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quarta-feira, 31 de março de 2010

Aumenta consumo dos brasileiros nos supermercados, diz Nielsen

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Em 2009, o consumidor brasileiro comprou 2,2% a mais nos supermercados em relação a 2008, revela levantamento da consultoria Nielsen. Dentre os itens adquiridos, os produtos perecíveis foram os que apresentaram maior crescimento no ano passado (6,5%). Na seqüência, foram mais consumidos os produtos de limpeza caseira (3,8%), bebidas alcoólicas (2,9%), bebidas não alcoólicas (2,8%), higiene e beleza (2,5%) e mercearia salgada (0,9%). O avanço em relação aos gastos foi de 1,5%. Esse aumento foi direcionado para os grupos de outros produtos (13,5%), higiene e beleza (2,6%) e mercearia doce (1,9%). A análise mostra que Nordeste, Espírito Santo, Minas Gerais, interior do Rio de Janeiro e Grande Rio foram as regiões que mais colaboraram para o aumento no volume de compras, com 1,9 ponto percentual do crescimento das cestas. A região que mais se destacou foi a Grande Rio de Janeiro, que registrou crescimento de 5%. Na Grande São Paulo, a alta foi de 2,9% e no interior paulista houve recuo de 0,7%.

Fonte: cosmeticsonline.com.br

Assim não dá! Classificar por desempenho e separar as turmas

Grupos heterogêneos que trabalham com interação têm melhores resultados

http://revistaescola.abril.com.br/img/gestao-escolar/gestao6-assimnaoda.gif

Escolas grandes, muitas turmas da mesma série: 3ª A, 3ª B, 3ª C e assim por diante. Se essa nomenclatura serve apenas para diferenciar os agrupamentos, nada contra. Acontece que algumas unidades escolares ainda usam o abecedário para criar uma hierarquia e classificar os alunos: nas turmas A são colocados os que, no ano anterior, tiveram as melhores notas e passaram com louvor; nas B, os com desempenho mediano; nas C, aqueles com "dificuldades de aprendizagem"; e da D em diante, os "desacreditados" pelos professores e diretores que fazem esse tipo de divisão.

Essa maneira de montar turmas há muito deixou de ser bem-vista. Ela servia a um sistema que acreditava ser possível a existência de grupos homogêneos, em que alunos com nível de aprendizagem semelhante avançariam no mesmo ritmo. Os estudos de diversos psicólogos e educadores, como o russo Lev Vygotsky (1896-1934) e o suíço Jean Piaget (1896-1980), desmontaram esse mito. Eles mostraram que a aprendizagem é algo individual e interno ao sujeito. A interação entre os pares com saberes e vivências diferentes, se bem explorada pelos professores, tem mais eficiência durante o processo de aquisição do conhecimento do que a maneira tradicional de "passar" informações para os alunos. "Às vezes, uma ajuda dada por um colega é mais facilmente assimilável para a criança do que a dada pelo professor", afirma Regina Scarpa, coordenadora pedagógica de NOVA ESCOLA GESTÃO ESCOLAR.

Ao rotular os alunos em "fortes" e "fracos", a separação das turmas por desempenho acaba prejudicando aqueles que mais precisam do estímulo da escola. "As crianças e os jovens sentem e prestam muita atenção na expectativa que a escola e os pais criam em relação a eles e a frustração ou a confirmação dessa expectativa pode influenciar diretamente a aprendizagem", explica Regina.

Por isso, é tarefa do diretor e do coordenador pedagógico garantir que a montagem das turmas não leve a uma segregação dentro da própria escola e providenciar formação para que os professores usem de maneira adequada a heterogeneidade a favor da aprendizagem.

Fonte: revistaescola.abril.com.br

terça-feira, 30 de março de 2010

Uso da terra em questão

Uso da terra em questão

Especialistas indicam que é possível substituir 25% da gasolina utilizada no planeta por biocombustíveis. Mas será preciso estudar a fundo impactos em mudanças no uso da terra (foto: Eduardo Cesar/FAPESP)

A substituição de 25% da gasolina utilizada no planeta por biocombustíveis – dos quais o mais cotado é o etanol de cana-de-açúcar – poderá se tornar uma realidade, satisfazendo boa parte da demanda energética no futuro. Mas muita pesquisa ainda é necessária para calcular com exatidão o impacto desse novo cenário nas mudanças de uso da terra e, consequentemente, na economia.

Essas foram algumas das conclusões apresentadas nesta quarta-feira (24/3) por especialistas em bioenergia na Convenção Latino-Americana do projeto Global Sustainable Bioenergy (GSB), realizada na sede da FAPESP, em São Paulo.

O principal desafio proposto pelo GSB consiste em responder, de forma consistente, se é possível substituir 25% do petróleo utilizado no setor de transportes por biocombustíveis, sem comprometer a produção de alimentos e os habitats naturais.

Para Roldolfo Quintero, professor da Universidade Autônoma Metropolitana (México), um grande número de estudos, levando em conta diferentes cenários, indica que é possível realizar a substituição de 25% de biocombustíveis em todo o mundo.

“Acredito ser mesmo possível atingir essa marca com um esforço científico que aumente a produtividade dos insumos utilizados para fazer o biocombustível. É necessário, no entanto, que nos afastemos das culturas empregadas na alimentação. Entre os biocombustíveis, o etanol é a melhor opção, mas o etanol feito de milho não é, definitivamente, uma boa resposta para o problema”, disse.

Segundo Quintero, há um consenso geral em relação à capacidade dos biocombustíveis para contribuir com a segurança energética, com a mitigação das mudanças climáticas e com o desenvolvimento social e rural.

“Na minha opinião, o foco deve ser o etanol, que hoje corresponde a 77% da produção de biocombustíveis. Essa produção é liderada pelos Estados Unidos e pelo Brasil, que, juntos, dominam 81% dos biocombustíveis e 91% do etanol. No entanto, precisamos observar que a porcentagem de redução de gases de efeito estufa obtida com o etanol de cana-de-açúcar é expressivamente maior do que a obtida com o etanol de milho”, disse.

Os questionamentos relacionados às mudanças no uso da terra provocadas pelo etanol – cuja produção poderia substituir o uso da terra para agricultura – são decorrentes unicamente do uso de milho para fabricação do biocombustível, na opinião do mexicano. “Só o etanol de milho ameaça a agricultura e a segurança alimentar”, afirmou.

Segundo ele, os Estados Unidos são os maiores exportadores do mundo de milho, vendendo o produto para mais de 90 países. “Esses países importadores podem sofrer as consequências se a produção de etanol de milho tentar suprir a demanda mundial de etanol”, disse.

O México, segundo Quintero, importa dos Estados Unidos 10 milhões de toneladas anuais de milho – o equivalente a um terço do consumo mexicano do cereal. “Em 2009, os Estados Unidos produziram 10,6 bilhões de galões de etanol, o que necessitou de 18 milhões de acres de plantio de milho, ou cerca de 21% da área total dedicada à cultura”, afirmou.

Quintero acrescentou que o desenvolvimento tecnológico terá um papel crucial no futuro dos biocombustíveis. “A tecnologia tem muito potencial nesse campo. Se a segunda geração de biocombustíveis entrar em cena nos próximos anos, o cenário será consideravelmente alterado. Há grande progresso nesse sentido. O número de patentes relacionadas a biocombustíveis cresceu de 147, em 2002, para 1.045 em 2007. Já existem mais de 60 plantas piloto para testes com etanol celulósico em países como Brasil, Estados Unidos, Canadá, Espanha, Alemanha, Dinamarca, Suécia e Japão”, destacou.

Relevância da economia

Para André Meloni Nassar, diretor-geral do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone), a utilização de modelos econômicos é absolutamente necessária para avaliar de forma eficiente as mudanças de uso da terra que serão causadas pela futura produção em larga escala de biocombustíveis.

“A análise econômica é imprescindível para a análise da mudança do uso da terra, porque não é possível explicar as causas e efeitos dessas mudanças sem considerar as alterações dos preços dos produtos em questão. Por outro lado, é preciso dispor de dados locais para alimentar os modelos econométricos. Se usarmos dados genéricos de organizações internacionais, teremos um número tão grande de hipóteses que dificilmente será possível estimar as mudanças no uso da terra”, afirmou.

Sob coordenação de Nassar, o Icone desenvolveu um novo modelo econométrico que, ao contrário dos utilizados anteriormente, leva em conta a realidade brasileira no que diz respeito à modificação do uso da terra pelo aumento da demanda de produção de etanol.

O modelo demonstrou que o etanol brasileiro reduz as emissões de gases de efeito estufa em 61% – e não em 26%, como estabeleciam os cálculos anteriores –, convencendo a Agência Norte-Americana de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) a reconsiderar sua avaliação sobre o etanol de cana-de-açúcar, classificando o produto brasileiro como “biocombustível avançado”.

A questão dos preços, segundo Nassar, é crucial. “No caso do Brasil, a discussão sobre o impacto do aumento de produção de biocombustíveis sobre a disponibilidade de alimentos, em longo prazo, não é tão importante como parece, porque mesmo que haja substituição do uso da terra há ainda disponibilidade de terras agricultáveis e a produção de alimentos pode ser transferida. O verdadeiro problema nessa questão são os efeitos de curto prazo dessa dinâmica, decorrentes dos preços.”

De acordo com Nassar, para que os modelos sejam bem-sucedidos, é preciso combinar a análise econômica a dados geoespaciais. “Construir um modelo não é tão difícil – com uma equipe de quatro pessoas conseguimos fazer em apenas dois anos um modelo bem-sucedido”, disse.

“O mais difícil é conseguir os dados para explicar os padrões de mudanças do uso da terra. O principal desafio é que não se pode usar dados globais. E fazer isso em nível nacional exige grande esforço, com uso de imagens de satélite e informações georreferenciadas”, afirmou.

Fonte: fapesp

Brasil será sede de encontro da indústria mundial de brinquedos

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Entre os dias 6 e 9 do próximo mês, será realizada, em São Paulo, a 27ª edição da Abrin, a Feira Nacional de Brinquedos. Nesta mesma ocasião, também acontecerá a reunião anual do ICTI (em português,Conselho Internacional das Indústrias de Brinquedos), que vai juntar os presidentes das entidades representativas do setor de 22 países dos cinco continentes para a discussão sobre o impacto da crise econômica mundial no mercado, a criação de uma norma global de segurança para os produtos, o marketing voltado para crianças e questões sobre sustentabilidade.

Na programação do encontro da indústria também está prevista a visita dos membros do Conselho à feira, no dia 8. Para o presidente da Abrinq, Synésio Batista da Costa, a reunião anual do ICTI acontece num momento importante para o Brasil. “Estamos na iminência de apresentar um plano de valorização da indústria nacional ao Ministério do Desenvolvimento, por meio do qual as empresas que fabricam aqui terão vantagens proporcionais na importação de brinquedos. É um programa similar ao que o México implementou há cinco anos com resultados surpreendentes”, revela.

A 27ª edição da Abrin vai acontecer entre os dias 6 e 8 de abril, das 13h às 21h, e, no dia, 9, das 10h às 18h, no Expo Center Norte, em São Paulo. O evento, que já é considerado o terceiro maior do mundo no setor, atrás apenas de Nuremberg e Hong Kong, vai reunir 200 fabricantes nacionais e apresentar mais de mil novos produtos. Ano passado, a feira recebeu mais de 13 mil visitantes que geraram negócios de quase R$ 1 bilhão.

