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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Cientistas descobrem por que os dedos se enrugam na água

Pesquisadores propõem que o enrugamento dos dedos em contato com a água tem a função de mantê-los capazes de segurar objetos

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Cientistas estão buscando novas explicações sobre por que os dedos ficam enrugados em contato com a água. Em um novo estudo, publicado na Brain, Behaviour & Evolution, uma equipe liderada pelo neurobiólogo evolutivo Mark Changiz mostra evidências de que mãos e pés com rugas seriam benéficos na hora de tentar segurar um objeto com os dedos molhados – da mesma maneira que um pneu com vincos adere melhor ao asfalto num dia chuvoso.

Toda criança sabe que os dedos ficam enrugados quando alguém passa muito tempo na água. Mas será que algum pai sabe explicar porque isso acontece? A resposta mais comumente dada à pergunta é que o enrugamento é causado pela osmose, processo natural pelo qual a água atravesa uma membrana, passando do lado onde é mais abundante para aquele em que sua concentração é menor.

A osmose é uma forma de equilibrar, por exemplo, as concentrações de sais nas células, deixando que a água entre ou saia para manter o nível ideal. Ela ocorre sempre através de uma membrana semipermeável, como a parede celular ou, no caso dos dedos enrugados, a pele. O problema é que, há quase um século, essa explicação já não é mais muito aceita.

Cirurgiões já demonstraram que não existe enrugamento na água quando os nervos dos dedos são cortados. Como a osmose é um processo físico-químico, que independe das ligações nervosas, os dedos deveriam continuar enrugados se ela fosse a culpada. Além disso, se fosse osmose, por que somente os dedos das mãos e dos pés ficariam enrugados, e não a pele de todo corpo?

Rugas funcionais

Essas evidências motivaram os pesquisadores a investigar se as rugas teriam alguma função, em vez de serem apenas um efeito colateral do contato da água com a pele. Sua conclusão é a de que há fortes evidências de que elas seriam uma forma de o nosso corpo aumentar sua capacidade de segurar objetos com as mãos molhadas.

Analisando a morfologia dos padrões de rugas, os cientistas notaram que ela imita sistemas de drenagem, o que permite a remoção mais eficiente da água das mãos e pés primatas – justamente as superfícies que se usam para agarrar objetos.

Outro fato que corrobora a tese é o tempo: é preciso ficar pelo menos 5 minutos na água para que as rugas apareçam, o que é rápido o bastante para ajudar no manuseio de objetos, mas não rápido demais a ponto de qualquer contato com a água disparar o processo. Os pesquisadores pretendem, agora, expandir o estudo, realizando comparações com outros animais.

Fonte: EXAME

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