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segunda-feira, 21 de maio de 2012

Bye, Bye, Apple

O mercado de smartphones tem um novo líder: a Samsung, que ultrapassou a dona do iPhone. Saiba como a gigante coreana quer manter-se no topo. 

O que é preciso para ser líder de um mercado cobiçado como o de smartphones? Até o fim do ano passado, a empresa mais indicada para responder a essa pergunta seria a Apple, dona do prestigiado iPhone. Com uma estratégia que mistura inovação, design e ações de marketing milimetricamente planejadas, a companhia fundada por Steve Jobs encerrou 2011 na liderança do segmento, com quase 24% do mercado. No entanto, os números do primeiro trimestre de 2012 mostram que a empresa finalmente encontrou um rival à altura: a Samsung. A fabricante coreana assumiu a primeira posição no ranking das maiores vendedoras de smartphones do mundo, com quase 45 milhões de aparelhos entregues, ante 35 milhões da concorrente americana. 

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A receita do sucesso? Inovação, design e marketing, que, se não é idêntico, tem se inspirado muito no da Apple nos últimos tempos. A questão daqui por diante é como manter a liderança, especialmente depois da chegada do iPhone 5, cujo lançamento é esperado para junho. A Samsung deu uma mostra do sucesso de sua estratégia ao lançar o Galaxy S3, a versão mais recente de sua linha de smartphones de maior sucesso. É com esse novo modelo que espera tirar o iPhone do posto de smartphone mais cobiçado do mundo. “A espera finalmente acabou”, disse o presidente da divisão de comunicações móveis da Samsung, JK Shin, pouco antes de retirar o novo produto do bolso de seu paletó, no evento de lançamento, realizado em Londres. 
 
Shin garantiu que o público iria se encantar com o aparelho. Peças fundamentais nos planos da gigante coreana, os produtos da linha Galaxy S, lançada em 2010, são os equipamentos com sistema operacional Android de maior sucesso. Para atingir seu objetivo, a Samsung aprimorou tudo que havia dado certo nos Galaxys anteriores e introduziu alguns recursos promissores. A tela do aparelho cresceu de 4,3 para 4,8 polegadas. A câmera se tornou mais rápida, o processador mais potente e a bateria promete maior autonomia. O novo modelo tem um assistente pessoal, o S Voice, semelhante ao Siri, usado pela Apple no iPhone 4S. Outra novidade é um recurso que “entende” o que o usuário está fazendo. 

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Se, por exemplo, ele estiver escrevendo uma mensagem para um contato e, no meio do processo, mudar de ideia e resolver telefonar para a mesma pessoa, o simples movimento de levar o aparelho à orelha faz o Galaxy S3 completar a ligação. A chegada do celular às prateleiras está prevista para o fim deste mês. Ao contrário da Apple, que tem tradição em ignorar o mercado brasileiro, a Samsung não deve demorar a vender o aparelho no País. Priorizar o mercado latino-americano, aliás, é uma estratégia que vem rendendo frutos à fabricante. Em entrevista concedida no ano passado ao jornal The Korea Times, o CEO da empresa, Choi Gee-sung, afirmou que esperava faturar US$ 10 bilhões na região neste ano. 
 
Nessa parte do mundo, a empresa se beneficia da alta inserção dos celulares de baixo custo, segmento em que os coreanos obtiveram outro feito em 2012. Eles conquistaram a liderança do mercado, desbancando a Nokia após 14 anos. No Brasil, a Samsung tem outra vantagem em relação à Apple. Por aqui, o sistema operacional Android, utilizado na linha Galaxy, já é responsável por 61% do segmento de smartphones, área que cresceu 179% no ano passado, segundo a consultoria americana Nielsen. O iOS, presente no iPhone, detém apenas 5,5% do mercado. De acordo com a consultoria, em 2011 o preço dos aparelhos Android caiu cerca de 20%. Para o instituto IDC, essa queda de preço foi a maior responsável pelo crescimento do mercado de smartphones no País. 
 
No entanto, ainda há uma área na qual a Apple segue imbatível. A empresa respondeu por 73% dos lucros obtidos por todas as fabricantes de celulares no primeiro trimestre de 2012, segundo a consultoria americana Canaccord. E, por mais bem-sucedidos que sejam, os aparelhos Galaxy ainda não superam o iPhone em popularidade. “Não é um equipamento capaz de impressionar os consumidores”, afirma o analista Francisco Jeronimo, da IDC. “Ele faz, no entanto, certa pressão sobre a Apple para desenvolver um iPhone 5 melhor”, disse Neil Mawston, da consultoria Strategy Analytics. O que é preciso saber para alcançar a liderança a Samsung já sabe. A pergunta agora é como se manter no topo do mercado.
 
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