A construção da identidade é fabricada por meio da marcação da diferença. Ocorre tanto por meios simbólicos, quanto por meios de forma de exclusão, inclusive social. Segundo Woodward, Yhall e Silva (2000), nas relações sociais as formas de diferença simbólicas e sociais são estabelecidas, ao menos em parte, por meio de sistemas classificatórios. Um sistema classificatório aplica um princípio de diferença que seja capaz de dividi-lo em pelo menos dois grupos opostos: nós/eles.
Podemos perceber claramente esse movimento da afirmação da identidade quando falamos, por exemplo, do uso do espaço simbólico. O espaço simbólico é inteiramente moldado pela cultura, e pode ser resultante das percepções obtidas nas relações sociais do indivíduo com o universo socialmente constituído, em um determinado momento histórico em relação a um determinado espaço físico.
Podemos, nesse caso, pensar diversos espaços simbólicos e nesse momento, entender sua relação com o consumo. Podemos falar das diferenças sociais da Lapa, da Vila Madalena, do Centro Antigo de Recife, que é bastante diferente de Olinda, separadas apenas por alguns quilômetros, do Baixo Leblon, da Praça da Liberdade em Belo Horizonte. Assim como também podemos falar do bairro Barra da Tijuca, que é completamente diferente, por exemplo, do espaço simbólico do Leblon, sendo os dois locais residenciais de classe média ou alta.
Os indivíduos apropriam-se desses locais, transformam-se e transformam o ambiente em um espaço socialmente construído. Esse espaço é organizado e sentido por todos que aqueles que efetivamente pertencem à ele, freqüentadores, moradores e consumidores. E para esses, o espaço se estrutura em uma forma de inclusão de coisas e pessoas.
Assim podemos, por exemplo, falar dos shopping centers, pois o trabalho de Trade Marketing que deve ser realizado em um shopping center como o Shopping Iguatemi, em São Paulo, pode e deve também ser completamente diferente do trabalho que será realizado no Shopping Eldorado, que está a alguns metros distante dele.
A relação com as compras nas lojas de rua é, também, completamente diferente das lojas de shopping. Por exemplo, estudos evidenciam que os cariocas preferem fazer compras em lojas de rua do que em shopping, e tem uma relação com shopping muito mais de segurança e praticidade, do que de efetivamente de prazer. O que a difere muito claramente dos paulistas. Entretanto, quando olhamos as lojas da rua Oscar Freire, em São Paulo, percebemos que a classe mais alta desta cidade gosta de desfrutar do prazer de circular nesta rua, para ver as novidades e fazer compras, ou seja, viver a interação da rua que é totalmente diferente da interação do shopping. Esse é um movimento que tem sido discutido como sendo mundial, ou seja, o consumidor busca reencontrar seu espaço em um ambiente aberto e comum.
Ao estudarmos a identidade regional brasileira, percebemos diferenças bastante contundentes em relação ao que se passa no Rio, em São Paulo, em Recife, em Porto Alegre e em outros locais do Brasil. O que é importante saber é que espaço, na verdade, é uma representação de uma forma de interação social. O espaço social e o espaço físico se transformam em um só.
Fonte: Mundo do Marketing
Fonte: Mundo do Marketing
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