso crescimento se deu rapidamente, um dos nossos maiores desafios foi, e continua a ser, o recrutamento de profissionais”, afirma Vasconcellos. “É por isso que, na minha visão, a gestão de negócios está ligada à contratação das pessoas certas para os lugares certos.” Com a operação crescendo de forma acelerada, os problemas também surgem.
No mês passado, por exemplo, o Peixe Urbano, assim como seus rivais ClickOn e Groupon, foram autuados pelo Procon de São Paulo após queixas de consumidores insatisfeitos com a qualidade de produtos e serviços oferecidos. O Peixe Urbano reafirma que mantém seu elevado padrão de atendimento e que investe constantemente na melhoria dos serviços. Diante de situações adversas, Vasconcellos não costuma se exaltar. “Nunca o vi perder a paciência”, diz o sócio Andrade. Segundo ele, Vasconcellos é calmo, focado e tem um lado racional bem desenvolvido. “Eu sou um pouco mais enérgico em algumas situações, mas tenho aprendido com ele a sempre manter o equilíbrio”, diz Andrade. Enxergar o cenário de modo mais amplo também é outra vantagem. “O Julio tem um lado de estrategista. Ele olha sempre lá na frente”, diz Tabor.
José Luiz Gandini
O presidente da Kia vai fechar o ano com aumento de 50% nas vendas, mantendo a liderança entre os importadores de veículos. Mas foi no papel de presidente da Abeiva que ele se notabilizou neste ano ao defender as marcas estrangeiras no mercado brasileiro.
As sobrancelhas arqueadas de José Luiz Gandini, presidente do grupo Kia Motors no Brasil, tornam seu semblante severo, que pode intimidar os desavisados. Seus quase dois metros de altura e os trajes impecáveis reforçam ainda mais um estereótipo sisudo. Ledo engano. Dois minutos de conversa com esse descendente de italianos, que nasceu em 1957 em Itu, no interior paulista, já entrega o sotaque da região, e o sorriso fácil. Na rotina do trabalho, porém, o empresário mantém o ritmo acelerado e a adrenalina em alta. A primeira tarefa de Gandini quando chega ao escritório, por volta das 8 da manhã, é abrir o e-mail do seu diretor de vendas para saber quantos carros da marca foram emplacados no dia anterior, e quantos a concorrência vendeu. Em seguida, delega as tarefas para os seus pares, com o objetivo de manter a folgada liderança da empresa coreana em venda de carros importados no Brasil – a Kia detém mais da metade do mercado entre as marcas que ainda não produzem no País. Serão 80 mil unidades comercializadas em 2011, quase 50% a mais do que no ano passado. “Quero aumentar, cada vez mais, minha participação de mercado”, diz o empresário, eleito Empreendedor do Ano na indústria, pela revista DINHEIRO.
Este ano, o desafio é ainda maior, diante do aumento de 30 pontos porcentuais no imposto de importação, que entra em vigor na próxima semana. A medida, anunciada há três meses, fez Gandini bater de frente com o governo federal, no papel de presidente da Associação Brasileira das Importadoras de Veículos (Abeiva). O empresário ganhou projeção nacional ao contestar, em público, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, no dia 15 de setembro. Naquele dia, o ministro convocou a imprensa, em Brasília, para anunciar o aumento da alíquota. Gandini, que se encontrava na capital em busca de detalhes sobre o assunto, nem titubeou. Seguiu para o local marcado e sentou-se na área reservada aos jornalistas. Durante a coletiva, ouviu Mantega explicar que o governo ia aumentar a alíquota para os importadores com o objetivo de estimular a produção local de veículos.
Fernando Pimentel
Economista e amigo da presidenta, o ministro Fernando Pimentel está encarregado de aumentar a competitividade da indústria brasileira.
O convite foi feito logo após a vitória no segundo turno, no dia 31 de outubro do ano passado. “Você já está cuidando da mudança, né?”, disse a então presidenta eleita, Dilma Rousseff, amiga de Fernando Pimentel desde a segunda metade dos anos 1960, quando ambos, ainda jovens, militavam na resistência ao governo militar, foram presos e viveram na clandestinidade. A futura presidenta já dava como certo que o ex-prefeito de Belo Horizonte, candidato derrotado do PT ao Senado por Minas Gerais e um de seus principais conselheiros durante a campanha eleitoral, a acompanharia no governo. Foi a senha para que Pimentel começasse a se preparar mentalmente para mudar sua rotina e, pela primeira vez, morar na capital federal. Mas foi só em dezembro que ele soube em qual prédio da Esplanada dos Ministérios iria trabalhar. A presidenta deu-lhe a notícia de que seria o novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior junto com um pedido: melhorar a competitividade da indústria brasileira, afetada pela concorrência da Ásia e pelo real valorizado, que dificultava as exportações brasileiras de manufaturados.Johnny Saad
O presidente do grupo Bandeirantes comanda investimentos em novas plataformas do conglomerado, que fala com 88 milhões de pessoas no país.
O presidente do Grupo Bandeirantes, João Carlos Saad, mostra entusiasmado uma charge que encomendou ao cartunista Spacca, retratando uma cidade frenética onde telespectadores, ouvintes, leitores e internautas interagem com algumas das 30 marcas do conglomerado de comunicações. Para Johnny Saad, como é conhecido, o desenho traduz perfeitamente o momento do grupo, que cresceu 15% neste ano, para um faturamento próximo de R$ 1,4 bilhão. Através de suas 44 subsidiárias, a Bandeirantes está investindo em novas plataformas, de mídia impressa a internet e canais alternativos. “Queremos acentuar nossa característica multimídia”, afirma o empresário, cujo grupo fala com mais de 88 milhões de pessoas em todo o País. Os números surpreendem. Além dos dois canais abertos em tevê (Band e Canal 21) distribuídos por 100 emissoras em rede, o grupo controla dez estações de rádio com uma rede de 312 emissoras e a segunda maior operadora de tevê a cabo do País em cobertura. Emprega nada menos que 5.400 pessoas. A diversificação nos investimentos de R$ 217 milhões neste ano rendeu a Saad o título de EMPREENDEDOR DO ANO na COMUNICAÇÃO.Fonte: Istoé Dinheiro
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