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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Queda de testosterona ajuda homens a cuidar dos filhos, diz estudo

Com menos testosterona no organismo, os homens são mais propensos a assumir o papel de pais e ajudar a criar os filhos

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Os homens experimentam uma queda nos níveis de testosterona após o nascimento dos filhos, o que lhes permite enfrentar os desafios de cuidar da prole, revelou um estudo publicado nesta segunda-feira no periódico científico Proceedings of the National Academy of Sciences (Atas da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos).

A testosterona é um hormônio que alimenta a sexualidade masculina, a agressividade e a resistência física, e, em geral, seus níveis são mais elevados em jovens solteiros e sem filhos, segundo a pesquisa. Com menos testosterona correndo nas veias, os homens são mais propensos a assumir o papel de pais e ajudar a criar os filhos, uma necessidade particular entre os humanos, que na infância são muito mais dependentes do que outros mamíferos.

"Criar humanos é um esforço tal que requer necessariamente cooperação e nosso estudo mostra que os homens são biologicamente programados a ajudar nesse trabalho", explicou um dos autores do estudo, Christopher Kuzawa, da Universidade Northwestern, no Illinois (norte).

O estudo, realizado nas Filipinas, se baseou em 624 homens de 21 a 26 anos, que foram acompanhados durante quase cinco anos — período no qual alguns deles iniciaram relacionamentos estáveis e se tornaram pais. "Os homens que começaram com testosterona alta tinham mais chances de se tornar pais, mas assim que o fizeram, a testosterona caiu substancialmente", disse outro autor do estudo, Lee Gettler, doutorando em antropologia da Universidade Northwestern. "Nossas descobertas sugerem que isto é especialmente correto para os pais que acabam se envolvendo mais com o cuidado infantil", acrescentou.

Os homens que se tornaram pais durante o estudo demonstraram uma média de 26% a 34% de queda nos níveis de testosterona, que foi significativa em comparação com a queda normal com a idade, observada em solteiros que não se tornaram pais (12% a 14%).

As maiores quedas foram constatadas em pais de recém-nascidos de um mês ou menos. "A paternidade e as exigências de se ter um bebê recém-nascido requerem muitos ajustes emocionais, psicológicos e físicos", disse Gettler. "Nosso estudo mostra que a biologia de um homem pode mudar substancialmente para ajudar a satisfazer estas demandas", continuou.

Fonte: EXAME

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