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quarta-feira, 16 de maio de 2012

COMO O ANGRY BIRDS BATEU O MARIO

A Nintendo, do celebre personagem bigodudo, pela primeira vez perde terreno nos games com a migração de jogadores para smartphones, tablets e redes sociais





O mundo dos games passa por uma transformação,caracterizada pela migração de jogadores. Um número cada vez mais expressivo deles prefere agora se divertir em smartphones,tablets e redes sociais,como o Facebook. Em consequência disso, essas plataformas passaram a roubar espaço dos consoles, também conhecidos como videogames, que são a forma tradicional de jogar. De um lado dessa disputa, o principal contendor é a Nintendo, do popular Mario, o encanador que é marca registrada da empresa. Do outro lado estão games como Angry Birds, no qual os pássaros do título precisam derrotar inimigos variados. Há duas semanas, o impacto dessa queda de braço pôde ser aferido no terreno do balanço financeiro das empresas. No dia em que a Nintendo anunciou que seu faturamento, no primeiro quadrimestre deste ano, caiu 36% com relação ao mesmo período do ano passado, a Zynga, uma das principais produtoras de jogos para as novas plataformas, divulgou um crescimento de 32%. A Zynga é responsável por aplicativos de grande popularidade, como o FarmVille, que consiste na administração de uma fazenda virtual. A Nintendo, evidentemente, continua a ser um gigante do entretenimento, e Mario, o personagem que se confunde com a própria história do videogame. Mas, nesse primeiro round de uma luta cujos resultados são difíceis de prever, a velha guarda levou a pior.



 TRIO VENCEDOR FarmVille, City Ville e Castle Ville, games de sucesso da Zynga: em um ano, a produtora ganhou 45,5 milhões de jogadores. Muitos deles trocaram os consoles tradicionais pelas plataformas móveis 


Depois de trinta anos de crescimento, a Nintendo presencia o primeiro êxodo dos seus jogadores. Explica a VEJA o consultor Michael Pachter, da Wedbush Securities: "Quem gosta de jogos mais leves tem trocado os videogames tradicionais, principalmente portáteis, por smartphones, tablets e aplicativos do Facebook". A Nintendo é a mais afetada por dois motivos. Primeiro, os games para seu console, o Wii, são reconhecidamente fáceis de ser jogados e focados na diversão em família. É o tipo de entretenimento que se encontra em tablets e smartphones por valor bem menor do que o necessário para a compra do console e dos games que rodam nele. Segundo, porque grande parte da renda da empresa vem de seu videogame portátil, o Nintendo 3DS, cujas vendas foram afetadas pela migração dos jogadores para as novas plataformas. Lançado no ano passado, o 3DS não teve o sucesso previsto: vendeu 5 milhões de unidades a menos que os 18,5 milhões que a empresa esperava. "Se as pessoas já têm um celular no qual baixam games de qualidade, mas de graça ou por alguns centavos, por que continuarão a comprar jogos de 50 dólares para um aparelho portátil?", diz Michael Pachter. A Microsoft, do Xbox, e a Sony, do PlayStation, ainda não sentiram os efeitos da migração de jogadores porque se apoiam em games complexos, como a saga de aventura Elder Scrolls. Estão a salvo por enquanto, pois em breve esses jogos elaborados devem desembarcar nos tablets. Enquanto a Nintendo perde terreno e a Sony e a Microsoft ficam em alerta, as desenvolvedoras de games para dispositivos móveis e redes sociais celebram. O game mais popular nessa plataforma, o Angry Birds, foi baixado por 500 milhões de pessoas e já ganhou versões para os videogames tradicionais. Os games da Zynga são jogados por 182 milhões de pessoas. Seu principal aplicativo para smartphones, o jogo Draw Something, foi baixado 50 milhões de vezes e rende 250.000 dólares por dia. "O mundo dos games ficou diferente e, para alguns, tem sido difícil se adaptar a ele", define John Schappert, diretor de operações da Zynga.

Fonte: VEJA

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