Pesquisa da Serasa Experian divulgada nesta segunda-feira apontou uma queda de 12,7% na inadimplência das empresas em agosto na comparação com julho. Com a volta gradativa do crédito e com juros menores, os analistas da entidade avaliam que o problema de liquidez das pessoas jurídicas está se normalizando.
A diminuição da inadimplência do consumidor e o fator calendário (agosto teve dois dias úteis a menos do que julho) também foram pontos favoráveis citados pelos técnicos.
O mercado interno caminha, de acordo com os especialistas, para ser novamente o sustentáculo da economia, e o crédito é determinante para isso. Há problemas ainda nas empresas exclusivamente exportadoras, que têm dificuldades para colocar os produtos nos mercados globais em estagnação, e, com o real valorizado, também perdem competitividade, destacam os analistas.
No confronto com o mesmo mês do ano passado, a inadimplência das empresas teve aumento de 19,8% --dado considerado favorável porque é o menor crescimento verificado desde maio nesse tipo de comparação.
No acumulado dos oito primeiros meses do ano, a inadimplência das pessoas jurídicas avançou 28,6%, registrando o menor percentual desde o acumulado do primeiro semestre.
Conforme destacam os técnicos da Serasa Experian, os índices de inadimplência das empresas acompanham a recuperação econômica, porém em ritmo bem mais lento, uma vez que a crise teve mais impacto nos negócios do que para o consumidor.
Os analistas lembram, ainda, que as empresas estavam endividadas na chegada da crise ao país, para realizar investimentos compatíveis com a expansão do mercado interno. Com isso, a ruptura na oferta de crédito e a retração da atividade econômica estabeleceram uma situação insustentável para o fluxo de caixa dos negócios.
Para os próximos meses, a expectativa é a de que a inadimplência das empresas continue caindo, pela reação econômica e também porque, nas próximas comparações com 2008, já será possível notar os primeiros efeitos da chegada da crise ao Brasil. O ano, por sua vez, deve fechar com crescimento.
No ranking que considera o período de janeiro a agosto, os títulos protestados lideram as dívidas, com 41,6% do total, seguido de cheques sem fundos (38,9%) e débitos com bancos (19,4%).
Fonte: Folha Online
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