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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Mesmo sem proteção, setor de brinquedos cresce

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Depois que o imposto de importação caiu de 70%, em 1996, para 20% em meados de 2006, o desempenho dos fabricantes nacionais melhorou, de acordo com análise feita pelo Valor Econômico.

Helektra Karnakis, analista financeira da área de brinquedos e ex-Lloyds Banke BBA Creditanstalt, diz que a maior demanda das empresas nos últimos anos, com os ganhos de renda e aumento de crédito na economia, ajuda a explicar o desempenho recente. "Mas só isso não explica o cenário. A salvaguarda não se mostra eficiente se, sob a proteção, elas perderam eficiência e competitividade no período. Isso é perceptível se elas cresceram menos que o setor", avalia.

A Grow, por exemplo, registrava prejuízo operacional de 2001 a 2004, teve um pequeno lucro em 2005 (R$ 122 mil) e, entre 2006 e 2008, esse resultado cresceu 20% - atingiu R$ 600 mil. Na Bandeirante, a linha do resultado operacional registra um "sobe e desce" de 2001 a 2004, quando a tendência de crescimento começa a se consolidar. Entre 2006 e 2009, o lucro operacional passou de R$ 2,1 milhões para R$ 10,4 milhões. Na Estrela, o prejuízo operacional de três anos consecutivos (2003, 2004 e 2005) se transformou em lucro, ainda que discreto, nos quatro anos seguintes.

Outro dado levantado pelo Valor Econômico mostra o comportamento das companhias durante e depois da adoção das altas alíquotas. De 2001 a 2005, as vendas de Grow e Bandeirante cresceram 24,1% e 33,6%, respectivamente. Dados da Abrinq mostram que, no mesmo intervalo, a expansão nas vendas do setor foi de 72,4% - maior que a taxa das empresas líderes de mercado.

De 2006 a 2009, quando a salvaguarda não existia mais, a expansão das companhias foi superior: 33,2% e 63%, respectivamente. A Grow disponibiliza os números até 2008. Esse período foi analisado porque os resultados das empresas, publicados no Diário Oficial de São Paulo, compreendem esse intervalos. No mesmo intervalo, de 2006 a 2009, a alta nas vendas do setor chegou a 79,7%, também acima do apurado nas companhias.

"Quando isso acontece é sinal de que empresas menores, que nem sempre atuam dentro das normas fiscais, podem ter ganhado terreno. A salvaguarda não protege aquelas empresas que pagam os seus impostos, da sonegação dos menores ", diz Helektra.

No dia 28 de dezembro foi publicada resolução que aumentou a alíquota de importação dos brinquedos. Para 14 produtos, todos com vendas volumosas (como patinetes, bonecos e triciclos), o imposto subiu de 20% para 35% pelo período de um ano. A pergunta é: como ficarão as vendas agora?

Fonte: SM

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