Fonte: papelearte.com.br

Cresce o consumo de água engarrafada


Enquanto sofre lambadas dos ambientalistas e registra quedas de vendas em outros países, a água mineral engarrafada vive um momento especial no Brasil. No período entre novembro de 2009 e janeiro último, o consumo do produto aumentou significativamente no mercado nacional, chegando até a dobrar

em praças como Rio de Janeiro e Porto Alegre. Para a Associação Brasileira da Indústria de Águas Minerais (Abinam), a alta na demanda foi causada pelas temperaturas altas do último verão. Nos últimos dez anos a produção nacional de águas engarrafadas saltou de 3,5 bilhões de litros para 7,8 bilhões de litros. O consumo anual per capita no Brasil, contudo, ainda é baixo: 37 litros. Em outros países, como Estados Unidos e México, esse índice supera os 100 litros.

Fonte: embalagemmarca.com.br

Indústria atenderá aumento de demanda, afirma Skaf

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O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, reuniu-se nesta segunda-feira (1º) com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para analisar os dois primeiros meses de 2010 e discutir perspectivas para a economia e o setor industrial no restante do ano.

Mantega esteve na Fiesp para saber se a indústria brasileira está pronta para suprir o aumento do consumo. Skaf disse se sentir “bastante tranquilo em relação à oferta por parte da indústria, porque em dezembro de 2009 a produção estava 6,2% menor em relação a 2008”.

“Em 2009, a indústria investiu e aumentou sua capacidade em 10%”, explicou o presidente da Fiesp. Ele afirmou, ainda, que este ano a indústria deverá investir em ritmo forte e ampliar sua capacidade produtiva entre 12 e 15%.
O ministro mostrou-se satisfeito com a afirmação do líder empresarial. “A indústria nacional já mostrou ser capaz de reagir à alta da demanda em 2008”, lembrou o ministro, referindo-se ao mais recente período aquecido da economia. “O Brasil começou bem o ano, está na direção correta e poderá cumprir as taxas de crescimento projetadas de forma sustentável”, disse Mantega.

Participaram do encontro os empresários e membros do Conselho Estratégico da Fiesp José Luis Cutrale, do Grupo Cutrale, Josué Christiano Gomes da Silva, presidente da Coteminas, Lawrence Pih, presidente do Moinho Pacífico e Marcelo Bahia Odebrecht, da Odebrecht, além de Antonio Delfim Neto, presidente do Conselho Superior de Economia (Cosec), Paulo Francini, diretor-titular do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) e Roberto Rodrigues, presidente Conselho Superior do Agronegócio (Cosag).

Juros e inflação

Na avaliação do ministro da Fazenda, não há motivos para alarme quanto ao aumento da inflação nos dois primeiros meses de 2010. “Não devemos nos impressionar com a inflação do início do ano porque ela normalmente é superior e fruto de ocorrências sazonais”, pontuou.

Os reajustes da mensalidade escolar e da tarifa de ônibus, que acontecem só uma vez ao ano, segundo Mantega, são exemplos do que impulsiona a inflação, assim como as fortes chuvas que causaram inundação no Ceagesp e a alta do preço dos alimentos.

“Não há a menor dúvida de que este não é o momento para a elevação dos juros”, afirmou Paulo Skaf. “Essa alta causaria o aumento do gasto público. Isso significaria ir na mão contrária do câmbio e valorizar ainda mais a moeda.”

Questionado sobre sua posição em relação aos juros, Mantega disse ser contra a alta dos juros privados. Já sobre os juros administrados pelo Banco Central, ele afirmou que não se manifestaria. “O BC sabe quando deve baixar e quando deve aumentar os juros”, concluiu.

Fonte: fiesp.com.br

Sua vida num celular roubado

Sua vida num celular roubado

Nas mãos de criminosos, smartphones podem revelar cada vez mais informações detalhadas sobre você — inclusive o seu endereço.

Há certas coisas que você não quer compartilhar com desconhecidos. No meu caso, trata-se de uma série de mensagens de texto altamente pessoais do meu marido, enviadas durante os primeiros dias do nosso relacionamento. Gravadas no chip do meu celular — mas invisíveis no meu atual aparelho e, portanto, esquecidas —, aqui estão elas agora, exibidas em toda a sua glória na tela do computador de um estranho.

Acabo de entrar em uma sala sem janelas em uma propriedade industrial de Tamworth, na Inglaterra, onde três analistas de camisas azuis sentam-se em seus terminais, revirando o conteúdo do meu telefone. Eles sorriem. “Se serve de consolo, teríamos encontrado os torpedos mesmo se você os tivesse excluído”, diz um deles. Parece que mensagens embaraçosas não são a única coisa com que tenho de me preocupar. “É uma foto de seu escritório?”, pergunta outro analista. A resposta é sim. “Você gostou da pizza na segunda-feira? Por que desviou de sua rota normal de trabalho para visitar outro endereço no sábado?”

Estou na Disklabs, empresa que faz análise forense de celulares para a polícia do Reino Unido, e também para namorados e maridos ciumentos ou companhias que querem espionar empregados suspeitos. Fiquei curiosa para saber exatamente a quantidade de informações pessoais que pode ser encontrada em aparelhos e chips usados. Por isso, emprestei ou comprei quatro telefones de amigos e desconhecidos e os levei até a Disklabs.

Há uma década, a memória de nossos telefones podia lidar apenas com algumas mensagens de texto e uma agenda de contatos. Hoje, os smartphones mais modernos incorporam GPS, conectividade Wi-Fi e sensores de movimento. Eles transferem automaticamente e-mails e compromissos do computador do escritório e vêm com a capacidade de rastrear pessoas. Há muito mais por vir. Você poderá usar a próxima geração de telefones para manter registros de sua saúde, guardar dinheiro e fazer transações de pequeno valor — algo que já está ocorrendo no leste da Ásia.

Phishing pelo celular

Esses recursos poderiam ser explorados da mesma maneira que o e-mail e a internet são usados por criminosos para obter informações pessoais, como dados bancários. Alguns golpes relacionados a celulares já estão surgindo. Em um deles, bandidos utilizam aparelhos reprogramados para interceptar senhas de contas bancárias de outras pessoas. “Os telefones móveis estão se tornando uma grande parte de nossas vidas”, diz Andy Jones, chefe de pesquisa de segurança da informação da British Telecom. “Quanto mais dependemos deles, maior o potencial de fraude.”

De acordo com o projeto Aliança do Design e Tecnologia contra o Crime (DTAAC), do governo britânico, 80% das pessoas levam informações em seus aparelhos que poderiam ser utilizadas por criminosos. Cerca de 16% gravam dados bancários em seus telefones. Pensei, no entanto, que o meu Nokia N96 iria reservar poucas surpresas, já que eu tinha usado o aparelho por apenas algumas semanas quando o submeti à Disklabs. Mas os analistas me provaram o contrário.

Além das mensagens de texto guardadas no meu chip, as informações pessoais mais detalhadas encontradas em meu aparelho vieram de um aplicativo chamado Sports Tracker. Ele permite que o usuário meça seu desempenho esportivo ao longo do tempo, e eu costumava utilizá-lo para medir a rapidez com que poderia pedalar até o trabalho, em Londres. O programa registra a distância percorrida, a velocidade máxima em diferentes pontos do percurso, mudanças de altitude e quantas calorias queimei no trajeto.

Mas quando a Disklabs enviou os dados para o seu computador e os rodou no Google Maps e no Street View, eles foram capazes de encontrar imagens da frente do meu escritório e da minha casa — com o número visível. O Sports Tracker também registrou o horário em que normalmente saio de casa de manhã e quando volto do trabalho. “Se eu quisesse mais informações, poderia simplesmente persegui-la”, diz Neil Buck, analista sênior da Disklabs.

Seus passos gravados

Eu decidi deliberadamente ativar o Sports Tracker. Muitas pessoas podem não parar para pensar como programas desse tipo poderiam ser usados contra elas. No início do ano passado, o Google lançou o Latitude, software para smartphones que compartilha a sua localização com os amigos. Ele pode ser desativado, mas o grupo Privacy International diz que o programa pode transmitir sua localização para os outros sem o seu conhecimento. “O Latitude pode ser um presente para perseguidores, empregadores bisbilhoteiros, parceiros ciumentos e amigos obsessivos”, adverte a organização.

O calendário do celular também pode deixá-lo vulnerável. A polícia inglesa já identificou assaltos cometidos depois que o ladrão furtou um telefone e se dirigiu à casa da vítima — a agenda informava que a pessoa estaria ausente no feriado. “Se todos os seus dados pessoais estão lá, então está pedindo para alguém ‘tornar-se’ você, roubá-lo, ou invadir sua vida corporativa”, diz Joe McGeehan, chefe do laboratório de pesquisas da Toshiba na Europa e líder do projeto Out Crime do DTAAC.

Quando Buck, da Disklabs, vasculhou o iPhone do meu colega, encontrou dois números de quatro dígitos armazenados em seu livro de endereços com os nomes “V” e “M”. Uma pesquisa nos torpedos revelou que há pouco tempo a Virgin havia informado que um novo cartão de crédito, terminando em um número específico, tinha acabado de ser enviado a ele. Buck imaginou que “V” e “M” fossem as senhas de um cartão de crédito Virgin e de um Mastercard — ele estava correto nos dois chutes.

Segundo Jones, da British Telecom, um pedaço individual de informação, como um SMS, é quase sem sentido se estiver fora do contexto. “Mas quando você tem um grande volume de informação — os compromissos de uma pessoa para o ano, seus e-mails, os planos que está fazendo — e começa a juntá-lo, pode descobrir algumas coisas interessantes.” A equipe da Disklabs também identificou o nome da esposa do meu colega, o número de seu passaporte e a data de validade, e descobriu que ela é cliente do banco Barclays. Ironicamente, o Barclays havia entrado em contato com ela a respeito de uma fraude em seu cartão, e ela mandou um SMS para o marido relatando o ocorrido. A equipe de Buck também descobriu o endereço de e-mail do meu colega, seus contatos do Facebook e os endereços de e-mail deles.

Dados pessoais à venda

Esse tipo de dado pessoal é valioso e pode alcançar um bom preço na internet. Com as informações em mãos, os criminosos têm boas chances de conseguir aplicar golpes como o scam 419. Nesse tipo de fraude, a pessoa recebe, por exemplo, um e-mail pedindo ajuda na transferência de uma grande quantia de um país estrangeiro, por meio de sua conta bancária, em troca de uma parte dos lucros.

A crescente conscientização sobre o roubo de identidade tem levado muitas pessoas a destruir ou apagar o HD de PCs antes de jogá-los fora, mas o mesmo ainda não está ocorrendo com os celulares. Ao mesmo tempo, estamos reciclando cada vez mais aparelhos. De acordo com a consultoria ABI Research, até 2012 mais de 100 milhões de celulares serão reciclados para reutilização a cada ano.

