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sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Alimentação um direito inviolável
16 de outubro- Dia Mundial da Alimentação
“Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua
família saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação,
cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança
em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de
perda dos meios de subsistência fora de seu controle.” (Artigo XXV /
Declaração Universal Dos Direitos Humanos)
Estatísticas da Fome
Há 800 milhões de pessoas desnutridas no mundo, um bilhão de pessoas
passando fome, 30 mil crianças morrem de fome a cada dia, 15 milhões a cada
ano, um terço das crianças dos países em desenvolvimento apresentam atraso
no crescimento físico e intelectual, 1,3 bilhão de pessoas no mundo não
dispõe de água potável, 40% das mulheres dos países em desenvolvimento são
anêmicas e encontram-se abaixo do peso. Uma pessoa a cada sete padece fome
no mundo. A cada dia 275 mil pessoas começam a passar fome ao redor do
mundo. O Brasil é o 9º país com o maior numero de pessoas com fome, tem 15
milhões de crianças desnutridas. 45% de suas crianças, menores de cinco anos
sofrem de anemia crônica.
O Brasil é o 5º país do mundo em extensão territorial, ocupando metade da
área do continente sul-americano. Há cerca de 20 anos, aumentaram o
fornecimento de energia elétrica e o número de estradas pavimentadas, além
de um enorme crescimento industrial. Nada disso, entretanto, serviu para
combater a pobreza, a má nutrição e as doenças endêmicas. Em 1987, no
Brasil, quase 40% da população (50 milhões de pessoas) vivia em extrema
pobreza. Nos dias de hoje, um terço da população ainda é mal nutrido, 9% das
crianças morrem antes de completar um ano de vida e 37% do total são
trabalhadores rurais sem-terras.
Enquanto o consumo diário médio de calorias no mundo desenvolvido é de 3.315
calorias por habitante, no restante do globo o consume médio é de 2.180
calorias diárias por habitante. Metade dos habitantes da Terra ingere uma
quantidade de alimentos inferior às suas necessidades básicas. Cerca de um
terço da população do mundo ingere 65% dos alimentos produzidos. A quarta
edição do Inquérito Mundial sobre Agricultura e Alimentação, patrocinado
pela ONU em 1974, concluiu: "Em termos mundiais, a quantidade de alimentos
disponíveis é suficiente para proporcionar a todos uma dieta adequada".
O aumento dos preços dos alimentos fez o número de famintos no mundo crescer
40 milhões para 963 milhões de pessoas em 2008, ante o ano passado, de
acordo com dados preliminares divulgados hoje pela ONU para Agricultura e
Alimentação (FAO, na sigla em inglês). A entidade advertiu que a crise
econômica mundial pode levar ainda mais pessoas a essa condição. Levando em
conta dados do US Census Bureau, departamento de estatísticas do governo
norte-americano, que contam a população mundial em 6,7 bilhões de pessoas, o
número de famintos representa 14,3% do total.
Em 2007, no planeta havia 860 milhões de famintos; em janeiro de 2009 109
milhões mais. A metade da população africana subsahariana, por citar um
exemplo dessa África crucificada, mal vive na extrema pobreza. A ladainha de
violência e desgraças provocadas é interminável. No Congo há 30 mil
meninos-soldados dispostos a matar e a morrer a troco de comida; 17% da
floresta amazônica foram destruídos em cinco anos, entre 2000 e 2005; o
gasto da América Latina e do Caribe em defesa cresceu um 91%, entre 2003 e
2008; uma dezena de empresas multinacionais controla o mercado de semente em
todo o mundo. Os Objetivos do Milênio se evaporaram na retórica e em suas
reuniões elitistas os países mais ricos dizem covardemente que não podem
fazer mais para reverter o quadro.
“Quase cem mil mortes diárias no planeta se devem à fome. Dentre elas, 30
mil são de crianças com menos de cinco anos. Mais do que três torres gêmeas
por dia que se desmoronam em silêncio, sem que ninguém chore ou construa
monumentos”, declarou à swissinfo Carlos Alberto Libânio Christo, mais
conhecido como Frei Betto.
Essas são algumas das estatísticas da fome que o mundo se acostumou a
acompanhar de tempos em tempos. Todavia a fome segue matando de maneira
endêmica em muitas regiões do globo.
Um mundo livre da fome
Nós, do Planeta Voluntários buscamos um mundo sem fome e desnutrição – um
mundo no qual cada uma e todas as pessoas possam estar seguras de receber a
comida que necessitam para estar bem nutridas e saudáveis. Nossa visão é a
de um mundo que protege e trabalha para que haja assistência social e
dignidade humana para todas os povos. Um mundo no qual cada criança pode
crescer, aprender e florescer, e desenvolver-se como membro ativo da
sociedade.
Por Marcio Demari
PLANETA VOLUNTÁRIOS
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