Relatórios da Untad, OCDE e AIE abordam desafios e vantagens das inovações do setor
O mundo investiu US$ 211 bilhões em tecnologias de energias renováveis em 2010, contra US$ 33 bilhões em 2004, o que representou uma taxa anual de crescimento de 38% no período. A maior parte dos recursos investidos (86%) foi em capacidade de geração de energia, principalmente em projetos de grande escala, como parques eólicos e solares, usinas de biomassa e refinarias de biocombustíveis, informa relatório divulgado pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) em 29 de novembro. Outro documento, publicado em 1º de dezembro pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pela Agência Internacional de Energia (AIE), destaca que a crescente demanda mundial e a necessidade de reduzir drasticamente a emissão de gases de efeito estufa exigem uma transformação na forma de produzir, transmitir e consumir energia.
Até 2050, serão necessários US$ 46 trilhões para reestruturar o setor energético mundial em busca do aumento da eficiência energética, para ampliar o sequestro de carbono, empregar mais energias renováveis e apoiar novas tecnologias, aponta o estudo divulgado pela OCDE em parceria com a AIE. O relatório enumera também as principais ações identificadas para possibilitar a transição para um mundo baseado em energias limpas, entre elas: eliminar os subsídios para combustíveis fósseis, taxar as emissões de gases de efeito estufa, assegurar o estímulo do uso de novas tecnologias por meio de regulações do mercado de energia, aprimorar de maneira radical a eficiência energética e impulsionar a inovação e as políticas de tecnologias limpas.
Entre os exemplos de melhores práticas de cooperação entre países em desenvolvimento, a Unctad cita a parceria entre o Brasil e nações da África no compartilhamento da tecnologia de produção de etanol de cana-de-açúcar. "Basicamente por meio do seu instituto de pesquisa agrícola, a Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária], o governo brasileiro tem desenvolvido um trabalho de expansão em países em desenvolvimento, incluindo 15 países africanos que planejam produzir etanol com tecnologia brasileira e sob supervisão do Brasil." O documento cita ainda que a Embrapa montou um escritório em Gana para facilitar os projetos em andamento, que incluem o apoio à pesquisa e desenvolvimento locais.
O estudo "Green Growth Studies: Energy", da OCDE e AIE, destaca ainda que a transição para uma economia baseada na baixa emissão de carbono na atmosfera deve produzir um impacto positivo no setor de energia, pois os renováveis tendem a demandar um uso mais intensivo de mão-de-obra do que a energia baseada em derivados de fósseis. "A ampliação do uso de energia solar fotovoltaica poderia produzir um maior número de empregos, sendo que espera-se também um forte crescimento nos setores de eficiência e energia solar e geotérmica", aponta o relatório.
Fonte: Inovação Unicamp
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