Como parte de um estudo para encontrar as melhores formas de proteger os dados de celulares, Jones, da British Telecom, adquiriu 135 aparelhos e 26 BlackBerrys de voluntários, empresas de reciclagem e do site de leilões eBay. Metade dos dispositivos não pôde ser acessada porque estava com defeito. A equipe de Jones, contudo, encontrou dez telefones com dados pessoais suficientes para identificar os usuários anteriores, e 12 com informações que levavam até o empregador do antigo proprietário, embora apenas três dos aparelhos estivessem com os chips.

Dos 26 BlackBerrys, quatro continham dados que permitiam identificar o proprietário e sete traziam informações suficientes para descobrir o empregador. “A grande surpresa foi a quantidade de dados que conseguimos dos BlackBerrys, que esperávamos ser muito mais seguros”, diz Jones. Embora os usuários de BlackBerry tenham a opção de criptografar seus dados ou de enviar uma mensagem para apagar tudo se os aparelhos forem vendidos ou roubados, muitos não fizeram isso. “A segurança só é boa se você realmente usá-la”, afirma Jones.

Informações confidenciais

A equipe da British Telecom conseguiu descobrir que um BlackBerry pertenceu a um diretor sênior de vendas de uma empresa japonesa. Eles recuperaram o seu histórico de chamadas, 249 contatos, sua agenda, 90 endereços de e-mail e 291 e-mails. Isto permitiu determinar a estrutura da sua organização, o futuro plano de negócios e os principais clientes, projetos de viagem, detalhes sobre a família do proprietário — incluindo fi lhos, estado civil, endereço, datas de consulta e endereços de assistência médica e odontológica, dados de conta bancária e o número da licença do automóvel.

Dois outros BlackBerrys tinham detalhes pessoais sobre o dono e de outras pessoas que teriam causado constrangimento se tivessem se tornado públicos. Apesar de a equipe ter usado software forense especializado para recuperar dados dos telefones, muita coisa poderia ser obtida diretamente a partir dos próprios aparelhos ou com software de sincronização. “Isso não foi projetado para ser um ataque sofisticado. Usamos técnicas simples às quais qualquer um teria acesso”, diz Jones.

Essa é uma má notícia, já que cerca de 20 milhões de aparelhos foram perdidos ou roubados em todo o mundo em 2008, de acordo com dados da empresa de segurança Recipero, do Reino Unido. O primeiro passo para evitar problemas é ativar as configurações de segurança — isso pode dissuadir potenciais ladrões de ter o trabalho de tentar quebrar os códigos. Em seguida, certifique-se de apagar qualquer informação que você deseja manter em segredo, tendo em conta que muitas vezes é possível recuperá-la. “Eu trabalho com a ideia de que tenho de estar preparado para que as pessoas vejam qualquer coisa que eu colocar lá”, diz McGeehan, da Toshiba.

Quanto a mim, passei a apagar mensagens comprometedoras logo que chegam à minha caixa de entrada — e a alertar o remetente em seguida. Também passei meu celular antigo para meu marido, que vai mantê-lo seguro. Se é para esses torpedos caírem nas mãos de outra pessoa, prefiro que sejam as do Don Juan que as compôs do que as de um sorridente geek em uma remota sala sem janelas.

Invasão de aparelhos

Dados de um estudo da consultoria Infonetics Research mostram que, no ano que vem, haverá 5,2 bilhões de usuários de telefones celulares em todo o planeta. É muita coisa — a população mundial chega a quase 7 bilhões de pessoas. Os principais responsáveis pelo crescimento serão a África e a América Latina. Em março do ano passado, um relatório da ONU estimava haver 4,2 bilhões de linhas móveis ativas.

Mais recursos, mais riscos

Em 2010, um a cada três novos smartphones terá acelerômetro. Sensores de pressão e giroscópios virão em seguida, e logo o seu celular poderá ficar de olho na sua saúde e pagar suas contas. A Nokia, por exemplo, está experimentando biossensores para monitoramento cardíaco e respiratório, bem como de níveis de glicose e oxigênio no sangue. Enquanto isso, o volume de transações financeiras móveis cresce rapidamente. Usuários de celular no Japão podem comprar bilhetes de trem ou de avião pelos aparelhos, enquanto pessoas no Afeganistão, Filipinas e leste da África podem usá-los para transferir dinheiro.

Embora estes avanços devam trazer muitos benefícios, a segurança deve se tornar um problema. Para contornar esta situação, os fabricantes estão desenvolvendo maneiras mais seguras de criptografar dados. Telefones com scanners de impressão digital já estão no mercado, e a Sharp tem experimentado com reconhecimento facial em celulares — hackers driblaram a tecnologia, contudo, usando apenas uma fotografia. Há também rumores de que a Apple está considerando acrescentar medidas de segurança biométricas, tais como um leitor de impressão digital, em futuros modelos do iPhone.

Tire as suas dúvidas sobre segurança

Se eu excluir uma mensagem ou foto do celular, ela irá desaparecer completamente?

Dados muitas vezes permanecem na memória do telefone até que sejam sobrescritos. Os celulares também criam cópias extras, que ficam espalhadas pela memória. É possível sobrescrever arquivos, copiando dados novos para o telefone. Alguns programas também servem para apagar a memória ou chip.

Onde ocorre a reciclagem?

Os principais mercados para os telefones reciclados são Nigéria e China, ambos considerados áreas que apresentam alto nível de ameaça à segurança da informação.

E se eu quebrar o meu chip?

Analistas forenses podem muitas vezes recriar chips, utilizando os dados armazenados no aparelho. A quantidade de informação recuperada depende do modelo do telefone. Também é possível recompor um chip danificado e, em seguida, extrair seus dados.

Posso ser rastreado, apesar de meu aparelho não ter GPS?

Uma técnica chamada de análise de localização de células pode ser usada para rastrear alguém a uma distância de 10 a 15 metros, usando antenas de telefonia para triangular a sua posição.

Fonte: info.abril.com.br

Espíritos na areia

As milenares linhas de Nasca, no Peru, revelam seus segredos

Espíritos na areia
Figuras no desértico solo da costa meridional do Peru - aranha, macaco, um estranho animal voador - fascinam quem sobrevoa o local desde que foram descobertas, nos anos 1920.

Do avião as linhas traçadas no solo são difíceis de ver, esmaecidas como desenhos deixados ao sol. Quando o piloto faz curvas sobre um platô desértico no sul do Peru ao norte da cidade de Nasca, mal consigo discernir uma sucessão de figuras primorosamente traçadas.

"Orca!", avisa Johny Isla, arqueólogo peruano, gritando por causa do barulho do motor. Aponta lá embaixo a forma da baleia assassina. "Mono!", diz logo depois, quando o famoso macaco de Nasca fica visível. "Colibri!", o beija-flor.

Desde que se tornaram conhecidos no mundo todo, em fins dos anos 1920, com o advento da aviação comercial entre Lima e a cidade peruana meridional de Arequipa, os misteriosos desenhos no deserto chamados de linhas de Nasca intrigam arqueólogos, antropólogos e qualquer pessoa fascinada pelas antigas culturas das Américas. Daí em diante, ondas de cientistas - e de leigos - arriscaram diversas interpretações dessas linhas. Dentre as várias explicações, já disseram que são antigas estradas incas, projetos de irrigação, imagens para ser vistas de primitivos balões de ar quente e o mais cômico: pistas de pouso para naves extraterrestres.

Depois da Segunda Guerra Mundial, uma professora nascida na Alemanha, Maria Reiche, fez os primeiros levantamentos topográficos das linhas e figuras, chamadas geoglifos, nos arredores de Nasca e da cidade vizinha de Palpa. Por meio século, até sua morte, em 1998, Maria Reiche teve um papel crucial na conservação dos geoglifos. Mas sua teoria preferida, a de que as linhas eram configurações de um calendário astronômico, também está praticamente desacreditada. A mesma ferocidade com que essa professora protegeu as linhas dos intrusos é vista nos que hoje zelam por elas. Por isso até os cientistas têm dificuldade de acesso às mais famosas figuras de animais na planície, ou pampa, na orla noroeste de Nasca.

Desde 1997, porém, uma área mais ao norte, nas imediações da cidade de Palpa, vem sendo analisada por um projeto peruano-alemão. Dirigido por Isla e por Markus Reindel, do Instituto Arqueológico Alemão, o Projeto Nasca-Palpa é um estudo multidisciplinar sobre o antigo povo da região que pretende descobrir, para começar, onde e como os nascas viviam, por que desapareceram e qual era o significado dos desenhos que eles deixaram nas areias do deserto.

O avião inclina-se noutra curva, e Isla, um nativo do planalto que trabalha no Instituto Andino de Estudos Arqueológicos, não desgruda o rosto largo de maçãs salientes da janela. "Trapézio!", grita ele, apontando uma imensa clareira geométrica que começa a aparecer. "Plataforma!", acrescenta, gesticulando com o dedo.

Plataforma? O que ele aponta é uma pequena pilha de rochas numa ponta do trapézio. Se Isla e seus colegas estiverem corretos, essas estruturas podem ser a chave do verdadeiro propósito das linhas de Nasca. A história começa e termina com água.

A região costeira do sul do Peru e norte do Chile é um dos lugares mais secos do planeta. Na protegida bacia em que surgiu a cultura nasca, dez rios desciam dos Andes, a leste, e a maioria secava por boa parte do ano. Essas dez frágeis linhas verdes cercadas por mil matizes de marrom eram um fértil viveiro para a emergência de uma civilização antiga, como foram também o delta do Nilo e os rios da Mesopotâmia. "Era um lugar perfeito para seres humanos povoarem, pois tinha água", diz o geógrafo Bernhard Eitel, do Projeto Nasca-Palpa. "Mas era um ambiente de alto risco - um meio de altíssimo risco."

Eitel e seu colega Bertil Mächtle, da Universidade de Heidelberg, dizem que nos últimos 5 mil anos o microclima da região de Nasca sofreu grandes oscilações. Quando um sistema de alta pressão sobre a América do Sul chamado "alta da Bolívia" se desloca para o norte, chove mais nas encostas ocidentais da cordilheira dos Andes. Quando a alta vai para o sul, a precipitação diminui e os rios nos vales de Nasca secam.

Apesar das condições de risco, o povo de Nasca floresceu por oito séculos. Por volta de 200 a.C., os nascas emergiram de uma cultura anterior conhecida como paracas. Fixaram-se nos vales fluviais e lá cultivaram vegetais, como algodão, feijão, tubérculos, lucuma (uma fruta) e um tipo de milho de espiga curta. Célebres por sua cerâmica, inventaram uma técnica que misturava mais de dez pigmentos minerais em argila diluída para fixar as cores pelo calor. Um famoso quadro em cerâmica conhecido como Placa de Tello mostra vários nascas em passeio tocando antara (flauta de Pã) e rodeados de cachorros dançantes. Essa tornou-se uma imagem icônica de um povo pacífico cujos rituais continham música, dança e caminhadas sagradas.

A capital teocrática da Nasca primitiva era Cahuachi, uma meca varrida pela areia. O sítio, escavado pela primeira vez nos anos 1950 por William Duncan Strong, arqueólogo da Universidade Columbia, é um vasto complexo de 150 hectares com uma imponente pirâmide de adobe, vários templos grandes, praças e plataformas amplas e uma intricada rede de escadarias e corredores ligando tudo. Em seu livro de 2003 sobre os sistemas de irrigação de Nasca, Katharina Schreiber, da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, e Josué Lancho Rojas, professor e historiador da região, salientam que o rio Nasca, que corre no subsolo por cerca de 15 quilômetros a leste, reemerge como um manancial às portas de Cahuachi. "O fato de a água minar naquele trecho era, quase certamente, visto como algo sagrado nos tempos pré-históricos", escreveram Katharina e Rojas.

