Assim como a palha de aço, a espuma feita do metal também tem mil e uma utilidades.
Quem garante é engenheira mecânica e aeroespacial Afsaneh Rabiei, pós doutoranda de Harvard e professora na Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.
De carros a implantes no corpo, passando por dispositivos capazes de impedir a destruição causada por terremotos, a espuma de aço pode ser usada em inúmeras situações.
"Poderia escrever páginas e páginas sobre isso, mas acredito que a maneira mais fácil de dizer para que serve é explicar que ela é 100% feita de aço, tem a densidade mais baixa que a do alumínio e sua capacidade de absorção de energia é cerca de 80 vezes maior que a do aço maciço”, diz Afsaneh.
O conceito de espuma metálica não é novo para a pesquisadora, que em 1997 começou a trabalhar com o produto na Universidade de Harvard. Sua primeira espuma era feita de alumínio, mas a pesquisadora, que se formou no Irã, desejava um material ainda mais resistente.
Hoje, o segredo da espuma de aço está nas microesferas: as bolhas de ar mais uniformes a tornam mais resistente do que qualquer versão anterior, pois dão espaço para melhor absorção de energia durante impactos. “É o mesmo conceito do plástico bolha usado para envolver objetos delicados”, explica a pesquisadora. “Com o plástico, você envolve materiais delicados, e impede que o impacto chegue neles”.
Por isso, uma das aplicações mais promissoras seriam os carros: a espuma irá absorver a maior parte do impacto e se deformar, e assim a energia transferida ao carro e, consequentemente ao passageiro, é menor. Em um veículo equipado com a espuma de aço, se você sofrer um acidente a 45 km/h, a sensação será de apenas 8 km/h.
A fabricação é relativamente simples: são usadas esferas ocas pré fabricadas para tornar os poros mais uniformes; o espaço entre as esferas é preenchido com pó de ferro e aquecido a altíssimas temperaturas. No caso de espumas de alumínio ou mistas, os cientistas derramam metal fundido no lugar do pó.
“Podemos usá-la também nas paredes para absorver a energia e impedir que elas chacoalhem e caiam em terremotos”, explica Afsaneh. Um outro projeto é aplicá-la a próteses e implantes, uma vez que o material poroso é bem mais similar aos ossos do que aço maciço. No entanto, teste com animais ou humanos ainda estão um pouco distantes.
No momento, a pesquisadora está licenciando o produto com uma das muitas empresas que se mostraram interessadas e, em breve, ele pode ser encontrado a um preço acessível.
Fonte: info.abril.com.br
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