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quinta-feira, 31 de março de 2011

Embalagem e Crowdsourcing

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Ações de marketing nas quais as pessoas são convidadas a contribuir ou opinar na criação de rótulos e embalagens parecem ser uma tendência que veio para ficar, principalmente com a atual força das mídias sociais. O envolvimento na co-criação da embalagem ajuda a estabelecer e, em outros casos, aumentar o vínculo afetivo entre as pessoas e a marca. Se o crowdsourcing for bem conduzido, o engajamento dos consumidores pode ser extremamente alto e a marca passa a ser ainda mais relevante para eles. Para ilustrar essa nova prática, temos dois casos de sucesso, sendo um internacional e o outro nacional.

O primeiro é o da Chiquita BrandsInternational, detentora da Chiquita, uma das marcas mais valiosas do mercado de alimentosnorte-americano. A marca é mais conhecida pela icônica etiqueta azul que serve de rótulo para as suas frutas (no começo eram apenas bananas, hoje a marca expandiu para outras frutas, sucos, snacks e frozen smoothies), sinalizando aos seus consumidores produtos de ótima qualidade e procedência.

A empresa, através de um concurso dos 50 anos da marca, pediu aos seus consumidores que desenhassem versões customizadas da famosa etiqueta azul, mas com uma condição: deveriam ser mantidos o formato, a paleta de cores e as dimensões. Os fãs da marca Chiquita votaram online em 50 finalistas, para eleger 18 ganhadores, que estamparam as bananas em todas as localidades dos Estados Unidos durante o mês de novembro de 2010. Além disso, os finalistas receberam uma camiseta, chapéu e chaveiro com a ilustração das suas próprias etiquetas. Para se ter uma ideia da popularidade da ação, o crowdsourcing atraiu mais de 500.000 visitas nos primeiros seis meses após seu lançamento.

Na página inicial do site www.eatachiquita.com, no logo Sticker Design Contest é possível visualizar as etiquetas vencedoras. No mesmo site, existe um aplicativo (Sticker Studio) que permite aos usuários criar suas próprias “carinhas” customizadas no formato da etiqueta da marca (25.000 carinhas foram criadas nos primeiros 6 meses após a estréia da ferramenta), e depois postar e compartilhar o resultado no Facebook e Twitter, que contam hoje com, respectivamente, 34.770 e 1.050seguidores.

O segundo caso é o do Guaraná Jesus, marca de refrigerante típica do estado do Maranhão adquirida pela Coca-Cola em 2001. Após um trabalho completo de branding para a marca maranhense, a Dia Comunicação escolheu a ferramenta de crowdsourcing para o lançamento da nova lata do produto. A ideia por trás dessa estratégia era fazer com que o consumidor se sentisse proprietário da marca.

Em uma ação até então inusitada, a agência convidou a população do Maranhão para escolher a nova lata do refrigerante a partir de três layouts propostos. A participação popular foi realizada através de votação no hotsite da campanha e por mensagens via SMS. Para apoiar a estratégia foram feitos virais no Youtube/Orkut e blitz com promotores (aparelhados com netbooks e flyers) e três atores fantasiados de latinhas – uma de cada opção – que tinham o objetivo de angariar votos para as suas respectivas latas. As blitz aconteceram em escolas e nos pontos principais da capital maranhense. A campanha revelou-se um sucesso, sendo computados mais de 12.000 votos em apenas três semanas. Desde o início da estratégia, as vendas do produto aumentaram e contribuíram para o ganho de 8 pontos de share de mercado conquistados pela marca no período.

Os exemplos acima demonstram que o crowdsourcing é uma poderosa ferramenta que, quando aliada aos projetos de embalagem, oferece às marcas grandes oportunidades de estreitar o relacionamento com os seus consumidores, fazendo-os sentir parte do processo de criação do produto. Não esquecendo que, uma boa estratégia alinhada ao DNA da marca, faz toda a diferença no projeto.

Fonte: Mundo do Marketing

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