"Cahuachi era um centro cerimonial", diz o italiano Giuseppe Orefici, arqueólogo que há anos chefia as escavações. "Vinha gente das montanhas e da costa trazer oferendas." Entre os artefatos descobertos estão dezenas de cabeças, em geral com um orifício perfurado na testa por onde passa uma corda trançada, talvez para permitir que o crânio fosse atado à cintura.

Em outras partes do reino nasca os habitantes se deslocavam para leste ou oeste ao longo dos vales fluviais conforme mudavam os padrões das chuvas. A iniciativa arqueológica peruana-alemã explora a região desde a costa do Pacífico até altitudes que beiram os 4,6 mil metros no planalto andino. Em quase todos os lugares estudados foram encontrados indícios de povoações nascas, "como pérolas nas margens dos vales", comenta Reindel. "E nas proximidades de quase todas as povoações encontramos geoglifos."

O deserto e as encostas de montes dão uma tela convidativa: removendo apenas uma camada de pedras escuras que junca o solo para deixar à mostra a areia de baixo, os nascas criaram traçados que perduraram por séculos. Os arqueólogos supõem que a feitura e a manutenção das linhas fossem atividades comunitárias, "como a construção de uma catedral", diz Reindel.

Nos áridos vales do sul, os primeiros engenheiros nascas talvez também tenham concebido algum modo mais prático de lidar com a escassez de água. Um engenhoso sistema de poços horizontais abastecidos com o líquido que desce dos contrafortes andinos permitia às povoações trazer a água subterrânea à superfície. Conhecidos como puquios, esses sistemas de irrigação ainda abastecem os vales meridionais.

Talvez por causa das adversidades que enfrentava, o povo nasca parece ter sido notavelmente "ecológico". A construção dos puquios indica noções refinadas sobre a conservação de água, pois os aquedutos subterrâneos minimizavam a evaporação. Os agricultores plantavam sementes fazendo um único buraco no chão, em vez de arar o solo, preservando assim sua subestrutura. Durante uma visita ao sítio La Muña, Isla mostrou-me camadas de matéria vegetal nas paredes das construções e nos terraços que marcavam o povoado na encosta rochosa. Os nascas, diz Isla, reciclavam seu lixo, transformando-o em material de construção. "Era uma sociedade que administrava bem seus recursos", conclui. "Essa é a principal característica de Nasca."

Muitos hoje acham que são as linhas. Mas, embora os nascas talvez sejam os mais prolíficos criadores de geoglifos, eles não foram os primeiros. Em uma encosta pegada a um platô ao sul de Palpa esparramam-se três figuras humanas estilizadas, de olhos esbugalhados e bizarro cabelo raiado. Os arqueólogos dizem que eles são de no mínimo 2,4 mil anos atrás - mais antigas que as datas que quase todos os livros didáticos indicam para o nascimento da civilização nasca. A equipe de Reindel atribuiu nada menos que 75 grupos de geoglifos na área de Palpa a uma cultura anterior, os paracas. Por sua vez, os geoglifos dos paracas, em geral retratando figuras humanoides estilizadas, têm motivos visuais em comum com as imagens ainda mais antigas esculpidas em rocha, os chamados petroglifos. Durante uma caminhada para fazer o levantamento de um sítio no vale do rio Palpa que os arqueólogos suspeitavam ter sido habitado pelos paracas, Isla encontrou um petroglifo retratando um macaco: uma surpreendente encarnação anterior do famoso geoglifo de Nasca que, do avião, ele me mostrara lá embaixo no pampa.

Esses novos achados trazem uma informação importante sobre as linhas: elas não foram feitas em uma única época, em um só lugar e com apenas um propósito. Muitas foram traçadas por cima de outras, mais antigas, com emendas e sobreposições que complicam sua interpretação; a arqueóloga Helaine Silverman comparou-as a um quadro-negro todo riscado no fim de um movimentado dia de aula. A ideia de que eles só podem ser vistos do ar é um mito moderno. Os primeiros geoglifos da era paracas foram traçados em encostas de onde podiam ser vistos por quem estivesse no pampa. No começo da era nasca, as imagens, menos antropomórficas, mais naturalistas, eles haviam migrado das encostas próximas para o solo do pampa. Quase todas essas figuras de animais icônicas, como a aranha e o beija-flor, eram desenhadas com uma única linha; quem as percorresse por inteiro, começando por um ponto qualquer, terminaria no outro extremo sem cruzar nenhuma linha. Por isso, os arqueólogos supõem que em algum momento no começo da cultura nasca as linhas evoluíram de meras imagens para rotas de procissões cerimoniais. Mais tarde, possivelmente em resposta ao explosivo crescimento da população documentado pela equipe alemã-peruana, mais pessoas talvez participassem desses rituais, e os geoglifos adquiriram padrões geométricos amplos, com algumas figuras trapezoides alcançando mais de 600 metros. "Imaginamos que elas deixaram de ser imagens para ser vistas e passaram a ser estágios a ser percorridos a pé em cerimônias religiosas", analisa Reindel.

Esses rituais antigos deixaram vestígios no próprio solo. Entre 2003 e 2007, os geofísicos Tomasz Gorka e Jörg Fassbinder mediram o campo magnético da Terra em um trapézio próximo a Yunama, um vilarejo nas cercanias de Palpa, e em outras linhas vizinhas. Discretas perturbações no sinal magnético indicaram que o solo fora compactado por atividade humana, especialmente ao redor das plataformas. Nesse meio tempo, Karsten Lambers, outro membro do Projeto Nasca-Palpa, coligiu dados posicionais e fez medições precisas das linhas de visão para centenas de geoglifos. Os dados mostraram que os trapézios e outras formas geométricas foram construídos onde pudessem ser vistos de vários pontos. A equipe concluiu que eram lugares em que "grupos sociais agiam e interagiam e aos quais espectadores, nos vales e em outros sítios com geoglifos, pudessem assistir e observar".

Cerro Blanco, uma das mais altas dunas de areia do mundo, assoma pálida e árida no meio de uma ressequida concavidade nos contrafortes andinos, dominando a paisagem física e espiritual dos vales meridionais de Nasca. Por séculos o povo dos Andes venerou deidades incorporadas em montanhas como Cerro Blanco. Johan Reinhard, explorador da National Geographic Society, diz que tradicionalmente - em mitos, senão na própria geologia -, as montanhas são associadas a recursos hídricos. Os cacos de cerâmica nasca que cobrem a trilha até o topo de Cerro Blanco levam a crer que essa associação vem de um passado remoto.

Em 1986, Reinhard informou ter encontrado ruínas de um círculo de pedra cerimonial no cume da montanha Illakata, de mais de 4,2 mil metros de altura, um dos mais altos montes cujos rios alimentam o sistema de drenagem de Nasca. Esse achado, juntamente com outros vestígios de atividades rituais no alto das vertentes nascas, levou Reinhard a supor que um dos principais objetivos das linhas de Nasca relacionava-se ao culto de deidades das montanhas, entre elas Cerro Blanco, devido a sua ligação com a água.

Estudos recentes reforçaram essa hipótese. Nos altiplanos mais ao norte, em que vicunhas selvagens vagueiam nas cabeceiras do rio Palpa, junto-me a Reindel e seu grupo numa caminhada até o topo de uma montanha sagrada conhecida como Apu Llamoca - na língua nativa, apu significa "deidade". No alto dessa massa escura de rocha vulcânica, Reindel mostra-me um círculo ritual com cacos de cerâmica que o grupo encontrou em 2008 e, ali perto, uma estrutura semicircular quase idêntica à que Reinhard informou ter encontrado em Illakata.

Mas, para os pesquisadores do Projeto Nasca-Palpa, a verdadeira epifania que associou os rituais sagrados de Nasca ao culto da água ocorreu em 2000, no trapézio que domina o desolado platô próximo ao vilarejo de Yunama. Os arqueólogos haviam notado várias pilhas grandes de pedra no extremo desses trapézios e imaginaram que fossem altares cerimoniais. Quando Reindel escavava perto de um desses montes, descobrindo cacos de cerâmica, cascas de lagostim, restos vegetais e outras relíquias que claramente representavam oferendas rituais, deparou com fragmentos de uma grande concha de um molusco do gênero Spondylus, que se distingue pelos tons coralíneos e por sua superfície espinhenta. Ele aparece nas águas litorâneas ao norte do Peru apenas durante eventos climáticos ligados ao fenômeno El Niño, e por isso é associado à chegada das chuvas e da fertilidade agrícola.

"A concha do Spondylus é um dos poucos elementos bem estudados da arqueologia andina", diz Reindel. "Ela é um símbolo religioso muito importante da água e da fertilidade. Como o incenso no Velho Mundo, foi trazida de longe e é encontrada em contextos específicos, como objetos funerários e nestas plataformas. Relacionava-se em certas atividades às preces que suplicavam por água. E é evidente", acrescenta ele, "que nesta região a água era o principal problema."

Mas, no fim das contas, todas as oferendas e preces foram em vão. Em 2004, em um sítio próximo ao ressequido rio Aja chamado de La Tiza, na parte meridional de Nasca, a arqueóloga Christina Conlee fez uma lúgubre descoberta quando escavava uma tumba nasca. Foi uma cena chocante. A primeira parte do esqueleto que emergiu da terra não foi o crânio, mas os ossos do pescoço. "Dava para ver as vértebras na parte de cima", diz ela. A pessoa estava sentada, de braços e pernas cruzados, sem a cabeça."

Marcas de corte nos ossos protuberantes do pescoço indicavam que a cabeça fora decepada de forma violenta por uma afiada faca de obsidiana. Reforçando essa ideia, encostado no cotovelo do esqueleto havia um pote de cerâmica conhecido como jarro de cabeça; nele estava retratado um "troféu de cabeça" decapitada, da qual saía um sinistro tronco de árvore com olhos - mais parecendo um artefato de Halloween. Donald Proulx, especialista em cerâmica nasca e professor da Universidade de Massachusetts, em Amherst, diz que o estilo do jarro sugere alguma data entre os anos de 325 e 450.

Tudo naquele sepultamento - a postura do esqueleto, o jarro de cabeça - indica um confinamento deliberado e respeitoso. "Ninguém faz assim com um inimigo", comenta Christina Conlee, pesquisadora da Universidade do Texas. A análise isotópica dos ossos do jovem deixa claro que ele vivia nas imediações. Portanto, era gente do lugar, não um inimigo estrangeiro capturado numa guerra. Christina desconfia de que o esqueleto represente um sacrifício ritual. "Embora encontremos troféus de cabeça espalhados por todo o período nasca", explica ela, "temos alguns indícios de que se tornaram mais comuns a partir de meados desse período e também em épocas de flagelos ambientais, como a seca. Se esse foi um sacrifício, seu objetivo terá sido apaziguar os deuses, quem sabe por causa de alguma seca ou colheita arruinada."

