Header

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

São Paulo ganha mural gigante

Lei da Cidade Limpa quase barra grafite na Av. 23 de Maio, criado em homenagem aos 455 anos da cidade

Em seu aniversário de 455 anos, São Paulo será presenteada com mural de mil metros quadrados de extensão grafitado na Avenida 23 de Maio, na altura do viaduto Tutoia. O presente retrata cenas em preto-e-branco da cidade no início do século passado e é um presente de Eduardo Kobra, grafiteiro e responsável pelo Studio Kobra, e de outros seis grafiteiros. "Esperamos quatro meses para que a Prefeitura autorizasse este presente, já que esbarrava na Lei Cidade Limpa. No final do mês passado conseguimos a autorização. Quase não dá tempo!", disse Kobra, que espera que o mural seja permanente.

Apesar do grande mural, a cidade continua livre dos cartazes, faixas e outdoors. Após completar dois anos, a Lei Cidade Limpa fez com que empresas buscassem mídias alternativas, como anunciar em televisores no interior de transportes públicos, cartões-postais, displays, panfletagem, painéis e outros tipos de mídia indoor.

Segundo a Abramid (Associação Brasileira de Mídia Indoor), no ano passado a média de crescimento desse segmento foi de 15% e a expectativa para 2009 é de que haja um aumento de 40% devido à demanda do mercado. Atualmente, a mídia indoor representa cerca de 4% do total de investimentos publicitários realizados no País.

Somente na cidade de São Paulo são 17 mil painéis publicitários nas estações de metrô e 500 táxis já circulam pela metrópole com monitores de nove polegadas. "Aumentou a procura e a concorrência também com o fim dos outdoors", afirmou Marcos Fernandes Vianna, diretor executivo da Mica, empresa de mídia card que possui 1.080 mil pontos na capital paulista.

Mas a busca pela mídia indoor pode provocar certo exagero e até prejudicar a comunicação. "Tem muita gente que acha que mídia indoor é colocar TV em qualquer lugar. Todas as empresas estão olhando para esse mercado e tem gente fazendo bobagem, o que é natural em um setor incipiente", comentou Ângelo de Sá Junior, sócio-diretor da Indoormídia, empresa com 85 pontos de comunicação espalhados por São Paulo.

Apesar das diversas alternativas de mídia indoor, ainda é possível encontrar nas ruas do centro da cidade uma das mais antigas formas de comunicação exterior: os homens-sanduíche, aquelas pessoas que carregam dois cartazes junto ao corpo, como se fosse a letra A maiúscula.

A reportagem do propmark visitou a Rua Barão de Itapetininga, próximo ao Teatro Municipal, e constatou diversos homens e mulheres-sanduíche.Em sua maioria, são aposentados ou moradores de albergues que ganham R$ 15 por dia, em média, e trabalham oito horas diárias divulgando empresas que comercializam joias, metais preciosos, fotocópias, curriculum vitae e até atestados médicos. O trabalho é informal e são as próprias empresas, localizadas nos prédios do centro da cidade, que contratam as pessoas e produzem os cartazes.

Segundo José Roberto Whitaker Penteado, diretor do Instituto Cultural da ESPM e colunista do propmark, os livros de história da publicidade referem-se ao homem-sanduíche desde a primeira metade do século 19, andando pela Rua Oxford, em Londres (Inglaterra). No Brasil, o homem-sanduíche também faz parte do cenário urbano do Rio de Janeiro desde a segunda metade do século 19. Mas é possível que esse tipo de publicidade tenha surgido na Europa durante a Idade Média. "Naquela época, os arautos do rei saíam às ruas, com roupas de cores vivas, tocando trombetas, para informar à população sobre os impostos mais recentes e outras determinações reais", explicou Penteado.

por Maria Fernanda Malozzi

Fonte: propmark.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário