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terça-feira, 29 de maio de 2012

Alta renda

A estilista alagoana Martha Medeiros se destaca no mercado internacional ao aliar artesanato e moda de luxo.

A renda não surgiu no Brasil, mas é aqui que vive um dos grandes nomes da confecção de renda da atualidade. A alagoana Martha Medeiros se apaixonou por moda aos 6 anos – quando costurava a roupa das bonecas – e, hoje, comemora o sucesso no mercado internacional da grife que leva seu nome. Seus vestidos, blusas e bolsas foram tão bem recebidos na primeira remessa feita em fevereiro para a Bergdorf Goldman, em Nova York, que a sofisticada loja de departamento já encomendou mais uma leva de peças. “Não havia passado nem um mês e eles já estavam pedindo reposição das roupas”, afirma a estilista. A história das rendas no vestuário é antiga, data de mais de meio século. Mas, no Brasil, sua produção sempre foi feita de maneira tradicional, sem a linguagem contemporânea das peças de Martha.

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“Faltava alguém para trazer a renda para a moda”, afirma André Robic, diretor-executivo do IBModa. Tanto no Exterior quanto no País, diversos estilistas se inspiram nas delicadas tramas da renda para compor suas coleções. É o caso do dominicano Oscar de la Renta e do brasileiro Ronaldo Fraga, que já dedicaram alguns de seus desfiles ao tecido. “O diferencial de Martha é que ela só faz renda em todas as coleções”, diz Robic. Enquanto muitas grifes chegam ao Brasil de olho no crescimento da economia local, a estilista faz o caminho inverso. Martha acredita que as vendas no Brasil já chegaram a um limite de mercado. Além da loja própria nos Jardins, em São Paulo, a grife está presente em 30 pontos de venda pelo País. “Mais do que isso faria com que a gente perdesse o foco do público-alvo”, afirma Martha.

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Com um escritório em Miami – responsável pela marca no estrangeiro –, ela quer conquistar o mundo. A ideia é que as vendas internacionais, que hoje representam 20% das receitas da grife, respondam por 70% em cinco anos. Em suas criações, produzidas com material fornecido por um pequeno exército de 300 rendeiras, não há nada de acessível: uma peça com a assinatura de Martha Medeiros consegue alcançar tranquilamente a casa dos cinco dígitos. Um vestido sem muitos adereços, por exemplo, não sai por menos de R$ 20 mil. A produção não ultrapassa mil peças por ano. Isso porque o trabalho é artesanal, fazendo com que um único vestido demore mais de um ano para ficar pronto. Mas a espera, segundo ela, tem recompensa. “Não existe nada mais elegante e feminino do que um vestido de renda”, diz.

Fonte: Istoé Dinheiro

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