Não há dúvida de que a água, ou melhor, a ausência dela, assumira importância suprema nos últimos tempos da cultura nasca, entre os anos de 500 e 600. Na área de Palpa, os geofísicos identificaram o lento avanço da margem oriental do deserto por cerca de 20 quilômetros vale acima entre 200 a.C. e 600 d.C., chegando a 2 mil metros de altitude. Os centros populacionais nos oásis ribeirinhos próximos a Palpa também foram se mudando para áreas mais altas do vale, como se tentassem cada vez mais fugir da aridez mortal da região. No fim do século 6, concluíram Eitel e Mächtle em um artigo recente, "a aridez chegou ao auge, e a sociedade nasca enfim sucumbiu." Em 650, o Império Wari, mais militarista, já se expandira a partir de sua base no centro do planalto e suplantara os nascas no platô desértico sul.

"Não foram apenas as condições climáticas que acarretaram o colapso da cultura nasca, e não só em Cahuachi", argumenta Johny Isla. "Um estado de crise foi provocado porque a água preponderava mais em certos vales do que em outros, e os diferentes líderes dessas áreas talvez tenham entrado em conflito por causa dela."

O legado do povo nasca vive nas linhas, é claro, e, embora a maioria das pessoas venha para admirá-las do alto, o que vejo e ouço me convence de que só podemos entender realmente os geoglifos se os virmos do solo. Em uma conversa com Isla, ele me descreve a sensação de caminhar por essas trilhas sagradas. "Dá para sentir", diz ele. E eu, curioso para saber o que é que se sente, peço para andar em várias linhas na Cresta de Sacramento, uma pequena serrania ao norte da cidade de Palpa.

Vou encontrá-lo ao amanhecer de um dia de inverno em agosto. A neblina flutua no vale lá embaixo, e o sol ainda não escapou sobre os contrafortes andinos a leste. Começamos a percorrer um grande trapézio no chão do platô desértico, e Isla me alerta para pisar com cautela e cuidar daquela paisagem sagrada como faria um zelador de campo de golfe: se ao andar eu tirasse alguma pedra do lugar, deveria arrumá-la de volta no chão. Após vários minutos naquela curiosa caminhada na ponta dos pés, estamos na direção de um antigo espiral: outra forma comum nos geoglifos de Nasca.

Conforme seguimos pela espiral, meus pés me põem face a face com cada ponto cardeal daquela paisagem: o vale de Palpa ao sul, os montes costeiros a oeste, a "montanha sagrada" (Cerro Pinchango) ao norte e, a leste, os contrafortes dos Andes com seu poder de, como uma divindade, alimentar os frágeis rios que serpenteiam pelo desaguadouro de Nasca, irrigando as sementes de civilização no meio de toda aquela aridez. Se eu houvesse pisado no vórtice daquele itinerário curvilíneo em tempos remotos, também teria sido forçado a encarar outros devotos que estivessem percorrendo a trilha. Percebi, então, que uma caminhada devocional dos nascas também podia reforçar as relações sociais.

"Olhe!", exclama Isla. O sol então aparece por detrás das montanhas, e a oblíqua luz da manhã projeta nossas sombras alongadas sobre o geoglifo. A espiral paira algo acima da paisagem, com seu perímetro de pedras empilhadas.

Prosseguindo em meus passos pelas curvas da espiral, me dou conta de que uma das mais importantes funções das "misteriosas" linhas de Nasca não tem mistério algum. Os geoglifos decerto tinham por finalidade lembrar ao povo de Nasca, pelo movimento ritualístico, de que o destino deles estava ligado a seu meio - àquela beleza natural, sua efêmera abundância e sua ameaçadora austeridade. Podemos sentir a reverência pela natureza, em tempos de fartura e de escassez desesperadora, em cada linha e em cada curva que eles entalharam no chão do deserto. Quando nossos pés ocupam esse espaço sagrado, mesmo por um breve momento que nos torna humildes, podemos sentir isso.

Fonte: viajeaqui.abril.com.br

Substituição tributária: dívidas poderão ser parceladas

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Empresas que fazem parte dos setores obrigados a recolher o ICMS pelo regime de substituição tributária (quando um contribuinte recolhe o imposto em nome de toda cadeia produtiva) poderão parcelar dívidas provenientes do regime – que abrange uma extensa lista de setores, como os de cosméticos, perfumaria e higiene pessoal.

A Resolução nº 16 da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo autorizou o parcelamento de dívidas em até dez vezes, de acordo com a data em que for realizada a opção: se solicitado ainda hoje, o parcelamento poderá ser feito em dez vezes, mas se o pedido for feito de 27 de fevereiro a 26 de abril, será realizado em oito vezes. O parcelamento não prevê descontos ou redução de multas.

Os débitos devem ser oriundos de operações realizadas até 31 de dezembro de 2009 e o valor mínimo da parcela é de R$ 1 mil. Pode ter sido lavrado auto de infração ou não e o débito pode estar inscrito ou não na dívida ativa. A resolução também permite o parcelamento tributário de débito fiscal decorrente da importação de mercadoria destinada à comercialização ou industrialização, ficando a cargo do contribuinte decidir se o parcelamento traz vantagens ou não. De acordo com reportagem veiculada no jornal Valor Econômico, o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) poderá editar um novo convênio sobre a tributação em caso de importação – que definiria quando o ICMS é devido ao Estado da trading importadora e quando é devido ao Estado da empresa que revenderá ou industrializará o bem importado.

Fonte: cosmeticsonline.com.br

Projeto Entorno 2009 - parte 1: Incentivo à leitura



O Projeto Entorno atua nas escolas vizinhas aos prédios do Grupo Abril, realizando a formação de professores, coordenadores pedagógicos e diretores, rodas de leitura promovidas por voluntários capacitados para trabalhar com alunos e doação de acervo. Em 2009, o número de escolas atendidas dobrou em relação ao ano anterior: 12 receberam a capacitação para gestores.

Fonte: revistaescola.abril.com.br

segunda-feira, 29 de março de 2010

Aviso sobre Photoshop poderá ser obrigatório

Aviso sobre Photoshop poderá ser obrigatório
Em outubro de 2009, dois anúncios da Ralph Lauren chamaram a atenção pela distorção bizarra do corpo das modelos e aumentaram a discussão sobre o uso de retoques em imagens

Tramita na Câmara dos deputados um Projeto de Lei que obrigará as agências de propaganda a informar o público sobre a manipulação de imagens em material publicitário.

Quem desrespeitar a obrigatoriedade do aviso poderá ser multado em até R$ 50 mil.

O Projeto de Lei 6853/10, do deputado Wladimir Costa (PMDB-PA), prevê que os anúncios tragam a mensagem: "Atenção: imagem retocada para alterar a aparência física da pessoa retratada."

Segundo entrevista concedida à Agência Câmara, o deputado Costa pretende acabar com a idealização do corpo humano. "Em tempos de Photoshop, a manipulação de imagens faz com que a fotografia seja muitas vezes radicalmente diferente da realidade. Manchas na pele são apagadas, rugas são cobertas, quilos a mais são extirpados. É difícil a um leigo perceber que o resultado final não é uma imagem original", disse.

A ideia é similar à proposta por uma deputada francesa em setembro do ano passado. Valerie Boyer enviou texto ao parlamento no qual todas as agências de publicidade e editores de conteúdo na França ficavam obrigados a estampar no rodapé de anúncios palavras como “Esta imagem foi modificada digitalmente e pode não corresponder à realidade”.

O argumento de Boyer é que a popularização dos editores de imagens como o Photoshop, da Adobe, está criando referências de beleza e estética que não são atingíveis no mundo real. Na França, o projeto prevê multas de 54 mil euros (cerca de R$ 140 mil) para quem desobedecer a nova regra.

Aqui no Brasil, caso o responsável pelo material ou pelo veículo descumprir a medida, as punições variam de advertência, obrigatoriedade de esclarecimento e multa de R$ 1,5 mil a R$ 50 mil, cobrada em dobro na reincidência. Caberá ao Poder Executivo definir os órgãos que aplicarão as sanções.

O projeto tramita em caráter conclusivo, o que significa que não precisa ser votado pelo Plenário, apenas pelas comissões designadas para analisá-lo – no caso, Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; de Defesa do Consumidor; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Caso haja parecer divergente entre as comissões ou recurso contra assinado por 51 deputados (10% do total), o projeto precisará ser votado pelo Plenário. Ele será analisado pelas comissões de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; Defesa do Consumidor e Constituição e Justiça e de Cidadania.

Fonte: info.abril.com.br


Sony quer acabar com Linux no PS3

No próximo mês, a Sony deve publicar um update que deve acabar com o suporte para outros sistemas operacionais, incluindo o Linux, no PlayStation 3.

Sony quer acabar com Linux no PS3
A atualização vai ao ar no dia 1º de abril e deve afetar todos os modelos que chegaram antes da versão Slim, lançada em setembro de 2009 já sem a opção “Other OS”.

“Hoje, o recurso permite que os usuários instalem outros sistemas no console. Devido às preocupações com segurança, a Sony Computer Entertainment vai remover essa funcionalidade através do update 3.21”, afirmou Patrick Seybold, diretor sênior de comunicação corporativa e mídia social da empresa.

De acordo com a empresa, indivíduos e organizações que não quiserem abandonar o recurso podem simplesmente ignorar a atualização, mas vão perder a habilidade de se conectar à PlayStation Network e usar discos que necessitem de versões mais recentes do sistema.

Quem não quiser perder os dados deve fazer backup de todos os seus arquivos. Visitantes do blog oficial do PS3 chegaram a dizer que o anúncio pode ser uma brincadeira relacionada ao dia 1º de abril.

Fonte: info.abril.com.br

Controle seu avatar com a mente

Controle seu avatar com a mente
Os componentes da interface cérebro-computador criada pela G.tec

Empresa australiana apresenta interface cérebro-computador que permite controle de avatares com a mente.

O produto é a novidade da Guger Technologies e será mostrado na CeBIT 2010, a feira mais importante de eletrônicos da Europa, que reúne até sábado os principais fabricantes de hardware e software em Hannover, na Alemanha.

Para fazer o aparelho funcionar é preciso usar uma espécie de touca que age como um eletroencefalograma, medindo os impulsos elétricos do cérebro que são então convertidos em sinais de controle.

Dispensando o uso de mouses, teclados e joysticks, a interface permite brincar com o universo virtual do Second Life, por exemplo. Também é possível usar o aparelho para escrever e utilizar outros jogos virtuais, como ping-pong (como na foto abaixo).

Para funcionar, é preciso primeiro treinar o aparelho para cada usuário – o que não leva muito tempo. A G.tec criou um sistema para que a interface possa relacionar os sinais cerebrais específicos do usuário às ações do jogo.

Símbolos diferentes são colocados em uma tela, cada um deles representando uma ação - como virar para a esquerda ou direita, pular, falar. Eles são iluminados em uma ordem aleatória, de forma que você preste atenção em um deles de cada vez. Ao focar em um símbolo especifico, a resposta é induzida, de forma que a máquina pode reconhecer qual impulso será válido para cada símbolo.

Uma das funções mais importantes desse tipo de interface é dar apoio a pessoas com algum tipo de dificuldade de comunicação (como alguma deficiência física). A própria G.tec desenvolve produtos com essa finalidade.

Veja no vídeo abaixo o controle de um avatr por meio de sinais cerebrais.





