O anúncio da morte de Osama Bin Laden, no Paquistão, por forças especiais norte-americanas, teve reflexos nas bolsas mundiais e no preço do petróleo. Os investidores reagiram derrubando o preço do petróleo (em torno de 1,3% em Nova York e Londres) e comprando na bolsa. Na Ásia, a bolsa de Tóquio teve o Índice Nikkei com alta de 1,6%. Em Seul, o índice Kospi avançou 1,7%. As bolsas da China, Hong Kong, Malásia, Cingapura e Taiwan não abriram pelo feriado do Dia do Trabalho. Nos Estados Unidos, as bolsas abriram em alta fecharam com leve queda. Em Wall Street, o índice Dow Jones desceu 0,02%, o S&P 500 recuou 0,17% e o Nasdaq-100 desceu 0,32%. As principais Bolsas europeias encerraram a sessão desta segunda-feira praticamente estáveis ou com leves altas. No Brasil, Índice Bovespa fechou em queda de 1%.
“Não é possível saber o efeito “líquido” de Osama nos mercados mundiais; já faz muito tempo que o choque nas Torres Gêmeas afetou a estrutura de preços mundiais, descriminar isto frente os novos desafios da geopolítica não faz sentido”, diz o economista André Perfeito, da Gradual Investimentos. “É verdade que parte do preço do petróleo tem um “custo” Bin Laden, mas saber precisar quando é este desconto será praticamente impossível”, observa. Perfeito acredita que o primeiro grande efeito da morte de Osama Bin Laden talvez seja o aumento da confiança do consumidor norte-americano. “A captura de Osama Bin Laden tem mais efeito político do que econômico. A principal variável, a longo prazo deve ser carimbar o segundo mandato do presidente Obama”, afirma o economista.
Segundo ele, A Guerra ao Terror – slogan midiático das ações militares no Afeganistão e Iraque – não será interrompida em breve. “É óbvio que o presidente Obama tem como bandeira de campanha retirar os soldados norte-americanos desses lamaçais no oriente, mas nós sabemos que isto não será possível sem uma maior deterioração daquelas regiões. Washington está de mãos atadas neste momento e neste contexto a morte de Osama é apenas um pequeno alívio na campanha norte-americana", afima.
Na avaliação de Perfeito, Bin Laden é um vetor de preços frágil e será substituído em breve por outros fatores. “O petróleo, bem como outras commodities, devem apresentar certa queda mas não necessariamente por conta de Osama, mas antes de tudo por um conjunto de fatores que vão desde o fim do Quantative Easing nos EUA agora em junho, até as medidas contracionistas nos países emergentes. Saber o quanto desta queda será Osama ou destes outros fatores será impossível”, destaca.
Mercado acionário brasileiro
De acordo com Perfeito, a bolsa brasileira é mais vista como uma bolsa de mercadorias do que como uma bolsa de valores pelos estrangeiros. "Isto quer dizer que commodities para baixo segura o índice. Soma-se à isto que está em curso no Brasil um processo continuado de aperto monetário, o que faz o investidor estrangeiro redobrar a cautela em relação à bolsa", explica.
Fonte: Istoé Dinheiro
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