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quarta-feira, 8 de abril de 2009

Vendas de última hora vão salvar a Páscoa, prevê o varejo

Apesar da pouca expectativa do varejo com as vendas de Páscoa deste ano, por conta da crise e dos anúncios de corte nas empresas, que têm reduzido a confiança do consumidor, cada vez mais preocupado com o bolso e com o acúmulo de dívidas, algumas redes do varejo, como a doçaria Ofner, estão ainda otimistas com as vendas. Na verdade, elas mantêm a expectativa de que os consumidores deverão manter o perfil de recorrer às lojas para as compras na última hora.

De acordo com o diretor comercial da Ofner, Laury Roman, a empresa produziu 50 toneladas de produtos de Páscoa e prevê vender este ano 2,5% mais do que no ano passado. Roman diz que 70% das vendas serão feitas esta semana, possivelmente. "Grande parte dos clientes deixa para comprar na última hora", diz.

Mesmo atento ao cenário de cautela, por conta de a confiança do consumidor apresentar índices de queda nos últimos meses, o humor da rede paranaense Super Muffato, que aumentou sua atenção com relação ao feriado da Semana Santa, parece não ter mudado. A empresa prevê ainda que o volume de consumo de produtos como peixes, por exemplo, passe de 100% em relação a outras datas.

Marcos Wichoski, gerente da empresa, explica que os chocolates também entram na lista dos mais procurados na companhia, e este ano o gerente acredita no aumento das vendas de ovos de Páscoa devido às inúmeras promoções dos fabricantes de chocolate, como a que oferece viagem ao exterior e uma casa, prêmios instantâneos em dinheiro e o tradicional 'compre dois, leve' um terceiro item grátis.

Líder no varejo brasileiro, seguido de perto pelo Grupo Pão de Açúcar e pelo Wal-Mart, o Carrefour é outro bastante otimista e prevê crescer 14% nas vendas de chocolates durante a Páscoa, em relação ao mesmo período de 2008. Com mais de 7 milhões de ovos de chocolate, de 152 tipos diferentes, a variedade do Carrefour busca atender aos mais diversos paladares. Além das tradicionais marcas, como Lacta, Nestlé, Cacau Show e Arcor, entre outras, a rede disponibilizou este ano 52 lançamentos.

Os ovos de Páscoa com a marca própria Carrefour, que representam 2 milhões de unidades, têm sido um filão da companhia. A linha traz produtos com famosos personagens infantis, como Mickey, Clone Wars e Fofolete Princesas. Outro destaque é o Ovo de Páscoa Viver Zero Açúcar (250g), com 25% menos calorias, rico em fibras e 0% de gordura trans.

Toneladas

A rede paulista Sonda Supermercados, que teve no último trimestre seu melhor desempenho dos últimos 11 anos, com faturamento de R$ 300 milhões, comprou 120 toneladas de chocolate este ano, 20 a mais quando comparado ao ano passado.

De acordo com Roberto Moreno, diretor financeiro da supermercadista, em entrevista ao DCI, as vendas no período devem surpreender, sim, e a expectativa é de que elas deverão ser até em torno de 10% maiores. "Já estamos vendendo bastante, principalmente os ovos pequenos. Este ano a data encontrará um momento em que o poder aquisitivo da população está maior e o consumo, mais acelerado, por isso acreditamos que o desempenho será bom", afirmou Roberto Moreno.

De maneira geral, ele aponta a que a população começou a se alimentar melhor e destinar mais parte de seu salário para este tipo de compra, tanto que a venda na categoria de bebidas que abrange cerveja, refrigerante e suco tem tido aumento, o mesmo acontecendo com a área de açougue, com a venda de carne.

Mau humor

Apesar do otimismo dessas empresas, um termômetro chama a atenção do setor: a sondagem realizada pela Serasa Experian junto a 1.015 empresários do varejo de todo o País, A pesquisa aponta, entre os comerciantes entrevistados, expectativa de queda com relação à receita de vendas na Páscoa deste ano, em comparação com o ano passado. Somente 28% esperam crescimento da receita este ano.

O pessimismo dos empresários pode ser detectado nas respostas sobre as formas de pagamento previstas: eles esperam 50% de vendas a vista e 50% de vendas a prazo. Na Páscoa do ano passado, havia um desequilíbrio a favor das vendas a prazo (em geral, de maior valor) - 57% a 43%. "A exata proporção entre vendas a vista e a prazo confirma que o consumidor não pretende se endividar nesta Páscoa", avalia a Serasa Experian.
Fonte: DCI - Varejo

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