Fonte: info.abril.com.br

Rio e SP apagam as luzes na Hora do Planeta

Rio e SP apagam as luzes na Hora do Planeta

As duas maiores cidades do país e outros 71 municípios brasileiros aderiram à campanha global “Hora do Planeta” adotando um “apagão” voluntário em vários pontos públicos.

A “Hora do Planeta” é uma iniciativa do Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês) que, este ano, conseguiu a adesão de cidades em 117 países. A ideia de apagar as luzes por uma hora (das 20h30 às 21h30 no horário de Brasília) visa fomentar o debate em torno da necessidade de preservar o planeta, poupar energia e produzir eletricidade de forma limpa.

Na cidade do Rio de Janeiro, as praias de Ipanema e Copacabana tiveram a iluminação pública cortada por uma hora. O Cristo Redentor, principal cartão postal da cidade, ficou sem iluminação no período.

Em São Paulo, símbolos da cidade como o estádio do Pacaembu e o Parque do Ibirapuera ficaram as escuras. Em Brasília, o Congresso Nacional teve a energia cortada. Ao todo, 19 das 27 capitais brasileiras registraram algum tipo de ação pública em respeito à “Hora do Planeta”.

Em Manaus, o Teatro Municipal ficou sem energia. Em Belém, o monumento a ficar sem eletricidade foi o mercado Ver-o-Peso. Além das iniciativas públicas empresas privadas como Vivo, Telefônica e Pão de Açúcar desligaram as luzes de seus edifícios e lojas.

De acordo com a WWF, cerca de um bilhão de pessoas no mundo participaram da ação ecológica. Cartões postais como as pirâmides do Egito, o Mosteiro dos Jerônimos, em Portugal, e a Torre Eiffel, em Paris, ficaram às escuras por uma hora.

Em Roma, o Coliseu e a Basílica de São Pedro ficaram sem luz.

Fonte: info.abril.com.br

Nissan anuncia recall mundial de quase 540 mil veículos

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A Nissan Motor anunciou hoje o recall de 539.864 caminhões, utilitários esportivos e minivans na América do Norte e em alguns mercados da Ásia e da Europa, por conta de problemas no pino do pedal do freio e no medidor de combustível. A Nissan disse, no entanto, que não foram relatados acidentes ou ferimentos relacionados aos problemas que provocaram sua decisão.

O anúncio segue-se ao recall de 76.415 veículos feito pela montadora no Japão, na semana passada, por falhas nos cabos elétricos conectados aos motores. Ontem, a General Motors (GM) anunciou o recall de 1,3 milhão de carros compactos.

As montadoras estão preocupadas com a necessidade de dar uma resposta rápida para questões de qualidade, em um momento em que a Toyota é criticada pela forma como conduziu um recall de 8,5 milhões de automóveis no mundo inteiro.

Na semana passada, o presidente da Toyota, Akio Toyoda, testemunhou perante um comitê do Congresso dos Estados Unidos e, nesta semana, foi à China pedir desculpas pelas falhas de sua empresa. As vendas da Toyota. nos EUA diminuíram 8,7% em fevereiro, na comparação com igual mês do ano passado. Em resposta aos resultados, a companhia lançou promoções.

As informações são da Dow Jones

Fonte: portalexame

Um velho companheiro

Sem raça definida o cão vira-lata brasileiro é autônomo, simpático, inteligente e versátil - e teve papel fundamental na história da colonização do país.

Um velho companheiro
O cachorro trouxe nova realidade para a vida nativa brasileira. Na Amazônia, os vira-latas vivem em cumplicidade com crianças caboclas. São úteis na caça e seus latidos denunciam a presença de estranhos.

Durante centenas de milhares de anos, o sono dos seres humanos foi leve e conturbado. Animais selvagens, predadores, grupos inimigos e ameaças de todo tipo impediam qualquer pessoa de dormir profundamente. Era preciso estar vigilante. Nossas noites começaram a ser tranquilas graças ao cachorro. A domesticação progressiva dos cães, com sua excepcional capacidade de detectar intrusos pelo ruído e pelo olfato, latindo e dando sinal nas proximidades do acampamento humano, foi uma enorme mudança na vida cotidiana. Comparável à descoberta do fogo.

A habilidade de fazer fogo foi uma das maiores conquistas tecnológicas da humanidade. Permitiu o aquecimento, a iluminação; trouxe conforto e novas técnicas, como o cozimento dos alimentos, a cerâmica, a metalurgia e tantos outros avanços. A domesticação do cachorro foi, talvez, o segundo de nossos maiores êxitos. Hoje o cão é encontrado em todo o mundo como animal doméstico. Impossível, em nossos dias, uma sociedade humana sem fogo e sem cachorro.

O cão é um mamífero carnívoro da família dos canídeos. Seu nome científico é Canis familiaris, e a espécie descende de populações selvagens do lobo eurasiático (Canis lupus). Todo o cão, independentemente de raça, é descendente longínquo dos lobos selvagens e primo da raposa. O menor dos cachorros, como esses que algumas senhoras levam dentro da bolsa, é descendente do lobo. Durante muito tempo acreditou-se que o homem domesticara o lobo, recuperando e criando seus filhotes. Hoje as pesquisas indicam quase o contrário. Foi o cachorro quem, de certa forma, domesticou os seres humanos, acompanhando-os de longe, persistindo, convencendo-os de sua utilidade e colocando-os a seu serviço.

Um pouco como as hienas fazem com os leões e outros predadores, determinados tipos de lobo seguiam os deslocamentos humanos a distância. Sempre prontos a recuperar resíduos alimentares, como ossos, ligamentos e restos com um pouco de gordura e carne. Nômades, os caçadores-coletores primitivos eram comedores de carniça, assim como os lobos. Com o tempo, os seres humanos também seguiam e observavam os mesmos lobos para detectar uma presa ou carniça. Para esses animais, era um ótimo negócio compartilhar uma carniça ou caça com os seres humanos, que apresentavam armas, cada vez mais sofisticadas, para obtê-la e defendê-la de outros predadores.

A competência em dar sinal em caso da chegada de intrusos permitiu e garantiu a permanência desses animais dos acampamentos humanos. Uma interdependência estava criada. Trouxemos os filhotes para dentro de nossas cavernas e cabanas. E imaginamos o simétrico: mitos e histórias em que lobos amamentam, por exemplo, os fundadores de Roma ou Mogli, o menino-lobo (sem falar no lobisomem).

Com essa proximidade, começamos a compartilhar comida e doenças, ócio e trabalho, inimigos e ameaças. Os seres humanos puderam, enfim, dormir. Relaxar. Entrar num estágio de sono profundo, confiando sua noite e seus sonhos ao aguçado olfato e à audição superior dos companheiros cachorros. Faz pouco tempo: menos de 20 mil anos de bons sonhos contra centenas de milhares de anos de pesadelo.

Cachorro de índio

Ao contrário do que muitos imaginam, no século 16, não foram facões, machados ou anzóis as tecnologias europeias mais desejadas e adotadas pelos indígenas brasileiros - mas o cachorro. A razão inicial da ampla difusão e do sucesso dessa tecnologia europeia com os índios do Brasil foi seu uso como defesa. Os cães foram mais úteis aos indígenas que o irreprodutível metal dos europeus.

Na chegada dos portugueses ao litoral brasileiro, a expansão territorial dos tupis ainda não estava consolidada, apesar do desaparecimento dos sambaquieiros e outros povos. As guerras entre tribos e aldeias eram permanentes e marcadas pela exoantropofagia. Mulheres e crianças eram as maiores vítimas: fáceis de capturar, imobilizar e transportar, mais indefesas que os guerreiros. Buscar água ou brincar longe das aldeias era um risco enorme. A vida concreta das mulheres e crianças nativas, naquela época, era muito distante da mítica visão paradisíaca apresentada em alguns livros de história.

A introdução do cachorro pelos portugueses, sobretudo pelas mãos dos jesuítas, inaugurou nova era de sono tranquilo para os índios brasileiros. Em caso de aproximação de guerreiros inimigos, de dia ou de noite, os cachorros davam sinal e até atacavam os potenciais agressores. O cachorro foi integrado nas tribos como o primeiro mamífero doméstico - e continua sendo o mais extraordinário deles, capaz de seguir os passos do indígena, obedecer a suas ordens e cumprir tarefas diversas. Essa intimidade é tamanha que ainda hoje é comum observar índias amamentarem cães em seus seios ou prepará-los assados como alimento.

Como no caso dos primeiros grupos humanos, só tempos depois os índios descobriram a capacidade de caça dos cachorros. Foi uma revolução em suas vidas. A eficiência cinegética dos bichos, sozinhos ou em alcateia, como no caso dos lobos, introduziu mudanças nas técnicas de caça indígenas e até nos ritos relativos à captura da temida onça, por exemplo, antes normalmente atraída para armadilhas cavadas no solo, como indicam relatos dos jesuítas. A capacidade do cachorro de farejar, perseguir e acuar as onças no alto das árvores trouxe nova realidade às aldeias. Conforme o dito popular, nenhum índio se sentia mais num mato sem cachorro. E o sucesso reprodutivo dos cães garantiu rápida expansão de sua presença entre as tribos. Logo os caninos chegaram às aldeias mais remotas no interior, cujo contato com os brancos e suas tecnologias só ocorreria séculos mais tarde.

Símbolo e função

Os cães são naturalmente prolíficos. Cada ninhada tem, em média, de seis a oito filhotes. São fáceis de reproduzir. Os cios são frequentes. As fêmeas aceitam muitos machos. Às vezes, uma ninhada tem filhos de vários pais. E o intervalo entre partos é pequeno, o que permite à fêmea parir duas vezes por ano. Qualquer criador sabe: o tempo de geração curto e os filhotes numerosos são os ingredientes básicos de uma seleção genética animal rápida e eficiente. Há séculos, os seres humanos selecionam e aperfeiçoam raças de cachorro capazes de cumprir os mais diversos papéis e funções sociais. As raças são também símbolos de status, beleza, segurança, riqueza, força.

É curioso, mas um trabalho de seleção bastante parecido também foi feito pelos cachorros, sem que os seres humanos percebessem. Foi assim na Babilônia, nas cidades gregas e no Império Romano. Foi assim no Brasil, é claro. Nas ruas e nos subúrbios das metrópoles, nas fazendas e nos pequenos sítios, nas margens dos rios amazônicos ou no meio da caatinga, nas favelas e nos lixões. No caso dos vira-latas, as condições ambientais e as leis de Darwin selecionaram o melhor sucesso reprodutivo e adaptativo.

O vira-lata brasileiro é um cão autônomo, de grande inteligência e com enorme capacidade de conformação. Seus formato e tamanho são médios. Sua pelagem é curta e de cores ajustadas às condições ambientais, variando do negro ao bege-claro. Correm, nadam, sabem dissimular e têm todos os sentidos aguçados e bastante equilibrados. Muitas pessoas certamente ficariam na dúvida em identificar o nome de certa raça de cachorro com pedigree, mas poucos hesitariam em reconhecer um vira-lata, um rasga-saco, um pé-duro ou um, na linguagem formal dos veterinários, SRD (ou sem raça definida).

