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quinta-feira, 28 de abril de 2011

A Meca asiática do consumo

Cingapura entra na agenda de viagem dos executivos brasileiros que buscam opções de negócios, lazer e compras de luxo num mesmo destino.

Por ter como carro-chefe de sua economia o mercado de eletroeletrônicos, Cingapura é um dos principais destinos de turismo de negócios na Ásia. Anualmente, milhares de empresários e executivos de todas as partes do mundo desembarcam no Singapore Changi Airport. O que pouca gente sabe, ao Sul do Equador, é que é possível – e, mais do que isso, vale a pena – montar um roteiro turístico de luxo em meio aos arranha-céus da cidade-estado, localizada em uma ilha com pouco mais de 5 milhões de habitantes e cerca de 700 km2 de área.

Em meio a sua arquitetura supermoderna – quase não há construções históricas –, que reflete a cidade em seus prédios envidraçados e decorados com muito metal dourado e néon, o lugar oferece opções interessantes de lazer e, principalmente, de compras. Aliás, se existe uma Meca moderna do consumo, ela se chama Cingapura. Desde o fim de março, com a inauguração da rota São Paulo-Barcelona-Cingapura, pela Singapore Airlines, os brasileiros podem incluir esse novo destino em sua programação de lazer ou trabalho.

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Do jardim botânico, com mais de 500 tipos de orquídeas à Singapore Flyer, à maior roda gigante do mundo, com 165 metros de altura (cinco metros a mais que a chinesa The Star of Nanchang e 30 metros mais alta que a famosa London Eye), passando pelos botecos de rua que servem a suculenta centolla (variedade de caranguejo gigante) as atrações da cidade têm potencial para agradar tanto o executivo que viaja sozinho quanto aquele que vai acompanhado da família. E uma das vantagens de Cingapura para o turista ocidental em relação a outros destinos asiáticos é que a língua oficial do país é o inglês.

Entre as opções de hospedagem, algumas das joias hoteleiras de Cingapura são o resorts World Sentosa, o Marina Bay Sands e o Shangri-La Hotel. O World Sentosa é um miniparaíso, artificial é bem verdade, em cuja construção foram investidos US$ 4,3 bilhões. O lugar recebe cerca de 13 milhões de pessoas por ano em seus cinco resorts (uma nova unidade, o Spa Villas, será inaugurado em breve), cassino, cerca de 60 opções de restaurantes, confeitarias e bares (entre eles, três que levam a assinatura do estrelado francês Joël Robuchon), shopping com mais de 50 lojas, marina, um teatro para 1.600 pessoas e uma sucursal do americano Universal Studios. Por estar numa ilha, é ligado à Cingapura por uma ponte de cerca de dois quilômetros. Programa perfeito para quem tem criança pequena e filhos pré-adolescentes.

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O Marina Bay Sands não é somente um luxuoso hotel cinco-estrelas, com 2.560 quartos, cassino e piscina suspensa com borda infinita e uma das vistas mais espetaculares do mundo. Seu complexo de três torres e mais de 74 mil m2, abriga mais de 200 restaurantes, bares, café e lojas de grifes de luxo, como Chanel, Tiffany’s, Gucci, Hermès, Dior, Burberry e Ferrari.

Além das compras, os amantes da cultura ficarão satisfeitos com a programação de espetáculos do Sands Theater, do Grand Theater e do ArtScience Museum, que atualmente abriga uma exposição com obras de Van Gogh e uma outra de arte árabe do século 19. Nem é preciso sair do complexo ou caminhar muito para ter tudo à mão. Até a gigantesca Singapore Flyer, com suas 28 cabines com ar-condicionado, que proporcionam a vista de toda a cidade de seu topo, fica ao lado do Marina Bay Sands. E, no segundo semestre de 2011, a Louis Vuitton inaugura sua maior filial do mundo em frente a esse complexo.

Já o Shangri-la Hotel é sofisticado, com mais de 750 acomodações, piscina, spa e um jardim com mais de 130 mil plantas. Apesar de estar claramente focado no turista que procura a cidade para lazer, oferece um mimo interessante ao hóspede corporativo, além de todo o conforto e facilidades de suas suítes, com até 370 m2 e diárias que vão de US$ 340 a US$ 1 mil: um conjunto de papelaria personalizado, com papel de carta e envelopes com o nome do hóspede grafado em letra cursiva. Um charme.

Quem se aventurar pela cidade, vai perceber que, nas ruas, o mundo do luxo anda sobre quatro rodas. Lamborghinis, Ferraris
e Porsches Cayenne são comuns — o curioso é que o país não conta com nenhuma autoestrada para que os motoristas testem a potência dessas supermáquinas. Apesar dos carros potentes circulando não se escuta barulho de buzina. Cingapura é uma das cidades mais silenciosas e seguras do mundo. A poluição do ar é imperceptível.

E a limpeza de suas calçadas, parques e ruas faz a Alemanha parecer o Sambódromo depois do desfile das escolas de samba. Os policiais andam à paisana e se misturam à população. Seria um destino perfeito se as praias fossem tão limpas quanto a cidade. Mas a proximidade do porto, o segundo mais movimentado do mundo (só perde para o de Xangai, na China), limita o prazer do banho às piscinas dos resorts - por sinal, deslumbrantes e luxuosos.

Uma classe de primeira
Passar cerca de 28 horas num avião, para fazer negócios do outro lado do mundo, pode se tornar um tormento, mesmo se a viagem for render alguns milhares ou milhões de dólares. Mas, quando o trajeto é feito a bordo de uma primeira classe com direito a tevê de plasma de 23 polegadas, mesa para laptop e bancos de couro que reclinam completamente na horizontal e acomodam pessoas com mais de 1,80 m de altura confortavelmente, não dá para falar em sofrimento.

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É puro prazer. É exatamente essa sensação que a Singapore Airlines deseja imprimir nos passageiros da sua primeira classe, inaugurada no fim de março em São Paulo, única cidade da América do Sul com rota até Cingapura, passando por Barcelona. A empresa oferece três voos semanais, às terças, sextas e domingos, ao preço de US$ 17 mil, ida e volta (na primeira classe). “Esse era o momento de aportarmos no Brasil, por causa da melhoria do cenário econômico do País”, diz Tuck Wah Tang, gerente geral da Singapore Airlines no Brasil. “Também achamos que agora o brasileiro está mais afeito a destinos exóticos e a viagens longas.”

Depois de saborear champanhe Dom Pérignon e Krüg e do menu de chefs estrelados como o assinado pela estrela inglesa Gordon Ramsay (que comanda o reality show Hell’s Kitchen), o momento mais esperado é quando o avião desliga suas luzes e as belas aeromoças orientais, vestidas de sarongue criados pelo estilista francês Pierre Balmain (1914-1982), colocam os passageiros para dormir.

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Na verdade, cada assento vem com seu manual para arrumar a cama. Mas a dica é dar uma de desentendido e pedir ajuda às comissárias. Sempre sorridentes, diferentemente das americanas ou europeias que raramente colocam um sorriso espontâneo no rosto, e com uma elegância impecável, elas fazem a cama com extremo apreço e delicadeza.

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Como o traje limita seus movimentos, toda vez que vão servir algo ao passageiro, precisam se ajoelhar, ressaltando ainda mais a imagem de gueixas do ar. Para completar, o pijama é da maison francesa Givenchy, que também assina a porcelana do jantar, a nécessaire traz produtos da grife italiana Salvatore Ferragamo e a tevê traz programação de cerca de mil canais.

Fonte: Istoé Dinheiro

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