As negociações ainda estão em seu início, e o caminho que tomarão é incerto. Segundo executivos próximos à negociação, o fator que desencadeou o processo foi a decisão de Adriano de vender suas ações. Os primos, ainda de acordo com esses executivos, não compartilham com Adriano a intenção de se desfazer da companhia. Há, dadas essas condições, duas hipóteses mais fortes em consideração no momento. Na primeira, os primos comprariam as ações de Adriano e assumiriam o comando da cervejaria. Nesse caso, estima-se que terão de desembolsar cerca de 3 bilhões de reais. Para levantar os recursos, esse grupo de acionistas se financiaria junto a bancos e venderia uma parcela de suas ações a fundos de investimento.
A segunda hipótese é que os dois grupos de sócios vendam, juntos, o controle da Schincariol a uma cervejaria estrangeira. A britânica SAB Miller e a dinamarquesa Carlsberg têm interesse em entrar no Brasil. Além delas, a holandesa Heineken, que há um ano comprou a Femsa, dona da Kaiser, é vista como uma forte candidata à aquisição. Em entrevista à EXAME há poucas semanas, Chris Barrow, presidente da Heineken no Brasil, disse que a empresa é líder ou vice-líder em todos os mercados em que atua, à exceção do Brasil. Aqui, a Heineken está em quarto lugar. No caso da aquisição da Schincariol, passaria para segundo, com mais de 20% de participação de mercado. Caso decidam vender a cervejaria para um concorrente, os primos continuariam minoritários - provavelmente com uma fatia menor que a que possuem atualmente no capital da companhia.
Por meio de nota enviada pela assessoria de imprensa, a Schincariol informa que "não há quaisquer tipos de operação de compra e venda em andamento na organização. A Schincariol sempre avalia oportunidades de crescimento, porém neste momento não existe qualquer movimento neste sentido”.
Fonte: EXAME
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