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quinta-feira, 14 de abril de 2011
A desconstrução dos processos de compras
Acabo de chegar da Globalshop, em Las Vegas. Um grande congresso focado no Varejo, em sua importância econômica, social (1/5 da força de trabalho dos EUA é empregada por ele), e, é claro, nas novidades e tendências que estão sendo lançadas. É importante ressaltar que, sendo um evento norte-americano, a Globalshop retrata este mercado, ainda bastante deprimido desde a crise de 2008. Lá, o consumidor até então acostumado a gastar muito, está mais restritivo em relação ao seu consumo, gabando-se agora de quanto economizou em cada compra do que quanto gastou, como fazia antes.
Em termos de tendências é praticamente impossível prever o que vem por aí. Vejam o exemplo do iPad. Lançado há um ano, este aparelho inimaginável pelo grande público, já está incorporado a várias lojas, disponível aos clientes como ferramenta para apresentar e informar sobre os produtos à venda, formar listas de possibilidades de compras, chamar um vendedor e até fechar as contas e pagar por elas.
Esta constante e veloz assimilação de novas tecnologias pela nossa sociedade, aliada a acontecimentos geopolíticos, como os ocorridos no Líbano e no Japão, só nos traz uma certeza: o futuro é imprevisível. Amanhã tudo será diferente... Um fenômeno, porém, já é claramente percebido nos EUA e também por aqui: a desconstrução dos nossos modelos de relacionamento com as marcas e, consequentemente, dos nossos processos de compras.
A revolução dos Smartphones
Você já reparou como esses telefones estão alterando substancialmente a forma pela qual planejamos nossas vidas? Você pode até esquecer a carteira ao sair da casa, mas esquecer o celular? Nunca! As estimativas são de que, até o final do ano, 50% dos celulares dos EUA e 4% do Brasil serão Smarthpones, que nos permitem comprar a qualquer tempo em praticamente em qualquer lugar. Em 2010, o eBay vendeu US$ 2 bilhões em bens e serviços, via Smartphones. O dobro de 2009!
Tecnologias como a do self scanning, QR (Quick Response) bar codes, RFID (Radio Frequency Identification), Geo Tracking e NFC (Near Frequency Communication), empregadas nesses aparelhos, estão revolucionando as formas pelas quais compramos, ao permitirem contatos personalizados, para nossos planejamentos de compras, antes de entrarmos nas lojas, dentro delas, nos check outs e em nossas casas. Essas ferramentas estão sendo rapidamente aplicadas pelas marcas, da indústria e do varejo, permitindo que tenhamos com elas interações muito mais profundas do que tínhamos até três anos atrás, permitindo que dialoguemos com as nossas marcas preferidas e, em algum grau, participarmos das suas gestões.
Da mesma forma pela qual vivenciamos o surgimento e a explosão das redes sociais, através das quais passamos a contar com poderosas formas de aglutinamento e participação nas questões que nos mobilizam, estamos em meio a um processo de transformação radical nos nossos hábitos de compras, em lojas reais ou virtuais. As marcas que souberem “surfar nessa onda” e estabelecerem vínculos mais consistentes com seus públicos serão as que conseguirão se manter lucrativas pelos próximos anos. Este é o principal recado da Globalshop 2011.
Fonte: Mundo do Marketing
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