O SRD tolera e resiste a doenças e enfrenta sozinho condições ambientais adversas nas quais outros cães não teriam nenhuma chance de sobrevivência, seja no meio do mato, seja na área rural ou mesmo nos grandes centros urbanos. Oposto aos cachorros de raça, especialistas por natureza, o vira-lata é antes de tudo um generalista. Seu talento, seu conhecimento e seu interesse se estendem a vários "campos", não se confinando em nenhum setor, como seus parentes com pedigree. Ele está geneticamente equipado para lidar com diversas situações, impostas pela natureza ou pelos seres humanos.

Uma coleção de acasos e oportunidades deu origem e moldou o vira-lata brasileiro. Ele segue evoluindo enquanto, no caso dos cães de raça, o esforço dos seres humanos é garantir a não evolução, a manutenção das características da raça e sua imutabilidade. Nesse processo, o animal vira-lata foi bem mais proativo que o ser humano. Na história de introdução e multiplicação de cachorros Brasil afora, o cão foi mais sujeito que objeto. Ele sentia o cio das fêmeas. Ele fugia para encontrá-las, viver suas aventuras. Pouco exigente em termos de alimento e abrigo, ele fez sua vida nas fazendas, nas cidades, nos vilarejos, acompanhando boiadas ou bandeiras, sítios e residências, saltando de canoa em canoa, de vagão em vagão, de circo em circo, seguindo andarilhos e romeiros ou caminhando solitário pelas trilhas e estradas, empreendendo viagens aventureiras e amorosas pelas terras brasileiras.

Olhos nos olhos

É necessário enorme treinamento para um chimpanzé aprender o significado de uma ordem ou de dois gestos humanos. Mas um cachorro é capaz de entender mais de 100 palavras e identificar pelo nome até 200 objetos. No Pantanal, nos sertões e nas montanhas de Minas Gerais, os cães pastores atendem a apitos, assobios, gritos, palavras e gestos, mesmo a grandes distâncias, realizando com precisão suas tarefas entre os rebanhos de bovinos, ovinos e caprinos. Da mesma forma, na zona rural, os vira-latas aprendem e colaboram nas diversas técnicas de caça empregadas no caso de onças, tatus, pacas, perdizes, jacus ou no que seja. A razão é simples: há milhares de anos o cachorro tem sido selecionado para nos entender, nos ajudar, cumprir nossas ordens e atender a nossos desejos.

Desde sua domesticação, o cachorro tornou-se uma criatura poliglota, uma das poucas capazes de comunicação interespecífica. Esse animal bilíngue é capaz de comunicar-se com sua espécie e com os seres humanos como nenhum outro. Os cães estão sempre atentos, captam e interpretam a voz das pessoas, seus gestos, a expressão de seu rosto e, sobretudo, seus olhos. É obrigação deles insinuar-se no meio dos seres humanos, acompanhando sua evolução, conquistando os mais diversos grupos e lugares sociais. O primeiro terráqueo a viajar até o espaço sideral foi um cão: a cadela russa Laika.

Algumas raças de cachorro praticamente não latem, outras não uivam e outras são muito barulhentas. Os vira-latas, dada a multiplicidade de situações que enfrentam para sobreviver em meio a outros animais e seres humanos, em áreas rurais e urbanas, não perderam nem uma só nota musical de suas competências sonoras. Cachorros são capazes de rosnar, acuar, barroar, cainhar, esganiçar, ganir, ladrar, latir, uivar e ulular. Não temos tantos verbos para descrever os sons de outra espécie animal. E, no universo sonoro, os cães ainda são aptos a muito mais. Nós é que, simplesmente, não os escutamos.

Suas orelhas, estimuladas por 25 músculos, giram, sobem, descem, movem-se de forma dissociada ou coordenada e detectam com precisão a origem dos sons. Para defender um estábulo ou caçar uma presa, por exemplo, esse recurso é fundamental. Cães são bem mais eficientes que gatos ao caçar ratos, apesar do inabalável marketing dos felinos. Eles percebem os ruídos sutis das mandíbulas dos roedores e sabem onde estão. Seu aparelho auditivo pode captar frequências duas a três vezes maiores do que somos capazes. Em termos de comparação, para alcançar a gama auditiva dos cães, teríamos de agregar 48 teclas à direita de um piano. Por isso, eles sabem, de longe, pelo som, se um animal escapou do curral, se um estranho parou do lado de fora do muro ou se o veículo de sua dona se aproxima a cinco quadras dali. E, diante disso, tomam todas as providências pertinentes.

Faro fino

Cães de raça são procurados em canis especializados, comprados por altos valores e vêm com atestados de pedigree. No caso dos vira-latas, ocorre exatamente o contrário: são eles que buscam os seres humanos. Eles são capazes de insinuar-se e ser úteis nos mais diferentes ambientes ecológicos, sistemas de produção ou condições sociais do Brasil. Se os atestados de pedigree documentam toda a linhagem genealógica de um animal de raça, quase nunca se tem ideia de quem foram os pais de um vira-lata. Mesmo assim, um cão de pedigree com chip de identificação e toda a sua genealogia mapeada tem pouca chance de sobreviver se for abandonado, por exemplo, no meio da avenida Paulista, em São Paulo.

Já os vira-latas urbanos aprenderam a atravessar a rua. Aguardam os veículos passarem. Respeitam os sinais. E, em muitos casos, usam "homens-guias": nos cruzamentos mais difíceis, eles observam e seguem as pessoas. Da mesma forma que os deficientes visuais se utilizam dos cães-guias, os vira-latas, nessas e em várias outras situações, se servem dos seres humanos. Tudo isso sem que seja preciso treiná-los.

Os vira-latas demonstram tão rapidamente sua capacidade de apreender e expandir a mente por razões genéticas. Mas também porque, desde os primeiros dias de seu nascimento, estão expostos a grande variedade de experiências sensoriais, sobretudo nas patas. Seguem a mãe no capim, na areia, no cimento, na terra.

O agitar da cauda expressa a vida emocional dos cachorros, do mesmo modo que nossas expressões faciais. A cauda é, de certa forma, o rosto do cão. Estudos comprovam que o rabo balança, de forma assimétrica, de um lado para o outro. O cachorro agita sua cauda mais para a direita na presença ou proximidade de seu dono e em situações de conforto. Ele a balança mais para a esquerda quando está com medo, cauteloso ou apreensivo. Como diz a lenda, existem vira-latas tão inteligentes que são capazes de jogar pôquer. Mas nunca ganham porque quando têm um bom jogo... sempre balançam o rabo.

A maior genialidade sensorial do vira-lata é seu olfato. Além de uma sensibilidade bem superior à nossa, o que assombra é sua capacidade seletiva. Onde sentimos cheiro de feijoada, o cachorro identifica o odor da linguiça, do feijão, do louro, da cebola e de todos os ingredientes, um por um. O olfato seletivo dos vira-latas permite que sigam uma pista, uma presa ou uma fêmea por longas distâncias. Eles identificam no meio de um saco de lixo a presença de algum item comestível - ou seja, qualquer produto orgânico em qualquer estado de decomposição. Vira-latas não ruminam. Engolem quase sem mastigar. Seu suco gástrico poderoso transforma todas as matérias e bactérias em nutrientes saudáveis.

Com esse conjunto de excelências, é normal que, como superlativo de beleza, utilizemos, em português, a expressão: "Bonito pra cachorro!" Da mesma forma, um prato delicioso é "Bom pra cachorro!" Para elogiar a excepcional competência ou o bom desempenho de alguém, dizemos "O cara é o cão!" E a fidelidade a toda prova é descrita como "lealdade canina".

Atores históricos

Os vira-latas desembarcaram com os portugueses, participaram das entradas e bandeiras, testemunharam o grito do Ipiranga às margens plácidas, a proclamação da República e estiveram presentes nas diversas expedições do marechal Rondon e dos irmãos Villas Bôas. Há uns 15 anos, ouvi, emocionado, em uma roda de jornalistas, uma lição de patriotismo relatada pelo grande indigenista Orlando Villas Bôas como quem conta um causo. E vou narrá-la, do jeito que eu me alembro.

Orlando estava numa de suas heroicas expedições pelo Brasil desconhecido, sem contato com a civilização há muito tempo. Um dia, consultando seu diário, realizou que era 7 de setembro. Não teve dúvida. Mandou improvisar um mastro com um tronco de paxiúba. Reuniu todos os seus homens e, em ordem-unida, hastearam a bandeira brasileira e cantaram o Hino Nacional lá no coração da selva. Uma manifestação cívica, sem nenhuma outra testemunha senão a natureza naquele fim de mundo. A emoção foi geral. Terminada a comemoração patriótica, o chefe de seus mateiros, um rude e experimentado sertanejo, aproximou-se. Com jeitinho, quase confidente, puxou o sertanista de lado e comentou: "Bonita cerimônia, hein, doutor Orlando?" "Pois é", respondeu o sertanista.

"Que mal lhe pergunte...", prosseguiu o sertanejo, curioso. "Qual foi mesmo a razão dessa homenage toda?" "Ora! A independência!", respondeu Orlando. "Ah! Ela merece, merece mesmo." "Como assim?" "A Pendência!" "Pendência?!", questionou o sertanista, intrigado.

Foi quando ouviu do mateiro: "É, ela memo. Cachorra boa pra paca como a Pendência nunca mais nóis tivemo, depois que aquela onça matô a coitada. E eu que já quase nem me alembrava do dia dessa tragédia..."

Fonte: viajeaqui.abril.com.br

Confiança do e-consumidor chega a 86,28%

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O comércio on-line segue em alta no que diz respeito à satisfação do consumidor.

De acordo com o Índice de Confiança do e-Consumidor, estudo desenvolvido pela e-bit em parceria com o Movimento Internet Segura (MIS), dos brasileiros que realizaram compras pela internet em janeiro, 86,28% dos que participaram da pesquisa afirmaram estar satisfeitos com a transação. O índice apurado em janeiro foi praticamente igual à média registrada em todo o ano de 2009 (86,3%). "Se considerarmos que em janeiro já tivemos uma marca superior à dos três primeiros meses do ano passado podemos projetar uma média bastante superior para 2010", ressalta o diretor executivo da camara-e.net, Gerson Rolim.

Para a composição do índice são avaliados quesitos como facilidade no momento da compra, clareza nas informações sobre os produtos, preços, navegação, entrega feita dentro do prazo, qualidade do atendimento e do produto, política de privacidade e manuseio e envio das mercadorias. A avaliação dos e-consumidores é obtida por meio de pesquisas nas lojas conveniadas à e-bit – essa avaliação é feita no ato da compra e após o recebimento do produto.

Para o índice de janeiro, foram colhidas 140 mil entrevistas em todo o país, nos dias 1º e 31 de janeiro.

Fonte: cosmeticsonline.com.br

Plano Nacional de Educação (PNE) 2001-2010

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Um dos eventos mais importantes de 2010 para o futuro da Educação brasileira será realizado em Brasília de 28 de março a 1º de abril. Trata-se da Conferência Nacional de Educação (Conae), um espaço de discussão sobre os rumos que o país deve tomar em todos os níveis de ensino. Dessa conferência sairão as diretrizes que darão origem ao Plano Nacional de Educação (PNE) de 2011, documento que organiza prioridades e propõe metas a serem alcançadas nos dez anos seguintes. "O PNE traça os objetivos, mas sua implementação é responsabilidade dos diferentes níveis de governo, que precisam criar planos de ação", diz Francisco das Chagas Fernandes, secretário-executivo do Ministério da Educação (MEC) e coordenador geral da comissão organizadora da Conae.

