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sábado, 23 de janeiro de 2010

O Kindle Brasileiro

Empresa do Recife desenvolve primeiro leitor de livros eletrônicos do País para concorrer com equipamento da Amazon


Foto: Leo Caldas/Titular Ag. Fotografica

Terra de Manuel Bandeira, João Cabral de Melo Neto, Gilberto Freyre e muitos outros grandes escritores, Pernambuco está prestes a iniciar uma nova fase na literatura nacional. É de lá, mais precisamente de Recife, que será lançado o primeiro leitor de livro eletrônico (e-book) desenvolvido no Brasil. A empresa responsável pela criação do equipamento é a Mix Tecnologia. Em parceria com a editora Carpe Diem, também sediada na capital pernambucana, ela investiu R$ 1 milhão no projeto do Mix Leitor-D, que será lançado no primeiro semestre de 2010. O objetivo é competir no mercado nacional com o consagrado Kindle, da varejista virtual americana Amazon, e outros equipamentos similares de empresas como Sony e Fujitsu. A meta é atingir a marca de 150 mil equipamentos vendidos por ano.

O livro eletrônico, que usa uma tela que reduz a luminosidade e facilita a leitura, passa por um momento favorável no mercado. Segundo estimativas da empresa de investimentos Cowen & Co., desde que foi lançado, em 2007, foram comercializadas 2,5 milhões de unidades do Kindle. Na onda desse sucesso, a livraria americana Barnes & Noble também desenvolveu seu leitor de livros eletrônicos. E a Apple planeja lançar, em março, um equipamento que está sendo considerado o grande rival do Kindle.
Qual será, então, o diferencial, do Kindle brasileiro para competir com essas empresas internacionais? O Mix Leitor-D foi desenvolvido para ser, além de um livro eletrônico, uma plataforma educacional. A companhia criou e patenteou um sistema de perguntas e respostas automatizadas conforme o assunto do texto que está sendo lido. O programa busca questões em bancos de dados e gera exercícios sem a necessidade da orientação dos professores. Ele também pode ser adaptado à necessidade da instituição de ensino. A Mix prepara para março o primeiro lote do produto. A companhia está também em fase adiantada de negociação com três grandes grupos interessados em comprar parte ou a totalidade da empresa formada por três colegas da faculdade em 2004. Um deles é Murilo Marinho, diretor de novos negócios, que não revela os nomes dos investidores, que entrariam como sócios para acelerar os negócios da pequena empresa, cujo faturamento atingiu R$ 2,5 milhões em 2009.

Empresa do Recife desenvolve primeiro leitor de livros eletrônicos do País para concorrer com equipamento da Amazon

Segundo Marinho, a Mix tem recebido diversos pedidos, por e-mail ou telefone, de pessoas querendo comprar o leitor eletrônico. “O telefone não para de tocar”, diz. De acordo com o presidente da Associação Nacional de Livrarias (ANL), Vitor Tavares, o livro eletrônico deve transformar o mercado antes do que se imagina. “Acredito que em três ou quatro anos.” Caso se confirme a máxima do escritor Euclides da Cunha, autor de “Os Sertões”, de que o “sertanejo é, antes de tudo, um forte”, o Kindle brasileiro tem chance de vingar entre os concorrentes internacionais.

Fonte: istoedinheiro

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