Em janeiro, enquanto os filhos se preparam para a volta às aulas, os pais preparam os bolsos para atender as demandas das listas quilométricas de material escolar pedidas pelas escolas. Enquanto isso, os meios de comunicação são bombardeados com publicidades de mochilas, estojos, cadernos e outros produtos escolares, propagando a necessidade de comprar materiais novos e da moda.
É nessa época que os fabricantes desses produtos aproveitam para fazer sua comunicação mercadológica voltada a crianças e adolescentes. Utilizando-se de pesquisas feita com o público infanto-juvenil, marcas como a Tilibra e a Foroni, produtoras de cadernos, colocam no ar campanhas que vão da TV às redes sociais, atingindo os pequenos em seus momentos de lazer.
Os produtos com personagens licenciados são os mais visados. Desenhos animados e ícones juvenis estão nas capas dos cadernos e nas estampas das mochilas, provocando gastos acima do esperado para os pais, já que muitas vezes esses produtos chegam a custar 100% mais que aqueles sem personagens.
É por isso que a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) instrui os pais a fazerem muita pesquisa antes de comprar qualquer material. Essa é uma das dicas da cartilha lançada esse mês pelo órgão, que explica os direitos do consumidor na compra do material escolar.
Outra sugestão é prestar atenção na lista pedida pelas escolas, que muitas vezes contêm abusos como pedir produtos de uso comum e não individual do estudante. A escola também não pode exigir a aquisição de uma marca específica de material ou só aceitar material adquirido em uma determinada loja. Os pais também devem verificar a real utilização e função didática dos pedidos listados.
Sustentabilidade
Outra questão que deve ser levada em consideração na hora de comprar o material escolar é a ligação direta entre o consumo e a geração de lixo. Poucos produtos costumam ser reaproveitados ou mesmo reciclados, fazendo com que seja gerado muito resíduo sólido.
Reutilizar produtos que foram comprados em outros anos ou mesmo utilizados por outras crianças, além de trocar livros e materiais didáticos com pais que tenham filhos em outras séries são algumas possibilidades para diminuir o gasto e minimizar a produção de resíduo.
Para Laís Fontenelle, coordenadora de Educação do Projeto Criança e Consumo, é responsabilidade dos pais e da escola orientar os filhos sobre o assunto. “Usar a mochila ou o estojo do ano passado que estão em bom estado não é vergonha e sim um exemplo de sustentabilidade”, diz.
Para ela, os pais devem instruir os filhos sobre o significado da volta às aulas e sobre a função de cada material pedido, já que o apelo ao consumo faz com que as crianças se esqueçam do significado de retomar a rotina e confraternizar com os amigos.
“Além de insustentável em termos ambientais e econômicos, já que muitas vezes joga-se fora aquilo que poderia ser usado por mais tempo, é preciso refletir sobre a valorização desses objetos”, afirma Laís.
Leia matéria e dicas do Instituto Akatu sobre volta às aulas:
http://www.akatu.org.br/central/especiais/2011/procon-lanca-cartinha-sobre-direitos-na-compra-do-material-escolar
Faça download em pdf da cartilha do Procon:
http://www.procon.sp.gov.br/pdf/acs_material_escolar.pdf
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terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Volta às aulas é marcada por incentivo ao consumo
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