O mercado de smartphones tem um novo líder: a Samsung, que ultrapassou a dona do iPhone. Saiba como a gigante coreana quer manter-se no topo.
O que é preciso para ser líder de um mercado cobiçado como o de
smartphones? Até o fim do ano passado, a empresa mais indicada para
responder a essa pergunta seria a Apple, dona do prestigiado iPhone. Com
uma estratégia que mistura inovação, design e ações de marketing
milimetricamente planejadas, a companhia fundada por Steve Jobs encerrou
2011 na liderança do segmento, com quase 24% do mercado. No entanto, os
números do primeiro trimestre de 2012 mostram que a empresa finalmente
encontrou um rival à altura: a Samsung. A fabricante coreana assumiu a
primeira posição no ranking das maiores vendedoras de smartphones do
mundo, com quase 45 milhões de aparelhos entregues, ante 35 milhões da
concorrente americana.
A receita do sucesso? Inovação, design e marketing, que, se não é
idêntico, tem se inspirado muito no da Apple nos últimos tempos. A
questão daqui por diante é como manter a liderança, especialmente depois
da chegada do iPhone 5, cujo lançamento é esperado para junho. A Samsung deu uma mostra do sucesso de sua estratégia ao
lançar o Galaxy S3, a versão mais recente de sua linha de smartphones
de maior sucesso. É com esse novo modelo que espera tirar o iPhone do
posto de smartphone mais cobiçado do mundo. “A espera finalmente
acabou”, disse o presidente da divisão de comunicações móveis da
Samsung, JK Shin, pouco antes de retirar o novo produto do bolso de seu
paletó, no evento de lançamento, realizado em Londres.
Shin garantiu que o público iria se encantar com o aparelho. Peças
fundamentais nos planos da gigante coreana, os produtos da linha Galaxy
S, lançada em 2010, são os equipamentos com sistema operacional Android
de maior sucesso. Para atingir seu objetivo, a Samsung aprimorou tudo
que havia dado certo nos Galaxys anteriores e introduziu alguns recursos
promissores. A tela do aparelho cresceu de 4,3 para 4,8 polegadas. A
câmera se tornou mais rápida, o processador mais potente e a bateria
promete maior autonomia. O novo modelo tem um assistente pessoal, o S
Voice, semelhante ao Siri, usado pela Apple no iPhone 4S. Outra novidade
é um recurso que “entende” o que o usuário está fazendo.
Se, por exemplo, ele estiver escrevendo uma mensagem para um
contato e, no meio do processo, mudar de ideia e resolver telefonar para
a mesma pessoa, o simples movimento de levar o aparelho à orelha faz o
Galaxy S3 completar a ligação. A chegada do celular às prateleiras está
prevista para o fim deste mês. Ao contrário da Apple, que tem
tradição em ignorar o mercado brasileiro, a Samsung não deve demorar a
vender o aparelho no País. Priorizar o mercado
latino-americano, aliás, é uma estratégia que vem rendendo frutos à
fabricante. Em entrevista concedida no ano passado ao jornal The Korea
Times, o CEO da empresa, Choi Gee-sung, afirmou que esperava faturar US$
10 bilhões na região neste ano.
Nessa parte do mundo, a empresa se beneficia da alta inserção dos
celulares de baixo custo, segmento em que os coreanos obtiveram outro
feito em 2012. Eles conquistaram a liderança do mercado, desbancando a
Nokia após 14 anos. No Brasil, a Samsung tem outra vantagem em relação à
Apple. Por aqui, o sistema operacional Android, utilizado na linha
Galaxy, já é responsável por 61% do segmento de smartphones, área que
cresceu 179% no ano passado, segundo a consultoria americana Nielsen. O
iOS, presente no iPhone, detém apenas 5,5% do mercado. De acordo com a
consultoria, em 2011 o preço dos aparelhos Android caiu cerca de 20%.
Para o instituto IDC, essa queda de preço foi a maior responsável pelo
crescimento do mercado de smartphones no País.
No entanto, ainda há uma área na qual a Apple segue imbatível. A
empresa respondeu por 73% dos lucros obtidos por todas as fabricantes de
celulares no primeiro trimestre de 2012, segundo a consultoria
americana Canaccord. E, por mais bem-sucedidos que sejam, os aparelhos
Galaxy ainda não superam o iPhone em popularidade. “Não é um equipamento
capaz de impressionar os consumidores”, afirma o analista Francisco
Jeronimo, da IDC. “Ele faz, no entanto, certa pressão sobre a Apple para
desenvolver um iPhone 5 melhor”, disse Neil Mawston, da consultoria
Strategy Analytics. O que é preciso saber para alcançar a liderança a
Samsung já sabe. A pergunta agora é como se manter no topo do mercado.
Fonte: Istoé Dinheiro
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