A maior franqueadora brasileira do setor de fast-food, o Habib's, seguirá os passos da norte-americana Burger King, que abriu 1.450 filiais na China em quatro anos, e aportará naquele país em 2010 com previsão de abrir 500 unidades no período de cinco anos. Desta forma, os chineses poderão consumir produtos como esfihas, quibes e beirutes com tempero picante, característica marcante do paladar local.
Em entrevista ao DCI, João Augusto Ribeiro Penna, diretor de Operações da companhia, disse que o planejamento estratégico não foi integralmente concluído, mas calcula que as primeiras dez lojas consumirão aproximadamente US$ 10 milhões. O executivo chegou na semana passada ao País, depois de passar 15 dias conhecendo aquele mercado e fazendo reuniões com investidores do grupo chinês Real Intercontinent, sediado em Tiajin.
Penna destaca que será instalada uma fábrica que produzirá toda a matéria-prima necessária para a operacionalização das lojas, assim como acontece por aqui. Ao final dos cinco anos, a estrutura planejada incluirá mais seis centros de distribuição, que atenderão as filiais localizadas dentro de um raio de no máximo 300 quilômetros. "Deveremos importar carne da Austrália ou desenvolver uma criação de pecuária no país. Avaliamos as duas hipóteses", diz o executivo. Também serão incorporados ao cardápio produtos típicos da culinária chinesa.
Experiência
A rede retoma os planos quase oito anos depois de sua primeira experiência internacional, na qual o alvo eram os Estados Unidos, que consumiu muito tempo de Alberto Saraiva, presidente do Grupo Alsaraiva, que congrega marcas de restaurante Habib's e o italiano Ragazzo, a panificadora Arabian Bread, a fábrica de sorvetes Ice Lips, a de laticínios Promilat, o contact center Voxline e a agência de turismo Bib's Tur.
Saraiva havia montado uma diretoria na Flórida e escolhido os pontos, mas os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 levaram por água abaixo os planos da empresa em terras norte-americanas, uma vez que sua comida é árabe. A saída encontrada pelo empreendedor foi migrar com os planos no México, o país mais próximo.
A empresa instalou sete lojas naquele país, mas não procurou nenhum parceiro local. Apesar de contabilizar bons resultados, nenhum diretor permanecia no cargo no México por muito tempo, pois haviam sido preparados para trabalhar na Flórida. Até o próprio presidente morou lá por dois anos, mas resolveu vender as lojas ao Burger King, recuperando ainda parte do investimento aplicado. "Ter um sócio local permite conhecer melhor o mercado que queremos explorar", afirma o diretor de Operações do Habib's. A empresa conta ainda com a consultoria da Global Franchise, especializada em levar marcas brasileiras de franquias ao exterior e vice-versa.
Na opinião de Ricardo Camargo, diretor executivo da Associação Brasileira de Franchising (ABF), o continente asiático é a terceira principal região que oferece potencial de expansão às marcas nacionais, apenas atrás da América Latina e da América Central, respectivamente. Camargo diz que a marca de calçados e acessórios Arezzo também está negociando a instalação de lojas em território chinês.
Fonte: DCI
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