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terça-feira, 23 de junho de 2009

Alinhamento, resiliência e determinação para liderar melhor

Estamos quase no fim do primeiro semestre de 2009 e olhando para trás é difícil avaliar como foram esses primeiros meses do ano. Algumas pessoas já reclamam que as ações planejadas em janeiro ainda nem foram cumpridas e já é preciso planejar o próximo semestre. Isso, principalmente, porque o mundo ainda não se ajustou e muito se especula sobre o que acontecerá. Ora ouvimos que o pior da crise financeira passou, ora ouvimos que há muito por vir. E as teorias sobre o assunto continuam em pauta.

Sempre que as vejo me pergunto, será que alguém realmente presta atenção e se importa com essas teorias? Elas, de fato, são reais? E as empresas que trabalham com propostas alternativas em suas estratégias e que aplicam consciência, responsabilidade e sustentabilidade em seus negócios, como estão no mercado?

Não há respostas para todas essas perguntas que estou colocando aqui, mas sem dúvida há um raciocínio que pode ajudar as empresas a encontrar esse caminho, envolvendo e transformando a cultura da companhia com mais consciência e inspiração. O primeiro passo é entender que a crise veio de uma série de comportamentos destrutivos do mercado global e seus profissionais. Seria como se a economia estivesse com uma indigestão de crédito, gastos e investimentos impensados, consumo excessivo e negócios inconscientes.

Além disso, todas essas condutas são sempre renovadas quando o governo e as autoridades financeiras de cada país prometem resolver os problemas -injetando milhões para tapar os buracos do mercado. Esse método pode ajudar em um primeiro momento, mas não ataca a causa principal. Ignorar as consequências de uma sociedade inconsciente como a nossa, a médio e longo prazo, poderá ser ainda pior.

Claramente, todas essas ações são importantes e vitais, porém, são paliativas e geram uma grande domesticação da inconsciência de diferentes agentes da economia. Mais cedo ou mais tarde uma nova crise virá, talvez pior do que a atual e seremos obrigados a mudar, enquanto sociedade.

Trazendo para o mercado corporativo, essa inconsciência cria uma divisão entre os diferentes departamentos, os quais ao invés de dialogarem, têm apenas monólogos. Ninguém ouve ninguém, o mais importante fica sendo mostrar que você está certo, impondo suas perspectivas aos outros. Não há contato e nem conexão entre os líderes e funcionários e isso, claro, gera sérios problemas de gestão.

Nesse ponto os líderes precisam avaliar diferentes perspectivas e se fazer questões do tipo: como podemos usar uma situação ruim para nos tornar um tipo diferente de organização? Quais os tipos de líderes eu tenho em minha companhia? Quais são suas qualidades? Quais os tipos de times eu quero trabalhando comigo? A questão do ser deve preceder ao de fazer?

Para o profissional a característica mais evidente dessa inconsciência individual é a vitimização, que não permite às pessoas lidar com os problemas e com os medos. Ao invés de assumir a liderança, o profissional prefere culpar as circunstâncias e as pessoas, por qualquer coisa que não dá certo.

Há várias ações que podemos tomar, mas só faremos coisas diferentes se realmente mudarmos o nosso jeito de pensar e o que valorizamos. Sem isso continuaremos fazendo o mesmo, mas esperando consequências diferentes. Alinhamento, resiliência e determinação são habilidades necessárias para motivar a equipe.

Para sair das atitudes inconscientes para as conscientes, um bom começo são os líderes se conhecerem e se desenvolverem pessoalmente -pouco a pouco revisar suas crenças e sua maneira de gerir as pessoas. Seguindo isso de forma eficiente, em médio prazo, será possível transformar a cultura da empresa, redirecionando a estratégia de ser parte do mundo de problemas e começando a assumir a responsabilidade para resolvê-los. Sempre procurar construir ou resgatar valores e converter conhecimento em atitudes conscientes.

Por Cristina Nogueira, presidente da Axialent Brasil.

Fonte: Valor Econômico.

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