Aí mora o problema: para a versão atual do PNE – que está em vigor desde 2001 e tem encerramento previsto para este ano –, a esmagadora maioria dos municípios e estados não aprovou uma legislação que garantisse recursos para chegar lá nem punição para quem descumprisse as ações previstas por ele.

A União também não ajudou, pois o artigo que recomendava o investimento de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) em Educação foi vetado pelo então presidente, Fernando Henrique Cardoso. “Sem verba definida, não dá para cobrar ações dos governos municipais e estaduais”, argumenta Mozart Neves Ramos, membro do Conselho Nacional de Educação (CNE) e presidente-executivo do movimento Todos pela Educação.

Para a nova versão do plano, as entidades ligadas à Educação defendem que haja a determinação clara da origem dos recursos e da área em que devem ser investidos. Se isso ocorrer, o Plano pode colaborar para a luta por uma Educação pública de qualidade. Caso contrário, vira letra morta já em seu nascedouro, como ocorreu em 2001. Na maioria das 295 metas propostas, agrupadas em cinco prioridades, tivemos resultados abaixo do esperado. “Algumas não são quantificáveis, o que dificulta a fiscalização. No novo plano, queremos ter menos objetivos, e todos numéricos e realizáveis”, diz Fernandes. A seguir, você confere um balanço dos principais indicativos do PNE 2001, com um retrato dos avanços e de onde a situação segue complicada.

Meta: Universalizar o Ensino Fundamental

Plano Nacional da Educação

Em 2008, 2,4% dos brasileiros de 7 a 14 anos ainda estavam fora da escola, uma queda de 1,1% em relação aos dados de 2001. Apesar do avanço e do percentual baixo, os números absolutos ainda assustam: são 680 mil crianças sem estudar – 450 mil delas negras e pardas, a maioria vivendo nas regiões Norte e Nordeste. “Garantir a permanência segue sendo um desafio. É preciso oferecer condições como transporte, alimentação e apoio às famílias”, defende Ramos.

Meta: Implantar o Ensino Fundamental de 9 anos

Plano Nacional da Educação

Aqui, sim, é possível comemorar. Em 2009, 59% das matrículas já foram feitas no novo sistema de seriação (veja o gráfico abaixo). A expectativa é que em 2010 o índice tenha chegado à casa dos 100%. Os especialistas consideram a mudança um marco: com a garantia do ingresso na escola aos 6 anos, as chances de que as crianças cheguem aos 7 ou 8 anos sabendo ler e escrever são maiores do que antes. O grande desafio, mais uma vez, é garantir a qualidade do ensino.

Fonte: revistaescola.abril.com.br

sexta-feira, 19 de março de 2010

Moranguinho para licenciados

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A imagem da Moranguinho, licenciada no Brasil pela Exim Character, comemora a excelente aceitação da Moranguinho no mercado brasileiro. A personagem Moranguinho recebeu o prêmio de melhores marcas na categoria personagens licenciados, pela Revista Lojas Papelaria, publicada pela editora Ávila Agnelo. O prêmio, que ocorre anualmente, elege 54 marcas que mais se destacam no setor de papelaria e informática no país.

A personagem Moranguinho, que ganhou representatividade no Brasil após o lançamento da primeira coleção de bonecas, chegou a ser tema de livros, além de inspiração para acessórios, roupas, brinquedos e até mesmo um programa infantil, exibido no canal Boomerang, onde a personagem se diverte com sua turma na Morangolândia, cidade fictícia da série.

O fortalecimento da marca no Brasil aconteceu no ano de 2006, com aumento significativo de produtos de diversos segmentos que levam a imagem da personagem. No ano seguinte, portanto, com a inclusão de novas estratégias, a marca se expandiu e a personagem ganhou novo visual (boneca adolescente) e abrangeu novos campos. Atualmente, a figura da doce boneca é caracterizada como uma "marca evergreen", ou seja, de imagem forte, que veio para ficar.

Criada nos anos 80, a popular personagem é considerada hoje uma das que mais atende aos apelos femininos, seja pelo visual (pele rosada, roupas meigas e fragrância agradável), seja por suas características (companheira, doce e amável).

Fonte: cosmeticanews.com.br

Nova publicação da Turma da mônica ensina a lidar com dinheiro

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A Mauricio de Sousa Produções e a Universidade Metodista de São Paulo estão lançando o gibi Turma da Mônica em Superendividados (20 páginas), que ensina as crianças a lidar com dinheiro. O lançamento será dia 13 de março, às 14 horas, no Teatro Eva Herz da Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo/SP. Mauricio de Sousa estará presente e dará autógrafos durante o evento.

A publicação é uma edição comemorativa aos 20 anos do Código de Defesa do Consumidor, completados em 2010. Foram impressos 100 mil exemplares da revista para distribuição gratuita em palestras de orientação sobre o superendividamento e também em escolas, associações de bairros e comunidades carentes (confira abaixo os próximos eventos e locais de distribuição. Para obter mais informações, acesse o site www.sosconsumidorsp.com).

Na história, Magali vai ao supermercado com seu pai e enche o carrinho com supérfluos. Na hora da conta, os cartões do pai não passam e ele percebe que está endividado. Ao longo das páginas, são apresentadas diversas dicas sobre como lidar com a falta de dinheiro e como economizar, para que as crianças cresçam conscientes e com responsabilidade na hora de gastar.

O Desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo Dr. Rizzatto Nunes e a ex-diretora executiva do Procon de São Paulo Dra. Marli Aparecida Sampaio desenvolveram o projeto Educação para o consumo, com historinhas da Turma da Mônica, e cederam gratuitamente os direitos autorais da parte que trata do superendividamento, especialmente para o conteúdo da revista especial Turma da Mônica em Superendividados.

A Universidade Metodista de São Paulo, em parceria com a Editora Atlas, Papéis Nova Mercante, Gráfica RR Donnelley Moore e Associação Civil SOS Consumidor, acreditando no projeto, contatou Mauricio de Sousa, fazendo o projeto se tornar realidade.

A segunda edição da revista será em parceria com a APAE e o Ministério Público de São Paulo; e nela os personagens deficientes de Mauricio de Sousa participarão ativamente da história, visando atingir o público deficiente.

Fonte: palavraeditoraearte.com.br

Como usar a força visual da embalagem



Em enquete realizada nos últimos quatro meses, a equipe da Bloco de Comunicação destacada para organizar o Fórum Rotulagem e Decoração, que em 15 de abril abrirá o calendário deste ano dos eventos do Ciclo de Conhecimento, coletou um elenco de dúvidas sobre o assunto entre profissionais da cadeia de embalagem.

Como o consumidor vê as cores de um produto exposto no ponto de venda – onde a disputa por sua atenção se dá entre cerca de 30 000 diferentes itens, em média?

Até onde vai (e como ampliar) o poder de atração e convencimento do rótulo ou da decoração de um recipiente?

Como utilizar plenamente a força visual da embalagem para robustecer a imagem de marca e, sobretudo, para induzir o consumidor a comprar um produto?

Qual é e quando deve ser adotado um sistema de rotulagem/decoração, entre os inúmeros existentes? Quais as principais tendências de rotulagem no Brasil e no mundo? Como uma grande fabricante de produtos de consumo de massa decide as maneiras de decorar suas embalagens?

Essas e outras questões serão respondidas por dois palestrantes vindos dos Estados Unidos. São eles o historiador e escritor Thomas Hine, autor do (indispensável) livro The Total Package, e Devra Jacobs, diretora de pesquisa e marketing da agência Innerscope Research, de Boston, a respeito do neuromarketing. Esta é a mais moderna forma de pesquisa de mercado, baseada na aplicação da neurociência, que recentemente levou a Campbell Soup à mais radical mudança visual já feita nas embalagens da famosa sopa de sua marca.

Outro ponto alto entre os destaques do evento será a apresentação de Eduardo Yugue, gerente de embalagens da Nestlé, sobre como a empresa define na prática a decoração de suas embalagens. Caberá a Marcos Palhares, de EmbalagemMarca, apresentar as tendências da indústria de rotulagem e decoração de embalagens no Brasil e no exterior. Sua palestra será fundamentada em material e em estudos que vem realizando desde 2001, quando obteve seu título de MSc com especialização em marketing na Universidade de Oxford, na Inglaterra.

O Fórum será realizado no Centro Brasileiro Britânico e todos os participantes receberão um exemplar do Guia de Referência sobre Rotulagem e Decoração de Embalagens, produzido pela Bloco de Comunicação, editora da revista EmbalagemMarca.

Veja a programação completa no site do Ciclo de Conhecimento.

Fonte: news.ciclodeconhecimento.com.br

quinta-feira, 18 de março de 2010

Tilibra lança linha Copa 2010

A Tilibra - marca líder de cadernos no país, lança linha com estampas alusivas a Copa 2010.

São 4 modelos de cadernos capa dura nas cores que representam o nosso país: verde, amarelo, azul e branco.

As estampas incluem a bandeira do Brasil, o logo da camiseta do time de futebol da seleção brasileira e uma linda Arara Azul – pássaro típico da fauna brasileira.

Torça junto com a Tilibra pelo Brasil na Copa 2010.

Os cadernos estarão nas melhores papelarias do país a partir de 20 de março.

Sobre a Tilibra:

A Tilibra, uma empresa do Grupo norte-americano MWV, atua há 80 anos no mercado brasileiro de papelaria, com posição de liderança obtida através de produtos inovadores e de alta qualidade.

Visite o site www.tilibra.com.br e veja o filme da nova campanha de mídia 2010 e a promoção meutilibraminhacara.com.br.

Sobre a MWV:

A MeadWestvaco Corporation NYSE:MWV) fornece soluções em embalagens para muitas das marcas mais admiradas do mundo dos segmentos de saúde, cuidados pessoais e beleza, alimentação, bebidas, mídia e entretenimento, casa e jardim. Os negócios da empresa incluem as áreas de Produtos ao Consumidor e Materiais para Escritório, Produtos Químicos Especiais e está listada no Índice Mundial de Sustentabilidade Dow Jones pelo quarto ano consecutivo. Para mais informações, visite www.mwv.com.

Fonte: Cristina Dell'Amore Assessoria de Imprensa

Carrefour retira sacolas plásticas da rede até 2014

O Grupo Carrefour Brasil aproveitou o Dia Internacional do Consumidor para anunciar a eliminação das sacolas plásticas na unidade de Piracicaba, em São Paulo. O projeto será estendido de forma gradual a todas as lojas Carrefour até 2014.

Para os consumidores da loja de Piracicaba, a rede distribuirá gratuitamente sacolas retornáveis até dia 31 deste mês, assim como opções de embalagens sustentáveis. No Brasil, o consumo de sacos plásticos é de cerca de 12 bilhões de unidades por ano, segundo dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).Esta ação faz parte do plano mundial do Carrefour para eliminar o uso de sacolas plásticas, assim como na França, China e na Polônia. Além de oferecer as sacolas retornáveis, a rede oferece caixas de papelão para acondicionar as compras.

Fonte: pdvnews