Mario Barbosa, diretor executivo da Biblica Brasil, distribuiu mais de 800 mil cópias do livro sagrado no ano passado, atraindo a atenção do CEO mundial do grupo.
No último mês, o CEO mundial da Biblica, uma empresa com mais de 200 anos de história e presença em 55 países, pegou um avião até o Brasil para ver com os próprios olhos o "milagre" operado pelo diretor da subsidiária local.
O britânico Keith Danby queria entender como o publicitário Mario Barbosa conseguiu acabar com a dívida de mais de 500 mil dólares da subsidiária brasileira, trazendo-a ao ponto de equilíbrio – e com a perspectiva de faturar 1 milhão de dólares neste ano. Também estava interessado em conhecer de perto um dos mercados que mais consomem o principal produto da organização: a Bíblia.
Só no ano passado, a Biblica Brasil vendeu mais de 800 mil cópias do livro sagrado, que custa a partir de 16 reais por unidade – as versões mais bem trabalhadas, com capa especial, chegam a custar 38 reais cada. O portfólio não se esgota na edição tradicional – Novos Testamentos, DVDs e audiobooks também fazem parte do acervo.
A história da Biblica no Brasil começou 16 anos atrás, quando a Sociedade Biblica Internacional – fundada em 1809, em Nova York – decidiu estabelecer operações no país para iniciar um esforço de tradução da Bíblia diretamente das linguas originais para o português. “Até então só tinhamos versões tarduzidas de outros idiomas”, explica Barbosa. O objetivo da nova tradução não era só oferecer uma versão mais fidedigna do texto, mas também torná-lo mais acessível ao público.
O trabalho consumiu nada menos que 10 anos para ser completado. Cerca de 24 profisisonais, entre tradutores e revisores, se envolveram na árdua tarefa de passar os textos das línguas originais – o hebraico, o aramaico e o grego – para o português. “Estamos mexendo com o sagrado, portanto é preciso ser muito fiel”, justifica o diretor. Além de publicar o livro sagrado, a Biblica licencia o texto da Nova Versão Internacional para terceiros.
No ano passado, a organização respondeu por quase 10% dos 9 milhões de Bíblias distribuídas no Brasil. “Desde 2004, quando assumi, venho trabalhando para equilibrar as contas. No ano passado finalmente saímos do vermelho. Agora estamos decolando”, conta Barbosa. O objetivo é aumentar ainda mais as vendas em 2011, chegando a 1,2 milhão de Bíblias distribuídas.
Mas engana-se quem acha que o executivo faz isso de olho em uma fatia do bolo: a Biblica é uma organização sem fins lucrativos – todo faturamento é revertido em investimentos para continuar divulgando a Palavra do Senhor. O grupo direciona verba para projetos sociais e distribui o livro sagrado gratuitamente a fieis que não têm recursos para comprá-lo. Mundialmente, a organização fatura mais de 70 milhões de dólares ao ano.
Fonte: EXAME
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