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sexta-feira, 19 de junho de 2009

Produtores estrangeiros conhecem pesquisa brasileira para cacau

Os sistemas agroflorestais e o manejo integrado da vassoura-de-bruxa são alguns dos trabalhos da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) apresentados no 1º Workshop Internacional sobre Políticas do Cacau, que reúne dez países produtores, em Salvador/BA, até sexta-feira (19).

O chefe do Centro de Pesquisas do Cacau (Cepec), da Ceplac, Adonias Virgens Filho, fez palestra sobre Pesquisa e Desenvolvimento com vista a uma Transformação Rural. Ele defendeu a cooperação entre os países produtores para evitar excesso de cacau no mercado e não deprimir os preços. “É preciso compreender que as oscilações de preço comprometem os produtores e a economia dos países com graves reflexos nas sociedades. Devemos adotar estratégias de ação comum para elevar os preços e remunerar o trabalho daqueles que produzem riqueza no meio rural”, destacou Virgens Filho.

Os representantes das delegações da Costa do Marfim, Togo e Camarões defenderam parcerias com o Brasil para a prevenção de doenças que atingem a lavoura cacaueira, como a vassoura-de-bruxa e a ameaça que representa a monilíase para a plantação de cacau. Eles recomendam ações preventivas e sistemas rigorosos para evitar que as pragas cheguem aos países.

“Maior apoio técnico e incentivo financeiro são fundamentais para tornar a atividade cacaueira cada vez mais rentável”, disse o secretário-geral da Aliança dos Países Produtores de Cacau (Copal, sigla em inglês), Hope Sona Ebae. Ele explicou que o plantio mundial de cacau ocupa sete milhões de hectares e é necessário aumentar a produtividade para elevar a renda do agricultor. “Paralelamente, é preciso incentivar políticas de consumo”, afirmou.

Os membros da delegação da Malásia demonstraram as mudanças ocorridas nos últimos anos em relação ao negócio cacaueiro naquele país. A produção de 247 mil toneladas ao ano, registrada nas décadas de 80 e 90, caiu para 31 mil toneladas. Atualmente, o país importa cacau para suprir a capacidade do parque industrial, que processa 360 mil toneladas de amêndoas.

No Brasil, com a crise instalada na década de 90, causada pela doença vassoura-de-bruxa, a produção que, já atingiu 450 mil toneladas, está em 160 mil ao ano. Porém, o parque industrial tem capacidade para o processamento de 234 mil toneladas. A exportação de cacau e derivados totalizou mais de R$ 421 milhões, em 2007.

O encontro é promovido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e pela Aliança dos Países Produtores de Cacau (Copal), integrada por Camarões, Costa do Marfim, República Dominicana, Gabão, Malásia, Nigéria, São Tomé e Príncipe, Togo e Brasil.

Fonte: Brasil.gov.br

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