Na Ásia, Seul ainda tem uma fama bastante similar à de São Paulo. De cidade com arquitetura feia e cinzenta, poluída, vítima de crescimento desordenado e de trânsito caótico.
"A Coreia do Sul se desenvolveu e enriqueceu. Estava na hora de corrigirmos os erros do passado de Seul", diz a arquiteta Seon-Ah Kim, que atua no programa de revitalização do rio Han. "Imaginamos uma cidade com menos carros e mais transporte público, menos poluição e mais verde, e um design mais avançado que represente nossa nova identidade."
Neste mês, a prefeitura anunciou a criação de 550 km de ciclovias nos próximos três anos, orçados em US$ 80 milhões (valor dos dois túneis da avenida Faria Lima, em SP).
No bairro de Dongdaemun, que concentra 30 mil lojinhas e poderia ser descrito como uma 25 de Março high tech, surgirá em dois anos um gigantesco centro de exposições e museu de design, desenhado pela arquiteta Zaha Hadid. Ele ocupa o espaço de um antigo estádio de futebol, demolido em 2008. O novo prédio, de formas arredondadas, evocando o estádio, será coberto de verde, como uma enorme praça suspensa.
O que as autoridades não dizem oficialmente é que agora que a Coreia do Sul perdeu parte de sua produção de manufaturas para a China, Seul quer virar sinônimo de tecnologia e design, o caminho já traçado anteriormente pelo Japão.
A competição por turistas, congressos, novas empresas e profissionais na Ásia acontece entre metrópoles que querem ser sinônimo de modernidade, de Cingapura a Hong Kong.
"Na cultura oriental, a casa precisa de água por perto e a água tem papel fundamental nas cidades", diz Kim. "É interessante que em nosso caminho para criar uma Seul mais moderna busquemos algo esquecido do nosso passado." (RJL)
Fonte: Folha de S.Paulo
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